Carnaval de Torres Vedras | Julgado e executado o Rei, terminou o Carnaval 2019

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Ontem à noite com o “Rei julgado e executado” o Carnaval ficou “acabado”.

Como  é já tradicional, o Rei chegou de carroça à Praça da República, onde era aguardado por uma multidão de gente. O cortejo, ao som de música fúnebre e com uma carpideira lamentando a sorte do rei “ai coitadinho que ele vai morrer”, “ai o meu querido vai morrer” lá seguiu até ao Tribunal.

Começou então o Julgamento: “Vamos enterrar o entrudo em beleza, o julgamento deste rei vai ser fatal”.

Entre as acusações para a condenação do Rei citaram-se o estacionamento e os condicionamentos de trânsito, a estrada para Santa Cruz que “chegou ao Paúl e ficou encalhada” e a linha do Oeste que “anda a passo de caracol”.

A defesa do Rei “o rei pobrezinho anda tão maravilhado, foram tantos votos que ficou desobstinado”. “temos de ver a questão pela vertente otimista” andar a pé faz bem “andando a pé não se arrisca a apanhar uma multa (…) e todos sabem que é o melhor para ativar a circulação”. O Desporto e as novas ciclovias fizeram, por sua vez, parte da defesa do Rei.

O Juiz lá leu então a sentença:

“(…) nada vai salvar o nosso rei de Boa Casta. É culpado, não reinou, viveu numa pasmaceira. Por isso mandam as leis vais arder na fogueira”, concluindo, “vamos todos enterrar este Carnaval, que é o mais português de Portugal” (…) declaro-o culpado, vai ser enforcado, ardido e ficar todo f…”.

Dom Portuga Folião de Boa Casta lá se despediu do seu povo, alegando não ter feito tudo aquilo por que foi acusado, referindo que “6ª feira recebi a chave da cidade e com ela abri a porta da alegria e da folia. Despeço-me com o coração cheio, cheio de da vossa energia e da vossa participação”.

Terminou o seu discurso com um “viva o Carnaval de Torres Vedras”.

A noite foi depois iluminada pelo espetáculo pirotécnico da queima do Rei, no jardim fronteiro ao Tribunal, e com um espetáculo de fogo de artifício ao som do hino do Carnaval de Torres, o “Samba da Matrafona”.

 

O Carnaval de Torres Vedras nasceu da sátira, vive da/na sátira e despede-se na sátira. Esta é uma prova de vida e de saudável convívio entre o entretenimento, a tradição (boa), a criatividade e a sempre saudável sátira política, só possível em sociedades (locais ou nacionais) desenvolvidas.

 

[Imagens: CMV e CTV]

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