Desde 1993, que a 3 de maio se celebra o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, uma data instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Este dia destaca uma verdade fundamental: a liberdade de todos depende da liberdade de imprensa. António Guterres Secretário-Geral das Nações Unidas
Segundo o secretário-geral da ONU, pelo menos 67 trabalhadores da média foram mortos no ano passado, representando um aumento de 50% em relação a 2021.
Quase 75% das jornalistas sofreram violência online e uma em cada quatro foi ameaçada fisicamente.
A data celebra a luta pelo direito à liberdade dos profissionais de imprensa de divulgar, investigar e trazer ao conhecimento público informações de forma imparcial e independente, combater os ataques feitos aos média e impedir as violações à liberdade de imprensa, lembrar os jornalistas que são vítimas de ataques, capturados, torturados ou a quem são impostas limitações ao exercício da sua profissão, prestar homenagem a todos os profissionais que faleceram vítimas de ataques terroristas ou que foram assassinados por organizações terroristas.
O tema escolhido para 2023 foi “Moldando um futuro de direitos: liberdade de expressão como um motor para todos os outros direitos humanos”.
A liberdade de imprensa fica em causa quando o jornalista (por vezes, sem carteira profissional) participa em comícios, jantares ou reuniões partidárias, ou apoia um candidato partidário em eleições, e se dedica depois a entrevistar periodicamente, por vezes, semanalmente, o presidente da comissão política do partido que apoiou no seu concelho, ou o presidente da câmara que é seu correligionário político e o qual apoia abertamente no exercício da sua atividade de informar.
A liberdade de imprensa fica em causa quando há órgãos de comunicação social que dependem de organismos públicos, por exemplo, câmaras municipais, para sobreviver financeiramente ou para terem publicidade, ou para usufruto da sua sede social, por vezes alojada em edifícios públicos.
A liberdade de imprensa fica em causa quando um(a) jornalista participa numa assembleia eleitoral indicado(a) por um partido político, indo depois para a redação produzir artigos relativos ao ato eleitoral em que foi parte.
A liberdade de imprensa obriga o(a) jornalista e obriga os poderes públicos, exige menos provincianismo e mais mundo, exige honestidade intelectual, respeito pela lei e pela deontologia e exige um tratamento igual para todos os OCS por parte dos poderes públicos.
Quando, mesmo em condições adversas, por exemplo, em regimes autoritários ou em regiões onde órgãos de comunicação social são discriminados, se consegue, mesmo assim, singrar, prosperar e informar com deontologia e audiências alargadas, então, a liberdade de imprensa faz-se informação e o regime democrático mostra ter ainda alguma vitalidade.