Encerrou-se hoje em Mafra, uma iniciativa na área da justiça, mais especificamente, da justiça de família e menores, iniciativa que trouxe ao concelho um grupo de especialistas nesta área, bem como advogados, magistrados, representantes de associações e mediadores familiares.
Destacaríamos a presença e as palavras de Daniel Sampaio – psiquiatra, um dos introdutores em Portugal, da terapia familiar, especialista que se tem dedicado ao estudo dos problemas dos jovens e das famílias – no encerramento deste I Congresso de Justiça Restaurativa da Família e das Crianças.
No final deste congresso, Daniel Sampaio afirmou ser “necessário mudar o paradigma, não acredito que os tribunais se auto-reformem, é necessário um sobressalto cívico para que isso aconteça“, “muitas vezes, o próprio tribunal é um potenciador do conflito entre pai e mãe […] o tribunal não ouve as pessoas que deve ouvir“. Ouvimos também da boca de Daniel Sampaio algo que, de tão insólito, só poderia ter acontecido em Portugal, quando referiu um caso em que participou directamente, no final do qual, a sentença foi dada por uma juíza que não tinha estado sequer presente no julgamento.
Durante a cerimónia de encerramento, pela boca do magistrado que se ocupa da Secção de Família e Menores do tribunal de Mafra ficámos ainda a saber que a organização deste congresso terá sido combinada durante um almoço em que participaram ele próprio, Hélder Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, e Isilda Pegado, uma profissional do foro com escritório montado em Mafra, deputada municipal eleita pelo PSD e também uma militante católica anti-aborto conhecida em todo o país.