Câmara de Mafra – Vereadores do PS desentendem-se durante a última reunião do executivo

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A última reunião privada de Câmara Municipal de Mafra foi marcada por um desentendimento entre os dois vereadores que ali representam o Partido Socialista.

Durante o período que habitualmente é destinado à intervenção dos vereadores – que só os vereadores da oposição costumam utilizar – imediatamente após a intervenção inicial do presidente do município, o vereador Rogério Costa, independente que foi cabeça de lista pelo PS nas últimas eleições autárquicas, fez uma intervenção que suscitou o desacordo do outro vereador do PS, Sérgio Santos, que também é presidente da comissão política concelhia de Mafra daquele partido.

Rogério Costa manifestou-se contra a aprovação do orçamento camarário com os votos favoráveis dos deputados municipais do partido socialista, realçando aquela que seria, em sua opinião uma contradição insanável, a aprovação do orçamente e simultaneamente, na mesma legislatura municipal, a rejeição da taxa máxima do IMI, uma vez que o orçamento é um documento único. Rogério Costa terá mesmo felicitado Hélder Silva por ter conseguido este desiderato.

Referiu depois, ter sido surpreendido pela nomeação de Sérgio Santos como vogal do Conselho de Administração dos recém criados SMAS (Serviços Municipalizados) de Mafra, proposta de nomeação de que terá tido conhecimento pelos serviços camarários, quando recebeu os documentos referentes à sessão de câmara a decorrer naquele momento. Manifestou a sua tristeza por não ter sido consultado nem pelo presidente Hélder Silva, a quem competiu a nomeação, nem por Sérgio Santos, até pelo facto de, disse, ter tido a coragem de encabeçar uma lista (a lista do PS nas últimas autárquicas), sabendo à partida que ia ser derrotado.

Ainda em relação ao IMI, mostrou-se convencido de que Hélder Silva nem no próximo ano iria baixar a taxa do imposto, uma vez que, disse, em função dos problemas financeiros envolvidos, nomeadamente, no processo MafraEduca, a câmara iria ter necessidade de recorrer a aqueles fundos.

Estas tomadas de posição levaram o outro vereador do PS e presidente da comissão política concelhia daquele partido, Sérgio Santos a mostrar-se desagradado, tendo mesmo chamado a atenção de Rogério Costa para as consequências, políticas, certamente, que aquelas tomadas de posição poderiam suscitar.

O Jornal de Mafra contactou Sérgio Santos e convidou-o a apresentar a sua visão dos acontecimentos. Depois de muito instado, declarou reconhecer a existência de divergência entre as posições que o grupo do PS tomou na Assembleia Municipal (AM) na votação do orçamento para 2019 e as posições do vereador Rogério Costa a este propósito. Referiu ainda ser salutar que num partido democrático como o PS seja possível conviver com opiniões diferentes, sendo que nada tem contra o vereador Rogério Costa, bem pelo contrário. Realçou o voto de abstenção dos dois vereadores pelo PS em reunião de câmara, sendo que na discussão posterior, relativa à posição a tomar na AM, o PS mudou de posição, numa reunião para a qual Rogério Costa terá sido convidado, embora não tendo podido estar presente. O objetivo comum será melhorar Mafra, e esse objetivo, disse, mantém-se intocado.

Revelou então que em 2019, o partido socialista irá apresentar 25 propostas, uma proposta por cada reunião de câmara, cabendo essa apresentação, à vez, a cada um dos dois vereadores do PS.

Reforçando o clima apaziguador, Sérgio Santos afirmou que na próxima 6ª feira, estarão os dois vereadores juntos, a representar o partido socialista, no jantar da câmara, tendo então aproveitado a oportunidade para enviar uma “alfinetada” política à maioria do PSD, quando afirmou que ao contrário daquele partido “onde reina a lei da rolha”, no PS todos são livres de expressar opinião, disse.

Recolhidas as posições dos dois vereadores, confirmadas as divergências e, pelo menos, a intenção de as superar, será o tempo a definir que caminho terão as relações políticas entre os dois vereadores que o PS elegeu para a Câmara de Mafra.

 

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