José de Sousa Saramago foi galardoado a 8 de Outubro de 1998 com o Nobel de Literatura, sendo o segundo português a receber aquele reconhecimento – Egas Moniz, neurocirurgião, foi o outro cidadão nacional a quem o Nobel foi concedido, neste caso, no campo da medicina.
O concelho de Mafra deve boa parte do seu desenvolvimento à construção (polémica) da A21, que aproximou o concelho da capital e por essa via, dos principais eixos rodoviários do país, ao desenvolvimento (polémico) da economia ligada ao surf e à divulgação nacional e internacional do Convento de Mafra através do (polémico) Memorial do Convento.
A câmara de Mafra, por razões estritamente políticas – Saramago estava ligado ao Partido Comunista – nunca potenciou devidamente, sob o ponto de vista cultural, económico e turístico, a relação de Saramago com o concelho. Que a gestão municipal não o tenha feito, compreende-se, uma vez que, se nem um voto de pesar pela morte de Mário Soares (primeiro-ministro e presidente da república) foi possível aprovar na Assembleia Municipal, seria impensável, nas actuais condições políticas do concelho, fundar na literatura de Saramago, uma parte do desenvolvimento do concelho.
No entanto, que o Palácio Nacional de Mafra não tenha uma estratégia ligada ao escritor, com iniciativas regulares, exposições temporárias, colóquios, eventos com projecção internacional, eventos colaborativos com a universidade e com a Fundação José Saramago, isso, parece ainda menos compreensível.
[imagem:Fundação José Saramago]