Autárquicas 2021 | Torres Vedras – Entrevista com Paulo Bento [Aliança]

 

Jornal de Mafra – Que impacto teve ou poderá vir a ter no Aliança, o abandono de Pedro Santana Lopes?
Paulo Bento (Aliança) – O impacto passou por uma menor visibilidade do Aliança, mercê da notoriedade que uma figura como ele empresta a qualquer organização a que pertença, mas esse é um processo já ultrapassado. Estamos agora a trilhar um caminho que se funda nos mesmos princípios e nos mesmos valores, mas com caraterísticas obviamente diferentes, imprimidas por quem agora lidera e dirige o partido.

Jornal de Mafra – Como estão as contas do Aliança? A saída de Pedro Santana Lopes teve impacto a esse nível?
Paulo Bento (Aliança) –
Não gosto muito de falar dessa área da vida interna do partido, mas herdámos, eu e a direção política nacional, um conjunto substancial de compromissos e de dívidas, que felizmente temos vindo reduzir, não acrescentando novos compromissos àqueles que já existiam.

Jornal de Mafra – Sabemos que em Torres vedras houve conversações com o PSD, de resto, como ocorreu em muitos outros concelhos, onde os dois partidos chegaram a acordo. Porque é que não houve acordo em Torres Vedras?
Paulo Bento (Aliança) –
No congresso que ocorreu aqui em Torres Vedras, onde fui eleito presidente do partido, aprovámos um conjunto de orientações, nomeadamente, ao nível da política de coligações.

Aqui em Torres Vedras, não foi por mim, nem pelo Aliança, que não houve acordo [com o PSD o CDS e o PPM]

A minha moção dizia que o caminho a trilhar passava por procurar entendimentos com os partidos não socialistas. Foi isso que fizemos logo a seguir ao congresso, quando fomos apresentar cumprimentos aos outros partidos políticos e lhes manifestámos o desejo de construirmos pontes, para que já nas autárquicas e também, mais tarde, nas legislativas, fosse possível oferecer ao eleitorado uma plataforma de entendimento entre os partidos não socialistas, que pudesse ser uma alternativa ao atual poder da esquerda.

A melhor forma de reconquistarmos o eleitorado é apresentar uma alternativa com um projeto credível e que envolva várias forças políticas, efoi isso que fizemos já nas autarquias, onde temos cerca de quatro dezenas de coligações, que incluem os mais diversos partidos. Temos muitas coligações com o PSD e com o CDS, temos outras com o PSD, o CDS e PPM, outras com o NÓS Cidadãos, outras com o PDR, com o RIR e com o MPT, com um conjunto de partidos, com os quais temos afinidades.

Aqui em Torres Vedras, não foi por mim, nem pelo Aliança, que não houve acordoComo não gosto de falar da vida interna dos outros partidos, o que lhe posso dizer é que se não houve em Torres Vedras um entendimento que permitisse dar corpo àquilo que era a nossa ideia, não foi por nossa culpa. Fizemos aquilo, que com dignidade entendemos que  poderíamos fazer. Quando se ultrapassa um determinado patamar, os partidos perdem a sua dignidade, deixam de prestar um serviço às populações e passam a dedicar-se a um mero “negócio” de lugares, e nós, isso não fazemos, nem pretendemos que outros façam.

Fizemos um esforço, houve um momento em que o entendimento esteve prestes a acontecer, mas não foi possível. Cada um seguiu o seu caminho, mas penso que todos temos o mesmo objetivo, servir as populações, temos é formas diferentes de o fazer.

Jornal de Mafra – Poderá então dizer-se que a falta de acordo resultou da falta de vontade do PSD?
Paulo Bento (Aliança) –
Foi um conjunto de situações relacionadas com questões internas de outros partidos, que demoraram muito tempo a tomar decisões, e uma coisa é estarmos dispostos a fazer acordos, outra coisa é gerirmos os nossos timings, pelos timings dos outros.

As pessoas além de não terem estacionamento, não têm lojas, e deixam de vir para o centro

Jornal de Mafra – Terá pesado nessa falta de acordo, o facto de a negociação ocorrer entre o Presidente do Aliança um peso pesado do PSD?
Paulo Bento (Aliança) –
Não, não foi por aí. Tratou-se mais de um conjunto de indefinições doutro partido. Nós tínhamos os nossos timings, manifestámos uma disponibilidade total para aferirmos da disponibilidade de um entendimento que servisse as populações, mas nós somos ainda um partido pequeno, que carece de tempo para organizar as suas candidaturas.

