Câmara de Mafra fecha contas de 2018 com 4,7 milhões de euros negativos

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O executivo de Hélder Sousa Silva apresentou ontem em reunião de câmara, a Prestação de contas de 2018 e o respetivo Relatório de Gestão.

Os resultados do exercício poderiam ser resumidos em cinco palavras: 4,7 milhões de euros negativos.

Relativamente às principais fontes de receita da Câmara Municipal de Mafra, as receitas distribuíram-se como se mostra no quadro seguinte. Os saldos transitados da gerências anteriores foram, respetivamente, 7 643 589 € (2016), 9 480 37 € (2017) e 10 817 912 € (2018).

RECEITA COBRADA (principais contributos) (€)
Ano IMI IMT
Transferências do Estado e IRS Transferências de Capital Vendas e Serviços Evolução da Receita Total
2016 19 083 277 4 469 771 11 796 21 1 755 602 9 560 538 65 405 733 €
2017 17 826 980 8 431 192 12 382 642 5 020 949 9 176 243 72 160 297 €
2018 18 935 304 10 127 051 13 223 355 4 550 952 9 439 802 77 718 041 €
O saldo que transitou para 2019 atingiu os 17 021 27 €

Relativamente às despesas, de realçar o facto de as despesas de capital representarem cerca de 40 % da despesa corrente total.

Despesa paga
Despesas com pessoal 16 034 337 €
Aquisição de bens ou serviços 24 219 57 €
Transferências correntes 3 487 217 €
Subsídios 0 €
Outras despesas correntes 777 632 €
Aquisição de bens de capital 16 706 859 €
DESPESAS CORRENTES TOTAIS 44 706 573 €
DESPESAS DE CAPITAL TOTAIS 18 164 514 €

Vejamos agora como é que a despesa se distribuiu em 2018, relativamente a algumas rubricas específicas.

Remunerações 12 256 763 €
Combustíveis 763 088 €
Limpeza 89 916 €
Alimentação 652 718 €
Outros bens 282 531 €
Aluguer de edifícios 4 046 277 €
Transportes 1 356 396 €
Encargos de cobrança de receitas 780 228 €
Outros serviços 10 217 959 €
Transferências correntes
Instituições sem fins lucrativos 1 445 33 €
Famílias 224 223 €
Resto do mundo 4 000 €
Despesas correntes
Investimentos 7 838 792 €
Bens de domínio público 8 868 068 €

Ainda no que diz respeito ao exercício de 2018, no capítulo do Relatório de Gestão dedicado à Análise e Demonstração de resultados pode concluir-se o seguinte.

2016 2017 2018
Total de custos e perdas 54 923 516 € 68 160 977 € 71 205 644 €
Total de Proveitos e Ganhos 54 216 788 € 70 656 395 € 66 423 632 €
Resultado Líquido do Exercício -706 728 € 2 495 418 € -4 782 012 €

Finalmente, a análise dos Indicadores Financeiros revela que a Autonomia Financeira do município tem vindo a reduzir-se, situando-se atualmente nos 71,5 %, o mesmo ocorrendo relativamente à capacidade de Endividamento a Médio e Longo Prazo.

a “navegação à vista” por parte do presidente e do executivo do PSD é perigosa e ineficaz e acarreta as consequências nefastas que começam a ficar visíveis[Sérgio Santos vereador do PS]

As contas de 2018 foram ontem aprovadas na sessão da Câmara Municipal de Mafra com os votos favoráveis do presidente, vice-presidente e dos vereadores do PSD e com as abstenções dos dois vereadores pelo PS.

Ouvido pelo Jornal de Mafra, relativamente às razões que estiveram na base desta abstenção do partido que na vereação faz oposição à maioria absoluta do PSD, o vereador e presidente da comissão política do PS Mafra, Sérgio Santos, afirmou que o saldo negativo deste exercício “merece toda a atenção e preocupação“. Acrescentado que existem “mais questões que podem vir a alterar os valores negativos“, referindo-se às indemnizações ainda não regularizadas, relativas às expropriações de terrenos para a construção da A21. Declarou finalmente que “o partido socialista não pode deixar de reafirmar que a “navegação à vista” por parte do presidente e do executivo do PSD é perigosa e ineficaz e acarreta as consequências nefastas que começam a ficar visíveis”.

Este vereador mostrou-se também preocupado com os investimentos a curto prazo e com o facto, disse, de esses investimentos não estarem a ser feitos em função de prioridades definidas.

De realçar, que o maior partido da oposição, precisamente o PS Mafra, em votação final na Assembleia Municipal, ter votado favoravelmente o  orçamento para 2019. Já em 2018, também em sede de votação final na Assembleia Municipal, a maior parte dos deputados municipais do PS (7 em 8) votaram contra os Documentos de Prestação de Contas de 2017.

 

 

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