Greve Estudantil Mundial pelo Clima passou por Mafra
Portugal é um dos 100 países onde a defesa do planeta mobilizou jovens estudantes, que em 33 localidades do país se mobilizaram em manifestações. No entanto, em Portugal a escolas funcionarão normalmente e os alunos serão brindados por faltas injustificadas (as quais poderão, no entanto, ser justificadas pelos encarregados de educação), mesmo tendo em consideração as palavras do Ministro do Ambiente que considerou esta ação como “a mais justa das lutas”.
Em meados de Março, uma iniciativa semelhante mobilizou 1,6 milhões de estudantes em todo o mundo.
Mafra aderiu a esta iniciativa e assistiu-se a uma manifestação de estudantes que percorreram o espaço entre a Escola José Saramago e o edifício da Câmara Municipal. Empunhando cartazes onde se podia ler, “Mudar ou Morrer”, “We are the Future” ou “O Planeta não é Lixo”.
Em Mafra seriam cerca de 20 jovens, a maior parte deles alunos da Secundária José Saramago. Pais a avós primaram pela ausência, à exceção de Matilde batalha, deputada municipal pelo PAN e mãe de duas alunas presentes nesta manifestação.
Foi uma excelente oportunidade perdida para ensinar cidadania e para exercitar a democracia. A pouca mobilização desta iniciativa – que, infelizmente, não surpreende – deixa de castigo, pais e professores do concelho de Mafra.
A manifestação rumou ao edifício da Câmara de Mafra, entidade que também encontrou desprevenida. Aparentemente, em Mafra, quando a câmara municipal não controla as iniciativas, a coisa funciona como se estas nem tivessem existido. Neste caso, a manifestação – naturalmente marcada por palavras de ordem – às portas da câmara, a presença (embora discreta) de uma deputada municipal e a presença do Jornal de Mafra, “obrigaram” a uma intervenção de dois vereadores – José Figueiras (Educação) e Lúcia Carvalho (Ambiente), que naquele momento nem se encontravam no edifício e tiveram de ser chamado para “tomar conta da situação”.
Os vereadores referiram-se às medidas que já estão a ser tomadas pela autarquia, por exemplo, a abolição da utilização de glifosato e da instalação de 13 postos de abastecimento de carros elétricos. Os alunos protestaram pela falta de oferta de produtos reciclados e pela falta de vontade dos professores desenvolverem o tema das alterações climáticas nas aulas de formação cívica – tendo-se queixado da falta de interesse dos professores que lecionam esta disciplina, que, muitas vezes manifestam esse desinteresse pela disciplina, dizendo aos alunos “agora façam o que quiserem” – não aproveitando aquela disciplina para aquilo que, pedagogicamente, ela devia servir – formar civicamente os nossos filhos.
Os alunos referiram ainda, que a manifestação não teve o apoio nem da Associação de Estudantes nem da própria Escola Secundária José Saramago. No caso da Escola Básica, os os professores terão mesmo desmotivado a participação dos alunos nesta manifestação.
A assim ser, mais uma vez, Mafra precisa de passar à modernidade, urgentemente.