Eleições em Mafra – Olhar para além dos números
Não é legítima a comparação direta entre dados referentes a eleições com diferentes propósitos. Quem, num determinado território, vota para eleger deputados europeus, comporta-se de modo diverso, daquele que adota quando está em causa decidir quem vai governar a partir de de Lisboa, ou ainda, quando o que está em causa é decidir quem, nos Paços do Concelho, irá ocupar o gabinete do último piso.
Sem entrar em grandes detalhes estatísticos, há duas formas de olhar para resultados eleitorais. Olhar para os números absolutos e/ou olhar para as percentagens obtidas por cada força política. Os quadros que se seguem permitem essa análise.
É possível comparar a evolução dos resultados ao longo do tempo, é possível fazê-lo tomando em consideração o tipo de eleição, sendo também possível avaliar de que modo se distribuem, ao longo do tempo, os grupos políticos em presença.
Em alguns casos é, mesmo assim, possível seguir a linha do tempo. Esta análise é especialmente interessante se olharmos para as performances e para as tendências relativas dos resultados da CDU, do PAN e do CDS-PP. Se nos detivermos nos números do BE, compreendemos então, que se trata de votos expressivos embora sem valor prático, ou seja, a força que os capitaliza não tem capacidade para os utilizar neste território.
Particularmente interessante a análise da distribuição dos votos do PSD e do PS. Para além de outros achados que o estudo destes dados pode permitir, assume particular realce, a incapacidade que o PS tem manifestado em aproveitar localmente, as dinâmicas que vêm do exterior, e por outro lado, a incapacidade do PSD de projetar localmente a sua influência, para as eleições com expressão nacional.
Atualizado a 28-05-2019 12:06