O processo de negociação decorreu mais cedo porque nós o proporcionámos, mas face a determinado tipo de indefinições, nós tivemos de começar a trilhar o nosso caminho e depois era impossível voltar para trás, porque já havia compromissos com grandes candidatos que o Aliança tem aqui em Torres. Não iria nunca faltar à minha palavra relativamente a esses convites.

Não foi possível, cada um trilhou o seu caminho e todos saberemos encontrar as propostas, que cada um entenda, melhor sirvam as nossas populações.

Jornal de Mafra – A discussão fez-se em torno de propostas políticas ou de lugares nas listas?
Paulo Bento (Aliança) –
Não chegámos sequer a abordar a questão dos lugares. De resto, estou plenamente convencido que a questão dos lugares seria rapidamente resolvida.

Jornal de Mafra – Como olha para a constituição de uma alternativa que possa congregar as forças da direita, quer a nível nacional, quer a nível local?
Paulo Bento (Aliança) –
A responsabilidade de quem se candidata a uma autarquia passa por apresentar os seus projetos e sujeitar-se ao escrutínio dos eleitores, depois terá de saber entender a mensagem enviada pelo eleitorado, tendo sempre em mente, que quando nos candidatamos fazemo-lo para servir as populações, não devendo abdicar daqueles que são os nossos princípios e valores, os quais constituem uma barreira intransponível, tendo por base os interesses das populações e não o interesse partidário. Espero que seja isso que vai acontecer, sejam quais forem os resultados.

Fazer aquilo que há em Aveiro e em várias cidades da Europa, é um centro comercial ao ar livre

Jornal de Mafra – Dado que na maioria dos concelhos vão coligados,  o que distingue verdadeiramente o Aliança do PSD?
Paulo Bento (Aliança) – Só quando os programas começarem a ser divulgados é que poderemos fazer essa distinção, apesar de eu estar plenamente convencido de que quando formos ler os programas de cada uma das candidaturas, há de haver 60 a 70 por cento, ou mais, das propostas que serão coincidentes a todos os partidos.

Por exemplo, damos esta entrevista no centro histórico de Torres Vedras…

Jornal de Mafra – O casco histórico da cidade está bastante degradado. O Aliança tem propostas para o revitalizar?
Paulo Bento (Aliança) – 
Ainda não posso adiantar muito, mas temos uma proposta muito concreta.

Hoje, num sábado de manhã estamos aqui no centro histórico e praticamente não se vê movimento na rua, mas se nos lembrarmos que há 30 anos esta rua era a EN 8, e que todo o trânsito que vinha de norte para sul passava aqui e que o trânsito era uma loucura… Hoje, esta é uma zona pedonal, está fechada ao trânsito e é o que se vê.

Para se revitalizar o centro histórico, entendemos que tem de haver aqui várias ações conjugadas. Temos um centro comercial às portas da cidade, com todo o tipo de serviços e com estacionamento coberto e gratuito, depois, aqui no centro há grandes dificuldades de estacionamento e chove. Por tudo isto, o comércio começou aqui a definhar e a fechar. Resultado, as pessoas além de não terem estacionamento, não têm lojas, e deixam de vir para o centro.

Sempre que alguém toma decisões, há quem concorde e quem discorde, mas uma coisa é inegável, ele era um autarca empenhadissimo [sobre Carlos Bernardes]

A nossa proposta para aqui, embora ainda estejamos a avaliar a sua viabilidade técnica, passa por fazer aquilo que já há em Aveiro e em várias cidades da Europa, um centro comercial ao ar livre. Uma cobertura bonita e translúcida, de modo que a luz entre, permitindo que as pessoas possam passear sem apanhar chuva, onde pudesse haver esplanadas, revitalizando assim o centro da cidade. Para o estacionamento no centro propomos a criação de silos de estacionamento a preços muito acessíveis, de modo a que as pessoas possam chegar aqui após andarem uns 4 ou 5 minutos.

Sei que a culpa não é só da autarquia, que a fechou de uma forma abrupta, o atual estado do centro da ciudade tem também a ver com os proprietários dos espaços, que numa zona morta continuam a pedir valores de aluguer incomportáveis para quem quer investir numa zona que está parada.

Jornal de Mafra – Voltando à questão anterior, o que distingue verdadeiramente o Aliança do PSD, do CDS e do Chega?
Paulo Bento (Aliança) – O que nos distingue é a prática política. Não escondo e tenho grande orgulho em dizê-lo, desde os meus 11 anos, portanto, durante mais de 40 anos, fui militante e dirigente do PSD. Fui deputado com 24 anos, pelo PSD.

