Dia Nacional dos Castelos — Castelo de Torres Vedras [Imagens]

TORRES VEDRAS

 

Assinala-se hoje, 7 de outubro, o dia Nacional dos Castelos. A data é assinalada desde 1984 em outubro, mas apenas em 2003 foi estabelecido o dia 7 como data oficial.

De entre os inúmeros castelos e fortes que existem em Portugal destacamos o Castelo de Torres Vedras que foi declarado Imóvel de Interesse Público em 1957.

O Castelo, situado no cimo de um monte com forte inclinação é de construção primitiva, comprovada pela existência de duas cisternas romanas, sendo que as suas primeiras muralhas terão sido construídas pelos árabes.

Terá sido construído nos séculos 13 / 14 / 16 / 19 / 20 tendo por arquiteto / Construtor / Autor, o Engenheiro Militar Luís Máximo de Sousa Bellegarde (séc. 19) e como pedreiro: João de Tomar (1539).

O Castelo de Torres Vedras possui uma arquitetura militar gótica, manuelina e revivalista sendo constituído por uma cintura de muralha exterior de planta ovalada com cubelos semicilíndricos e vazado por porta de arco quebrado encimada por elementos heráldicos manuelinos. Alcáçova de planta retangular irregular a que se liga em avanço torre circular com um piso abobadado de polinervura sobre mísulas.

“Barbacã (1) de planta ovalada, provida de cubelos semicilíndricos salientes, reforçada por contrafortes cónicos a SE. e SO. e rematada por merlões com seteiras a S.(…)O portão é em arco quebrado encimado por pedra de armas com o escudo real entre 2 esferas armilares em alto-relevo sobre colunelos e rematadas pela cruz da Ordem de Cristo. Na face interna da muralha, à esquerda, escada para o adarve e em frente rampa e caminho que passa por uma segunda porta (de que existem apenas escassos vestígios) e prossegue rodeando todo o perímetro muralhado e conduzindo à igreja, ao castelejo e ao que resta da alcáçova (…). Entre este torreão e um outro (desaparecido) do lado O. é visível resto de uma cortina de muralha pertencente ao castelejo, antecedida por outro pano de muro em cota inferior, formando duas plataformas em socalco. Paço: existe apenas a caixa murária correspondente ao 1º piso e parte do 2º; a fachada principal, a S., tem porta de verga reta e o 2º piso é marcado pelo parapeito e parte das ombreiras de janelas com conversadeiras; nas fachadas E. e O. abrem-se grandes janelas retangulares e a N. uma porta. No espaço interior subsistem apenas vestígios de paredes divisórias de dependências (átrio, cozinha com forno), uma escada a E. e 2 aberturas (tapadas) de cisternas; na parede S. ladeando a porta principal duas mísulas ou capitéis esculturados”. DGPC

Quando se dá a reconquista cristã e a consequente tomada do castelo, em 1148, as muralhas terão ficado destruídas, tendo sido de imediato reconstruídas para impedir a entrada dos árabes durante o cerco de 1184. Também a Igreja de Santa Maria, situada dentro da cintura de muralha, é do início da Nacionalidade.

O Castelo sofre sucessivas intervenções na época medieval e moderna, sobretudo nos reinados de D. Dinis, D. Fernando e D. Manuel. O que resta da última intervenção é o brasão de D. Manuel I, ladeado pelas esferas armilares Manuelinas, com a Cruz de Cristo.
Com o terramoto de 1755, tanto as muralhas como o Paço dos Alcaides, ficaram muito destruídos.

O Castelo voltaria a ter um importante papel em 1809, ao ser integrado nas Linhas de Torres Vedras, como reduto nº 27. Nessa altura foi de novo reparado e guarnecido com 11 peças de artilharia. Nesta adaptação foi demolida a porta do Castelo.
O último cerco ao Castelo deu-se em finais de 1846, tendo servido de quartel às tropas do conde de Bonfim. A fortaleza foi bombardeada pelo Duque de Saldanha, tendo-se dado a explosão do paiol, que provocou a ruína quase total do Paço.
Apesar do seu estado de ruína, o castelo continuou a funcionar como aquartelamento de tropas regulares até finais do século XIX, tendo sido alvo de várias reparações.
Em 1929, o Ministério da Guerra afeta o imóvel à Câmara Municipal, que fica encarregue da conservação e limpeza.

O que pode ver/visitar no Castelo de Torres Vedras?

  • Cerca – muralha que envolve o recinto. Era rematada por ameias e circundada por um caminho de ronda.
  • Barbacã – muralha exterior e mais baixa do que a cerca, para reforço da defesa do castelo.
  • Cubelos – torres maciças, semicirculares, colocadas nos ângulos da muralha, para reforçarem a defesa da fortificação. O mais completo mantém os degraus de acesso.
  • Barbacã da Porta – muralha mais baixa do que a cerca, construída no início do séc. XVI para reforçar a defesa da entrada do castelo. Atestando o caráter régio da obra, o pórtico é encimado pelas armas reais, ladeado por duas esferas armilares – emblema de D: Manuel I-, em cada uma está gravada a expressão MORE (Manuel Orbis Rex Est), significando Manuel é rei do Mundo.
  • Igreja de Santa Maria – construída na segunda metade do século XII, a igreja ostenta os únicos vestígios da arte românica existentes no concelho, classificados como Monumento Nacional em 1910. No portal lateral encontra-se a inscrição funerária do mestre Mendo, certamente o arquiteto responsável pela construção da igreja, datada de 11 de outubro de 1208.
  • Torre do Relógio – contígua à torre da igreja, abriga o relógio do concelho, reparado em 1596. Apesar de ter caído sobre a igreja, com o terramoto de 1755, o mecanismo saiu ileso, tendo a torres sido reedificada entre 1763 e 1764.
  • Palácio dos Alcaides – mandado construir pelo alcaide-mor D. João Soares Alarcão, para sua residência (c.1516-1520), com autoria atribuída ao arquiteto régio Francisco de Arruda. Organizava-se em redor de um pátio com uma cisterna. No piso inferior localizavam-se as dependências da guarnição e demais áreas de serviço. No piso superior subsistem os janelões com conversadeiras, pertencentes aos aposentos nobres.
  • Baluarte / Miradouro – torreão de planta ultrassemicircular, único sobrevivente de dois exemplares construídos em ângulos opostos do palácio. Parcialmente destruído pelo terramoto de 1755, a reconstrução de 1947 viria a alterar-lhe a traça original. O interior ostenta um teto de abóbada nervurada e três bombardeiras.
  • Bateria de Artilharia – aquando da terceira invasão francesa foram instaladas, no palácio, plataformas para 5 canhões e, sobre a muralha nordeste, foram levantados parapeitos de faxina e terra, para abrigar mais seis peças, cobrindo os acessos aos fortes de S. Vicente e da Forca.

Horário

Setembro a maio: terça a domingo, das 10h00 às 18h00
Junho a agosto: terça a domingo, das 10h00 às 19h00
Encerramento a dias feriados: 1 de janeiro, domingo e terça-feira de carnaval; domingo de Páscoa, 1 de maio, 24 e 25 de dezembro

[Fonte: CMTV e DGPC]

 

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