Crónica de Psicologia por Filipa Marques
Olá leitores!
Aproxima-se a época festivaleira de alegria, serpentinas, música e festejos, afinal de contas temos à porta o carnaval. Por isso pensei que seria interessante falarmos de um tema que me é muito querido: positividade!
Ao longo do tempo, a psicologia na sua teoria e prática tem vindo a colocar a tónica cada vez mais no positivo do que no negativo de cada indivíduo. Existe até uma corrente que se dedica ao estudo da positividade, a Psicologia Positiva. Esta estuda cientificamente os fatores e processos que levam à melhor forma de funcionamento de cada um de nós enquanto humano. Esta abordagem, em vez de se debruçar sobre as fraquezas, coloca o foco nas forças e capacidades de cada indivíduo e no melhor da sua vida em particular. O objetivo? Levar a que cada um de nós viva a sua vida da forma mais proveitosa possível.
O que isto quer dizer é que se nos centrarmos nas nossas forças e no melhor da nossa vida vamos enfrentar com mais facilidade qualquer situação negativa que nos apareça pela frente. Quer também dizer que devemos transformar questões e situações que nos magoaram e/ou que foram difíceis e transformá-las em oportunidades de crescimento e aprendizagem, de onde retiramos lições. Significa ainda que podemos olhar para as nossas motivações e para os nossos potenciais e com isso criar projetos, objetivos e crescer. Acima de tudo, é uma mudança que cada um de nós deve tentar fazer, procurando ver o positivo em vez do negativo nas coisas da nossa vida diária e assim criar um mindset onde os pensamentos construtivos guiam as nossas ações.
Concretizemos com exemplos. O André é um jovem de 25 anos que estudou engenharia mecânica e, apesar de já ter tido um primeiro trabalho, faz 2 anos que não consegue arranjar um emprego fixo como sempre sonhou. Apesar disso, faz alguns trabalhos esporádicos que lhe dão o sustento para as suas despesas e lazer. Considera-se uma pessoa feliz e com um ambiente que lhe proporciona crescer mas, apesar disso, está constantemente negativo quanto a tudo na vida por estar neste momento a passar por um período difícil face àquilo que idealizou. Já a dona Maria de Lurdes é uma senhora de 78 anos que toda a vida foi conhecida pela alegria que lhe brilha nos olhos. Nasceu pobre, cresceu, casou e teve 2 filhos. Ficou viúva aos 50 anos. Há 1 ano que está com problemas económicos. Deixou de conseguir pagar a renda e foi viver para Lisboa, para a casa da filha mais nova. Custa-lhe não ter o seu lar mas quando lhe perguntam como está responde sempre: “Bem! A viver as alegria que este dia me dá.”
A dona Maria de Lurdes é uma senhora resiliente, que encara a sua vida com positividade e, por isso, é mais feliz nas dificuldades, algo que é mais difícil ao André. E nós, somos mais André ou mais Maria de Lurdes? Será que somos assim por aquilo que estamos a viver na nossa vida neste momento? Repensemos na nossa maneira de ver a vida, tendo em conta que isso influencia a forma como a vivemos. Foquemo-nos nas emoções positivas, nas nossas forças e nas nossas alegrias, porque isso torna-nos mais fortes e mais felizes.