Comemoram-se hoje os 50 anos do 25 de Abril, o dia da Liberdade!
Comemora-se hoje o 25 de Abril, dia da Liberdade e dia da Revolução dos Cravos.
A 25 de abril de 1974, uma revolta de militares portugueses organizados em torno do Movimento das Forças Armadas deu origem a um golpe de Estado militar, golpe de estado que teve com objetivo acabar com uma ditadura de 48 anos.
Nessa altura foi criada a Junta de Salvação Nacional tendo sido nomeados António de Spínola como Presidente da República, e Adelino da Palma Carlos como Primeiro-Ministro. Seguiram-se dois anos de PREC (Processo Revolucionário em Curso), anos de grande agitação social no país.
O cravo é o símbolo do 25 de abril porque na baixa de Lisboa, uma mulher ofereceu cravos aos soldados em sinal de agradecimento, tendo os soldados colocado os cravos nos canos das suas armas, símbolo que representa também a vitória do movimento militar quase sem violência, quase sem resistência.
Cronologia 25 abril 1974
24 de abril
22h00 – Otelo Saraiva de Carvalho e outros cinco oficiais ligados ao MFA já estão no Regimento de Engenharia 1 na Pontinha onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento. Será ele a comandar as operações militares contra o regime.
22h55 – A transmissão da canção “E depois do Adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, marca o início das operações militares contra o regime.
25 de Abril
00h20 – É transmitida a canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, no programa Limite, da Rádio Renascença. Foi a senha escolhida pelos militares do MFA para confirmar que as operações militares estão em marcha e são irreversíveis.
00h30 – Começam as operações para ocupar os locais estratégicos considerados fundamentais no plano de Otelo Saraiva de Carvalho, como a RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português (RCP), Aeroporto de Lisboa, Quartel-General, Estado-Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi.
03h45 – Primeiro comunicado do MFA difundido pelo Rádio Clube Português.
05h45 – Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, comandadas pelo capitão Salgueiro Maia, estacionam no Terreiro do Paço, em Lisboa.
09h00 – Fragata “Gago Coutinho” toma posição no Tejo, em frente ao Terreiro do Paço.
11h45 – O MFA anuncia ao país, através de um comunicado no RCP, que domina a situação de Norte a Sul.
12h30 – As tropas de Salgueiro Maia cercam o Largo do Carmo e recebem ordens para abrir fogo sobre o Quartel da GNR para obter a rendição de Marcello Caetano. Além do presidente do Conselho, no quartel estão mais dois ministros do seu Governo. Vivem-se momentos de tensão no largo, onde centenas de pessoas acompanham os acontecimentos.
15h30 – As forças de Maia chegam a disparar contra a fachada do quartel para forçar a rendição de Marcello Caetano.
16h30 – Depois de expirar o prazo inicial para a rendição anunciado por megafone pelo capitão Salgueiro Maia (1) e de negociações, Marcello Caetano anuncia rendição e pede que um oficial do MFA de patente não inferior a coronel se apresente no quartel.
(1) “Atenção Quartel do Carmo, atenção quartel do Carmo. Damos 10 minutos para se renderem. Toadas as pessoas que ocupam o quartel devem sair desarmados e com as mãos no ar. Se não saírem destruiremos o edifício”.
17h45 – O general António de Spínola, mandatado pelo MFA, vai negociar a rendição do Governo no quartel do Carmo. É hasteada a bandeira branca.
18h30 – A chaimite “Bula” entra no quartel e retira Marcello Caetano e mais dois ministros, Rui Patrício e Moreira Baptista. São transportados para o Posto de Comando do MFA, no Quartel da Pontinha.
20h00 – Da sede da Rua António Maria Cardoso, agentes da PIDE/DGS disparam sobre manifestantes que se concentraram junto ao edifício. Registam-se 4 mortos e 45 feridos.
Fernando dos Reis, Fernando Gesteiro, João Arruda e José Barnetto foram as vítimas mortais da Revolução de Abril, em frente à sede da PIDE. O mais novo tinha 18 anos, o mais velho 37.
20h05 – É lida, através dos emissores do RCP, a Proclamação do Movimento das Forças Armadas.
“O Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das missões cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama á Nação a sua intenção de levar a cabo, até á sua completa realização, um programa de salvação do País e de restituição ao Povo Português das liberdades cívicas de que vem sendo priva.”