Crónica de Psicologia de Filipa Marques | Ano novo, vida (mesmo) nova

Crónica de Psicologia de Filipa Marques | Ano novo, vida (mesmo) nova

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Ano novo, vida (mesmo) nova

Queridos leitores,

Em primeiro lugar feliz 2020! Como se costuma dizer “ano novo, vida nova”, por isso hoje gostaria de vos falar sobre resoluções de ano novo e como as alcançar.

Do ponto de vista psicológico é importante traçarmos objetivos. O facto de termos uma meta concreta e atingível leva-nos a percorrer um caminho para a alcançarmos. Esse caminho por consequência faz-nos ver a nossa realidade com outros olhos, torna-nos mais conscientes sobre nós próprios e sobre as nossas ações e obriga-nos a percorrer um trilho de transformação. Assim, quando alcançamos o objetivo já estamos diferentes: para além do bem-estar agregado ao alcance dessa meta, alcançamos também a capacidade de nos desenvolvermos pessoal e/ou profissionalmente. Para isso, temos de ter a consciência de que somos donos de nós próprios. Isto é, a mudança começa em nós. Somos os agentes da nossa própria vida. Em psicologia esta atribuição da responsabilidade a si próprio denomina-se locus de controlo interno. Significa ter a expectativa de que a mudança começa de dentro para fora e não o contrário. Claro que as circunstâncias influenciam os nossos comportamentos e, muitas vezes, os nossos planos têm de ser reajustados. Porém, o foco deve ser posto na forma como lidamos com as situações e não com as situações em si mesmas. Devemos pensar “como posso eu lidar com esta situação?” em vez de pensar “será desta maneira, porque ocorreu esta situação!”.

Um segundo ponto que gostaria de abordar é a persistência para alcançar os objetivos. É fácil no início do ano estabelecer diversas resoluções. O mais difícil é, geralmente, mantê-las até alcançar os objetivos a que nos propusemos. Em primeiro lugar devo dizer que é mais fácil atingir os objetivos para o qual temos uma motivação interna, que queremos verdadeiramente atingir. Depois, devemos estipular objetivos que consigamos alcançar. De nada nos vale definir que vamos viajar mais quando as nossas possibilidades económicas chegam apenas para a gestão financeira quotidiana, por exemplo. Para além disso devemos definir os objetivos em termos concretos e mensuráveis. Por exemplo devemos definir “ fazer 2 viagens num ano” em vez de “viajar mais”, porque torna mais fácil trabalhar para esses objetivos concretos e perceber quando os alcançamos. Depois, devemos construir passos para alcançar os objetivos e, progressivamente, aproximarmo-nos do resultado esperado. Vejamos, se eu quiser começar a fazer desporto 3 vezes por semana, posso definir que até março vou fazer desporto 1 vez por semana e até junho 2 vezes por semana, porque desta forma conseguirei alcançar os pequenos objetivos a que me proponho e, a partir setembro fazer desporto 3 vezes, atingindo com calma o objetivo final a que me propus. Outro conselho está relacionado com colocar o foco no presente. Assim, tenho a consciência de que as ações concretas do meu dia-a-dia contam para atingir aquilo que pretendo, em vez de pensar que um dia mais tarde o alcançarei. O pensamento positivo, o humor e o divertimento são também excelentes aliados da motivação, que nos ajudam a sair e a permanecer fora da “zona de conforto” necessária ao desenvolvimento pessoal. Por sua vez, este desenvolvimento pessoal trará um maior sentido de unificação da pessoa consigo mesma.

E agora, vamos alcançar as resoluções de ano novo?

 


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Filipa Marques Psicologia


 

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