No âmbito das comemorações dos 300 anos do lançamento da 1ª pedra da construção do Palácio Nacional de Mafra, a Câmara Municipal patrocinou dois espectáculos que incluíam a projecção de imagens sobre a fachada do edifício.
O primeiro espectáculo teve lugar a 17 de Novembro de 2016, marcando o início das comemorações e o último aconteceu a 1 e 2 de Setembro.
O espectáculo de abertura em Novembro de 2016 (“Vídeo Wall“) foi assegurado por dois ajustes directos:
- Realização do espectáculo – 50 000 euros
- Fornecimento e montagem do equipamento – 20 605 euros
O espectáculo de 1 e 2 de Setembro (“videommaping“) foi também assegurado por dois ajustes directos:
- Realização do espectáculo – 63 200 euros
- Fornecimento e montagem do equipamento – 46 800 euros
Os dois espectáculos custaram pois ao erário público, qualquer coisa como 180 605 euros.
Trata-se, é certo, das comemorações dos 300 anos do Palácio nacional de Mafra, comemorações que teriam/terão de ser condignas.
No entanto, considerando tratar-se de um montante elevado destinado a eventos que são passageiros, que não perduram, eventos pagos por fundos que têm origem em impostos, num país com uma carga fiscal muito elevada, num concelho com preços elevados da água, do IMI e das autoestradas que o servem, num concelho a braços com problemas financeiros resultantes de processos judiciais com origem em indemnizações de expropriações mal calculadas, digamos assim, tudo isto em ano eleitoral e em cima das eleições, num concelho onde há ainda famílias que não são servidas por saneamento básico, não deveria ser, tudo isto, talvez, tema de uma séria reflexão e de um debate profundo por parte de todas as forças politicas?
Afinal quais são as prioridades político-financeiras do concelho? Quais são os critérios base para a alocação de fundos?
No comentário anterior queria dizer, pioneiro.
Por uma proposta com menos um zero do que esse valor, a Câmara Municipal de Mafra não aceitou a realização de um festival de estátuas vivas durante dois dias e com 17 personagens da época barroca, portanto completamente ligadas à história do Palácio. É de salientar que o festival seria dirigido por mim, residente no concelho, pioneira na arte das estátuas vivas e várias vezes recordista mundial. Enfim, santos da casa…