IURD afirma não ter contratos com a RCM (Rádio do Concelho de Mafra)
Na reunião da vereação da Câmara Municipal de Mafra, de 20 de setembro de 2019, onde o Jornal de Mafra esteve em reportagem, o executivo discutiu uma proposta apresentada pelos vereadores da oposição (PS) no sentido de alterar o comodato existente entre a RCM (Rádio do Concelho de Mafra), um órgão de comunicação social que está alojado em instalações públicas, (municipais), e a própria CMM.
As razões apontadas por aquela força política para alterar o referido comodato, fundaram-se na invocação da laicidade do estado, referindo na sua proposta que “Existe uma clara diferença entre a linha editorial e de programação da RCM e a cedência da frequência da mesma à Igreja Universal do Reino de Deus“.
Aquela força política, em sessão pública da reunião do executivo, propuseram que não fosse possível a cedência e utilização de equipamentos que estejam em edifícios municipais por parte de terceiros, para fins ou com cariz religioso.
A proposta acabou por não ser votada, tendo a câmara decidido reunir com a direção da RCM, de modo a deslindar esta situação, sendo que esta questão deverá voltar novamente à câmara. O Jornal de Mafra sabe que esta reunião ainda não teve lugar.
Entretanto, o PS Mafra, sem que tivesse distribuído qualquer nota nesse sentido, fez saber que na realidade, a entidade religiosa a quem a RCM cedeu o espaço de antena, não seria a Igreja Universal do Reino de Deus, como por lapso referiu na sessão camarária, mas sim outra entidade religiosa de cariz evangélico, que não a Igreja Universal do Reino de Deus.
Assim, embora alheio a este lapso, o Jornal de Mafra retifica aqui a informação inicial. Na realidade não é a IURD que utiliza o referido espaço de antena da RCM, esse espaço foi vendido a outra igreja evangélica.
Do lado do JM, o título do artigo “Relações da Rádio do Concelho de Mafra (RCM) com a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) e com a Câmara de Mafra discutidas em sessão camarária” limita-se a refletir a realidade, uma vez que, efetivamente, aquela discussão ocorreu e ocorreu daquele modo, naquela sessão camarária. Assim, o JM limitou-se a relatar a apresentação da proposta que efetivamente fazia referência à IURD.
Por outro lado, nem na discussão que ocorreu na referida sessão camarária, nem na notícia do Jornal de Mafra, foi colocada em causa a legitimidade da IURD, ou de qualquer outra entidade religiosa, de comprar espaço na RCM. Na realidade, o que esteve em causa, na sessão camarária, como na notícia, foi a legitimidade da RCM, enquanto entidade beneficiária de um comodato com uma instituição pública, na circunstância, a Câmara de Mafra, de ceder espaço de antena, a troco de euros, a entidades de caráter religioso, independentemente da designação da entidade religiosa.
Fica aqui, pois, o esclarecimento que a IURD fez chegar ao Jornal de Mafra, a propósito desta notícia:
Face às notícias em causa, cumpre assinalar, de forma frontal e perentória, que não existe entre a Igreja Universal e a Rádio do Concelho de Mafra qualquer tipo de acordo ou protocolo, formal ou informal, tendente à cedência de tempo de programação a favor da Igreja, nem a Igreja tem qualquer tipo de influência sobre o conteúdo editorial da Rádio do Concelho de Mafra. Mais se esclareça que nunca a Igreja Universal realizou nenhum pagamento ou oferta à mesma Rádio a qualquer título.
Qualquer eventual colaboração ou participação da Igreja junto da mesma Rádio, ou de qualquer outra, sempre teria necessariamente de ser feita na sequência de um convite por iniciativa da Rádio ou mediante o pagamento do respetivo valor, conforme a Igreja presume que aconteça com qualquer outra Igreja ou outra entidade que pretenda fazer uso do espaço programático editorial em questão.