Autárquicas 2017 – Entrevistas aos candidatos à Junta de Freguesia de Mafra

Sendo estas as forças políticas com trabalho continuado no concelho ao nível das freguesias, o Jornal de Mafra decidiu entrevistar os cabeças de lista do PSD, PS, CDU e da coligação CDS/PPM/MPT, às freguesias ou Uniões de Freguesia de Mafra, Ericeira, Malveira e S. Miguel de Alcainça, e Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés.

O PSD não respondeu aos pedidos de entrevista que lhe dirigimos.

 

 PS – Hélder Santos Silva
Como é que avalia o actual mandato do actual presidente da Junta de freguesia de Mafra?

O actual presidente tinha uma jogada estudada. Uma jogada que consistia em passar a pasta ao seu número dois, no final dois primeiros anos de mandato. Disse-me directamente que esse era o objectivo, no entanto, foi tramado pela estrutura do PSD que não permitiu que isso acontecesse. Quando entendeu que não ia poder abandonar o cargo, pura e simplesmente, desleixou-se, e neste momento, anda quase ao sabor do vento.

Ele está de saída, correu bem, trabalhou durante os primeiros dois anos, e agora aparece na lista do PSD em sexto lugar, quase por obrigação.

Quais são os pontos fracos e os pontos fortes da freguesia de Mafra?

Mafra tem pago um preço muito alto pelo facto de ser a sede do concelho. Quer com actual presidente da câmara, quer com o anterior, a Junta de Mafra é como se não existisse, não passa de um “verbo de encher”. No perímetro da vila, a Junta não tem quase responsabilidade nenhuma, a câmara aqui não delega, o que no meu ver, é um erro. Neste aspecto, a alteração das competências que vêm do estado para as freguesias, será muito positiva.

Quais são os principais pontos do seu programa de candidatura?

Vamos apostar na dinamização da actividade das olarias artesanais e também do turismo, pois Mafra não pode viver só à sombra do Convento e da Tapada. As rotas do vinho, da fruta e das olarias têm de ser dinamizadas. As alterações legislativas que deverão entrar em vigor lá para Janeiro deverão dar, relativamente à freguesia de Mafra, perto de 1 milhão de euros. Por exemplo, todos os espaços verdes da freguesia passarão para a responsabilidade da junta, excepto o Jardim do Cerco. Com maior autonomia e mais recursos, iremos conseguir fazer mais coisas. Não vou admitir que o presidente da câmara diga “ah, vocês são do PS, por isso eu não vos ajudo”.

Por outro lado, há medidas nossas que este executivo veio por em prática mas que sem o nosso apoio, não se mostraram eficazes, casos do orçamento participativo, onde só votaram 23 ou 24 fregueses, o que é uma vergonha. O mesmo sucedeu relativamente aos transportes para a 3ª idade e carenciados, que deveriam ser feitos por uma carrinha da junta.

Sabe qual é o orçamento da freguesia para 2017?

Sei, é na casa dos 330.000, mas há alguns pormenores que o podem fazer subir para algo na casa dos 350 mil euros.

CDU – Joaquim Batista
Como é que avalia o actual mandato do actual presidente da Junta de freguesia de Mafra?

Há questões que se prendem com a câmara mas que se enquadram na freguesia, nomeadamente os transportes, a saúde, a mobilidade, a questão da água e do saneamento. Temos que analisar o todo, e a questão central, como sabemos, é a água e o saneamento. Há sítios na freguesia onde as pessoas dizem “temos a relva mas não podemos suportar o preço da água”. A água é uma questão central para as pessoas.

Quais são os pontos fracos e os pontos fortes da freguesia de Mafra?

Como disse, a água é uma questão central e estamos a acompanhar muito de perto o regresso da água aos serviços municipalizados do município e entendemos que esta é uma questão fundamental para o futuro. O potencial da freguesia de Mafra é imenso. O Palácio, A Tapada, a própria Escola de infantaria são importantes, devendo haver um enquadramento com a câmara, para que pudesse haver uma gestão destas instituições, de modo a virá-las mais para as populações. Por outro lado, há muitas pessoas do concelho que não conhecem o palácio, por exemplo, e o concelho deveria estar mais aberto à população do concelho.

