Fernando de Bulhões é o nome de batismo de Santo António que nasceu em Lisboa em data incerta e morreu em Pádua a 13 de junho de 1231.
Viveu inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França, retornando posteriormente à Itália onde acabou por falecer aos 36 ou aos 40 anos, não se sabe muito bem. Os seus restos mortais encontram-se na Basílica de Santo António de Pádua, construída em sua memória.
Inicialmente pertenceu à Ordem dos Cónegos Regulares da Santa Cruz, que seguiam a Regra de Santo Agostinho, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, tendo passado ainda pelo Convento de Santa Cruz, em Coimbra.
Santo António, percebendo que a morte – foi declarado que sofria de hidropisia (acumulação anormal de líquido nos tecidos ou em certas cavidades do corpo) – estava próxima, pede para ser levado para a pequena igreja de Santa Maria Mater Domini, em Pádua, onde tinha vivido. A viagem no carro de bois e o seu estado de saúde precário não o deixam alcançar o seu destino, tendo alcançado apenas o convento das clarissas de Arcella, nos arredores de Pádua onde faleceu a 13 de junho de 1231.
Recuando a 1220, ano em que se tornou franciscano e é aqui que “entra” Mafra na história. Como se sabe, D. João V andava preocupado com a falta de descendentes e em 1711 prometeu construir um convento em Mafra, lá está, em honra de Santo António, se a rainha lhe desse um filho.
“Que El rei teria filhos se fizesse voto a Deus de fundar um Convento dedicado a Santo António na Vila de Mafra” (Principio e Fundação do Real Convento de Mafra, c. 1763-70, p. 5)
A 4 de dezembro de 1711, nascia no Paço da Ribeira, Lisboa, Maria Madalena Bárbara Xavier Leonor Teresa Antónia Josefa, a Princesa do Brasil, a filha mais velha de D. João V e de sua mulher Maria Ana de Áustria.
O Real Convento de Mafra foi então mandado construir, em 1717, por D. João V tendo a sua Basílica sido consagrada a Nossa Senhora e a Santo António, em 22 de outubro de 1730.
“(…) se dizia ao principio, que o Convento seria para acomodação de treze Frades, em memória dos treze dias, em que se dão especiais cultos a Santo Antonio, a quem era consagrado o tal Convento.” (Conceição, 1820, p. 83).