A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reuniram na 4.ª feira, dia 13 de outubro, para analisar “o estado atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os problemas laborais enfrentados pelos seus médicos”.
“As insuficiências dos serviços de saúde são já indisfarçáveis, com vários serviços a assumirem a rutura de forma pública. A grande maioria não consegue cumprir com os seus compromissos assistenciais, mesmo laborando no limite das capacidades. Esta situação sucede em todos os níveis de Cuidados e por todo o país. (…) As deficitárias condições de trabalho têm levado à desvinculação dos médicos do SNS o que, associado às reformas por idade e à fraca retenção de jovens especialistas, está a criar gravíssimas insuficiências.” , pode ler-se no comunicado emitido no final da reunião.
Da reunião surgiu a decisão de avançar para uma greve geral de médicos, tendo a mesma sido marcada para os dias 23, 24 e 25 de novembro de 2021.
Os médicos pretendem se inicie um “processo negocial honesto e de reais efeitos práticos” e reivindicam: a melhoria das condições de trabalho; a defesa da carreira médica, ou seja, de uma diferenciação técnico-científica de qualidade; a justa e adequada remuneração dos médicos; a possibilidade de opção pelo regime de trabalho em dedicação exclusiva, devidamente majorada e acessível a todos os médicos.
Para além da greve dos médicos foram também anunciadas para as próximas semanas, greves de enfermeiros (primeira semana de novembro), de técnicos de emergência pré-hospitalar (22 de outubro) e de farmacêuticos do SNS (de 28 de outubro a 2 de novembro).
Acerca das greves Marta Temido, Ministra da Saúde, referiu hoje que “é importante dizer também que não há coincidências. Parece que de setembro para outubro, todo o Serviço Nacional de Saúde, que estava com uma resposta extraordinária, está agora a claudicar”.
A ministra referiu ainda que “é um facto que há questões que são colocados pelos profissionais de saúde que todos reconhecemos há muito tempo, que estamos todos de acordo quanto ao diagnóstico” acrescentando que “não estamos a falar de não atender as reivindicações, estamos a falar do ritmo ao qual elas podem ser respondidas e da conjugação dessas mesmas respostas”.