6 ambulâncias, 7 viaturas de serviço, 6 carrinhas e 2 tractores engalanados com ramagens onde eram transportadas as oferendas.
No largo entre a GNR e a Junta de Freguesia criou-se um recinto onde ficaram armazenados, o bode, os patos, os galos, as gravuras, os alhos e as batatas, muitas batatas. Não faltou o leiloeiro e algum povo, pouco povo, muito pouco.
O leiloeiro viu-se e desejou-se para “despachar” e valorizar as oferendas. O bode iniciou a licitação a 70 €, mas não teve quaisquer ofertas, ficou em casa, pelo menos à primeira tentativa, 5 (cinco) patos a 30 € e um galo a 7 €, foi assim começou este “pobre” leilão.
Sujeitar os bombeiros – ouve dizer-se que uma boa parte deles a ganhar o ordenado mínimo – a este peditório, é um acto de alguma crueldade. São homens e mulheres que trabalham numa instituição fulcral para o funcionamento da sociedade, as suas direcções não deviam ver-se obrigadas a sujeita-los a ter de estender assim a mão à caridade.
Mafra já não será tão rural quanto alguns ainda pensam, e este tipo ancestral de iniciativas, em vez de suprir necessidades reais, acaba por dignificar pouco a profissão que estes homens e mulheres abraçaram. Não terá já chegado o momento de despartidarizar as instituições que gerem os bombeiros no concelho? Não terá já chegado o momento de profissionalizar as instituições que gerem os bombeiros no concelho? Suportados, e bem, por fundos públicos, não terá já chegado o momento de proceder a uma gestão profissional e integrada de todas as corporações de bombeiros do concelho?
Não terá já chegado o momento de aceitar que em 2018, as coisas já lá não vão com bodes, patos e batatas? A profissão daqueles que nos socorrem nos momentos difíceis da nossa vida, merece ser dignificada e deixar de estar entregue a clientelas partidárias.