Quais são os principais pontos do seu programa de candidatura?

O nosso compromisso é ir junto das populações e tentar resolver as questões que nos são colocadas. Teremos então que voltar ao terreno, para tentarmos resolver esses problemas – sempre com as populações – porque são eles que estão em primeiro lugar. Para além das linhas gerais que poderia aqui elencar, o IMI, a mobilidade, os transportes, há aquelas questões específicas da freguesia que teremos de resolver, ou encaminhar para Assembleia Municipal ou para a Câmara Municipal, para que possam ser resolvidos.

Sabe qual é o orçamento da freguesia para 2017?

Terei que ir consultar, porque não estive eleito na actual Assembleia de Freguesia de Mafra.

CDS/PPM/MPT – Sónia Dias
Como é que avalia o actual mandato do actual presidente da Junta de freguesia de Mafra?

Este será o último mandato do executivo que neste momento está à frente da junta, sendo que, em todas juntas ou câmaras em que é o mesmo partido que exerce funções durante vários anos, acabam por se criar vícios e alguma falta de cuidado e de apoio à população. Foi isso mesmo que se verificou na Junta de Freguesia de Mafra, neste mandato que agora termina. Possivelmente sabiam que já não seriam eleitos, não precisavam de angariar votos, e por disso não deram a qualidade e o apoio que os fregueses mereciam

Quais são os pontos fracos e os pontos fortes da freguesia de Mafra?

A freguesia de Mafra precisa de apoio no turismo, sector onde temos grandes potencialidades, que não estão a ser apoiadas convenientemente. Há outra freguesia do concelho que é muito mais apoiada, a Ericeira, enquanto que em Mafra, o seu importante património cultural e religioso, não está aproveitado devidamente e precisa de ser potenciado. Potenciado também pelos particulares, os quais também precisam de ser apoiados para investirem. Por exemplo, temos a capela da Murgeira, restaurada este ano, que estava totalmente degradada e que é património da Junta de Freguesia, e que devia ser publicitada a sua visita. Temos também a Igreja de Sto. André, que está praticamente fechada, temos a aldeia de José franco, que levou Mafra aos quatro cantos do mundo, e cujas potencialidades deviam também ser desenvolvidas.

Quais são os principais pontos do seu programa de candidatura?

Mafra, enquanto freguesia é não só a vila propriamente dita, mas tem em seu redor, uma importante componente rural. Enquanto que a vila está bem cuidada, está bonita, quando nos voltamos para a parte rural, notamos mais desleixo. As vias públicas, os espaços verdes não estão tão cuidados. É importante melhorar o que já temos.

Na área rural há ainda zonas sem saneamento básico, a Junta de Freguesia tem de pressionar a câmara para que essa situação seja ultrapassada, sobretudo agora que os serviços da Bewater vão passar para a câmara.

Para além disso, o comércio local também tem de ser apoiado, para além dos incentivos ao comércio dos produtos tradicionais, pouco mais apoios há. Nos concelhos vizinhos, a situação é diferente, e temos de aprender com os outros aquilo que eles fazem bem e tentar utilizar aquelas soluções e ver se elas resultam também aqui. Os muitos visitantes de Mafra, por via do Convento, não têm depois, na vila, muito mais para fazer. Isto poderia ser feito, aumentando o número de feiras e apoiando mais produtos regionais, permitindo às várias lojas e às várias empresas expor os seus produtos.

Ganha a eleição, quais seriam as suas prioridades para o 1º ano de mandato?

Mais cuidado na limpeza das vias públicas. Quando saímos dos centros, vemos que tudo o resto está ao abandono e é tratado com desleixo. No entanto, neste momento deve notar-se que a junta não tem um orçamento que permita acorrer a todas as necessidades.

Sabe qual é o orçamento da freguesia para 2017?

O último orçamento da Junta de Freguesia de Mafra atinge os 338 mil euros, dos quais, cerca de 42 % são vencimentos, e a junta tem poucas receitas próprias.

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