Numa nota publicada nas redes sociais de um conhecido mensário da Ericeira dirigido por uma militante medalhada do PSD, aquele mensário, a propósito de uma carta que terá recebido, procura partidarizar as recentes eleições da associação que suporta a Filarmónica Cultural da Ericeira.
Na nota/comentário/opinião publicada só nas redes sociais do mensário e não na página “oficial” daquele mensário da Ericeira, pode ler-se:
“Acabou de chegar mais uma carta anónima (por gente revoltada) que vai direitinho para a “Cesta” Secção ou Cesta do lixo…quem não tem coragem de assinar não merece ser lido ou ouvido. Todavia mexe num esquema, e numa matéria que já cheira mal. […] o PS/Mafra ataca a Filarmónica Cultural Ericeira, através de pessoal que não é sócio, nem nunca foi…e nem sequer algum momento esteve ou ligou à Banda….mas, e agora, apresenta-se numa Lista e ganha as eleições…[…] Como é possível numa Associação, não sendo sócio, entrar numa eleição para a Direcção? Como é possível não um, dois, três ou quatro elementos tomarem de assalto uma Associação com pergaminhos no seu historial? […].
Texto assinado por “Uma opinião de HM”
Recordamos que a Filarmónica Cultural da Ericeira esteve recentemente envolvida numa polémica que acabou em eleições intercalares para os órgãos sociais da associação. A história que esteve na base destas eleições foi noticiada pelo Jornal de Mafra em Filarmónica Cultural Ericeira em calamitosa situação de gestão e em Filarmónica Cultural Ericeira tem nova equipa de direcção.
Em resposta àquela nota publicada pelo mensário da Ericeira dirigido por uma militante medalhada do PSD Mafra, recebemos da actual direcção eleita da Associação da Filarmónica da Ericeira, o seguinte comunicado:
A Filarmónica Cultural Ericeira é uma instituição que ao longo de todos os seus anos de existência sempre se tem regulado pela pluralidade distanciando-se de todos e quaisquer assuntos de índole pessoal, religiosa ou política.
O seu grande amor é a banda, a escola de música e a Ericeira.
Todas as pessoas que, muito honradamente, compõem a Filarmónica, independentemente das diferenças pessoais, têm um e só um objetivo comum: trabalhar voluntariamente em prol desta instituição centenária que tem ajudado a formar centenas de músicos, alguns reconhecidos internacionalmente.
Esta direção, votada e aprovada pelos seus sócios em Assembleia Geral no passado dia 16 de fevereiro, conta assim com todas as instituições que espontaneamente sempre ajudaram tão nobre associação, onde naturalmente se incluem a Câmara Municipal de Mafra e a Junta de Freguesia da Ericeira.
Pautamo-nos pela transparência e seriedade. É nossa intenção, porque é também nossa responsabilidade, apresentar devidamente todas as contas e torná-las públicas à medida que o nosso trabalho vai sendo efetuado durante este mandato.
O objetivo primordial da direção é desenvolver e engrandecer a Filarmónica Cultural Ericeira, pois assim continuaremos sempre a dar o nosso contributo para divulgar a cultura do Concelho de Mafra e prestigiar a nossa terra.
Esta associação existe para servir e vive para lá de qualquer direção.
A Filarmónica Cultural Ericeira nasceu a 6 de agosto de 1849 com um único objetivo: Ser uma fonte de orgulho e de inspiração para toda a Ericeira.
Posto isto, convidamos todas as pessoas a comparecerem na próxima Assembleia Geral que terá lugar no próximo dia 29 de março na Sede sita no Parque de Santa Marta, Edifício Atlântico.
Contamos com todos porque o prestígio da Filarmónica Cultural Ericeira está em primeiro lugar.
Embora a imprensa ligada ao PSD venha agora contestar as circunstâncias em que decorreu esta eleição, nomeadamente, o facto de de haver sócios eleitos que só aderiram à associação no decurso da sessão em que a eleição ocorreu, realidade que os elementos agora eleitos não contestam, embora alegando que a eleição ocorreu de acordo com os Estatutos da associação, uma vez que a sua adesão foi aprovada pela assembleia, previamente à sua eleição. Alegam ainda que a mesma situação terá ocorrido na assembleia eleitoral de 28 de Março de 2015, em que foi eleita a direcção anterior, no entanto, ao contrário do que os estatutos da associação exigem, aquela assembleia não terá aprovado previamente a adesão daqueles que viriam a constituir a direcção.
Fontes ouvidas pelo JM, esclarecem que na assembleia ocorrida em Março de 2015, em que venceu a lista liderada pelo ex-presidente Carlos André Barroca, 4 dos elementos da lista vencedora tornam-se sócios da associação durante a assembleia, o mesmo tendo ocorrido no Conselho Fiscal, onde 2 dos membros que então tomaram posse, se terão inscrito também no decurso da referida assembleia, o mesmo tendo ocorrido com o tesoureiro e com um membro da mesa da Assembleia Geral, adesões estas que não terão sido aprovadas na própria assembleia, como os estatutos obrigariam.
Estranha-se, por fim, que esta polémica possa ser considerada relevante, quando esta eleição resulta de alegados problemas de má gestão financeira, apontadas à direcção anterior, exigindo pois, a assim ser, uma alteração da filosofia de gestão da associação.
Num concelho onde o PSD tem destacados apoiantes (militantes/dirigentes) nas direcções de todas as restantes bandas do concelho, num concelho onde o PSD tem militantes seus à frente das 3 associações de Bombeiros Voluntários, num concelho onde motoqueiros, associações empresariais, misericórdias, clubes desportivos, associações ligadas à caridade e à igreja e também órgãos de comunicação social são governados por militantes/dirigentes do PSD Mafra, há um mensário da Ericeira dirigido por uma militante medalhada do PSD Mafra que se vem indignar, por via de uma carta anónima que acabou por arquivar no lixo, pelo facto de haver militantes de outro partido político que alcançaram a vitória em eleições para a direcção da associação que governa a filarmónica da Ericeira, depois de, alegadamente, se terem detectado problemas de gestão da responsabilidade da direcção anterior.
E assim vamos, aqui, por este nosso mui saloio concelho à beira-mar plantado, onde grande parte da comunicação social, em vez de se assumir como contra-poder – seja quem for que esteja no poder – prefere fazer o possível e o impossível por comer à mesa do orçamento municipal.