A Fenprof, que é a federação nacional de sindicatos de professores revelou hoje que houve casos de covid-19 em pelo menos 122 escolas de 66 municípios, casos que afetaram alunos, docentes ou trabalhadores não docentes. Destas escolas, 106 são públicas e 16 privadas (lista de escolas). No concelho de Mafra, a Fenprof regista as seguintes escolas com casos de covid-19:
JI de Venda do Pinheiro – A escola, o agrupamento e as entidades de proteção civil não divulgaram este caso/surto
EB2.3 de Venda do Pinheiro – A escola, o agrupamento e as entidades de proteção civil não divulgaram este caso/surto
AE Bento Franco (Ericeira) – Foi a associação de pais informou a comunidade
AE Armando Lucena (Malveira) – A comunidade foi informada pelo próprio Agrupamento de Escolas da Malveira
EB Dr. Sanches de Brito (Mafra) – Foi a associação de pais informou a comunidade
A propósito da situação da pandemia nas escolas e no concelho, o Jornal de Mafra pediu alguns esclarecimentos à Câmara Municipal de Mafra, entidade que supervisiona grande parte das escolas do concelho e que coordena, ao nível da proteção civil local, o ataque à pandemia.
O Jornal de Mafra pediu à Câmara de Mafra (CMM) um ponto de situação relativo à evolução da pandemia em meio escolar. Respondeu a CMM nos seguintes termos: “De acordo com a informação que nos é transmitida pelos Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas, considera-se que a situação está sob controlo, estando os casos confirmados a ser acompanhados pela Autoridade de Saúde e a ser prestada a informação, pelos estabelecimentos de ensino, aos encarregados de educação, nos termos do citado “Referencial para as Escolas” [normas relativas ao controlo da transmissão de covid-19 em contexto escolar], elaborado pela DGS“.
Em situação pandémica, o alargamento do número de infetados ao logo do tempo é um dos factos que a caraterizam. Tal como sucede e sucedeu noutras situações pandémicas, a identificação e a proteção dos doentes de risco é um importante fator na evolução da doença na comunidade. Assim, importava conhecer o olhar da CMM relativamente ao recente alargamento da pandemia às comunidades escolares do concelho, bem como, as medidas específicas que o município tomou ou vai tomar para tentar minimizar o risco em meio escolar.
Da informação de que dispõe, esta Câmara Municipal considera que o previsível aumento de casos nas comunidades escolares acontece em linha com o todo nacional. A título preventivo, a autarquia implementou, antecipadamente, várias medidas, designadamente nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, em que as instalações e equipamentos são competência municipal. Foram elaborados Planos de Contingência, disponibilizados equipamentos de proteção individual nas salas de isolamento e atualizados os planos de higienização, contemplando o reforço das limpezas. Para minimizar os riscos de contágio, foram colocados tapetes para limpeza dos sapatos e dispensadores de álcool gel com pedal. Após definição de circuitos de entrada e de saída, estes foram sinalizados, evitando um maior cruzamento de alunos. O funcionamento dos refeitórios foi alterado. As refeições passaram a ser servidas por turnos e foram instaladas divisórias em acrílico em determinadas escolas. As alterações abrangeram, também, o serviço de transportes escolares, que foi adequado em função dos novos horários estabelecidos pelos Agrupamentos de Escolas e escolas não agrupadas. Em complemento destas medidas, a Câmara Municipal distribuiu um pack de quatro máscaras sociais a todos os alunos e pessoal docente e não docente do ensino público e das escolas com contrato de associação, incluindo ao 1.º ciclo, em que a utilização é facultativa. Já depois da abertura do ano letivo, esta Câmara Municipal monitoriza a situação no âmbito da Comissão Municipal de Proteção Civil e tem estado em permanente articulação com a Autoridade Local de Saúde, as Direções dos Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas, assim como com as Associações de Pais e Encarregados de Educação, designadamente através de reuniões. Considerando que a gestão dos estabelecimentos de ensino é da tutela do Ministério da Educação, esta autarquia está disponível para cooperar na eventual implementação de medidas adicionais, caso sejam necessárias.
Finalmente, perguntámos à CMM, como é que via o futuro, como é que estava a preparar o período que se avizinha, quando a pandemia por covid-19 encontrar a gripe sazonal.
A Câmara Municipal acompanha, com redobrada atenção e preocupação, a evolução da situação epidemiológica no Concelho de Mafra, particularmente o elevado desgaste evidenciado pelos diversos profissionais de saúde e o encerramento temporário de Extensões do Centro de Saúde de Mafra, preocupações estas que foram manifestadas junto do Ministério da Saúde.
Uma vez que as entidades públicas encarregues de gerir este tipo de emergências sanitárias no concelho, para além da estatística diária, não têm divulgado em que instituições se têm declarado casos/surtos de covid-19 – nunca é demais referir, que não passa pela cabeça de quase ninguém conhecer e muito menos divulgar seja a quem for e em que circunstância for, nomes ou moradas de pessoas afetadas – resta referir que no concelho de Mafra há noticias confirmadas de surtos nas escolas acima referidas, na Misericórdia da Ericeira e na Sicasal e em outra empresa que não nos foi possível identificar. Depois, há aquilo que sempre ocorre quando a informação disponível é parca e filtrada, há bastantes boatos não confirmados de outros surtos, os quais, por não estarem confirmados, nunca seriam aqui fonte de notícia.
No entanto, embora as autoridades locais mantenham um absoluto silêncio a esse respeito, o Jornal de Mafra confirmou a existência de um surto ativo com pelo menos 25 casos ativos, no Lar do Pousal, localizado no Casal Moinho – Malveira, instituição que entre cuidadores e utentes congrega mais de 200 pessoas.
(Os sublinhados são da responsabilidade do Jornal de Mafra)