Aquilo que distingue os partidos é cada vez mais a sua prática política. Se formos ver a nossa base doutrinária, ela não se distingue muito dos outros paridos à direita. Eu sou um defensor acérrimo dos entendimentos, mas também defendo a bipolarização, como Sá Carneiro também defendia.

Dou-lhe um exemplo, o PSD andou hesitante em relação à nova regulamentação das redes sociais, ora, para nós, a liberdade é um valor fundamental e inegociável. Quando se pretende condicionar aquilo que se pensa ou que se escreve, isso para nós é impensável. E aqui o PSD andou muito hesitante, andaram todos desatentos quando aprovaram aquilo. Nesta área os nossos caminhos são diferentes.

O atual PSD tem sido, no nosso entender, uma muleta do atual governo, quando aquilo que se lhe pedia era que fosse a verdadeira oposição, à qual cabe apresentar alternativas. Após o início da pandemia não houve, da parte do principal partido da oposição, uma afirmação clara das suas diferenças em relação ao governo e isso não foi bom nem para o país, nem para a oposição nem para o atual poder socialista.

Jornal de Mafra – Que propostas têm a Aliança para apresentar aos eleitores de Torres Vedras?
Paulo Bento (Aliança) –
A questão da saúde é vital. Temos a consciência que esta questão diz fundamentalmente respeito ao Ministério da Saúde, mas também nesta área, os municípios não se podem alhear da defesa das populações.

Em Torres Vedras, além do hospital público temos a felicidade de ter 3 hospitais privados, que felizmente vieram para esta cidade e que colmatam algumas das muitas lacunas que há ao nível da saúde, a começar pelo nosso Hospital de Torres Vedras, que está miserável a nível dos serviços que presta, miserável. Não fossem os hospitais privados instalados na cidade e isto seria o caos. A saúde é uma das nossas áreas prioritárias.

Isso irá condicionar bastante os resultados destas eleições, não só pelo desaparecimento de uma figura bem conhecida no concelho, mas por ter sido substituido por alguém menos conhecido, muito menos conhecido,como é o caso da Laura

Identificadas as áreas prioritárias do nosso programa, as listas do Aliança obdecem a dois critérios, procurar escolher cidadãos que em termos profissionais conhecem as matérias que fazem parte do nosso programa, mas que para além das suas competências técnicas fossem pessoas de caráter.

O presidente de câmara tem de preocupar-se com todos os cidadãos, mas as crianças e os idosos necessitam de uma atenção especial. Se entendernos a vida pública como uma profissão e se continuarmos a fazer aquilo que temos feito, o resultado será aquilo que tem vindo a acontecer, um grande aumento da abstenção.

Para além da área da saúde, uma outra prioridade desta candidatura passa pelo apoio ao empresariado, pois são eles que criam postos de trabalho e são eles quem cria condições para o aumento da qualidade de vida das pessoas. Uma outra vertente é a captação de novos investimentos que dêem trabalho aos juvens. Temos muitos jovens do concelho a estudar por esse país fora, que depois não podem regressar a Torres Vedras por não terem cá empresas que lhes permitam desempenhar as funções para as quais estudaram.

O concelho tem dificuldades de mobilidade que é necessário resolver. Toda a zona que vai de Santa Cruz até à A8, ao nó do Amial, é invadida diáriamente por centenas de camiões TIR que têm de passar pelo interior das localidades, com todos os problemas que isso causa às empresas, às populações e ao desenvolvimento turístico da região, por isso, é absolutamente necessário fazer a variante que ligará Santa Cruz ao nó do Amial.

O estacionamento dentro da cidade é outra das nossas prioridades. Queremos criar silos de estacionamento e alterar as regras dos atuais parques, porque o comércio só se desenvolverá se criarmos condições para que as pessoas possam vir à cidade.

A sensação que me fica quando oiço as pessoas na rua é a de que o PS não terá, nem de perto, os resultado que alcançou no passado

Também a área da educação é uma aposta clara. Iremos criar um programa que as pessoas leiam. Dizia um senador inglês que os discursos e os programas devem ser como um bikini, curtos, excitantes mas cobindo os pontos principais.

Jornal de Mafra – Que impacto poderá ter nos resultados eleitorais a trágica saída de cena de Carlos Bernardes?
Paulo Bento (Aliança) –
Não faço a miníma ideia. O ex-presidente trágicamente falecido há umas semanas atrás era uma pessoa do terreno, que vivia os problemas do concelho muitas horas por dia. Sempre que alguém toma decisões, há quem concorde e quem discorde, mas uma coisa é inegável, ele era um autarca empenhadissimo naquela que era a sua convicção da defesa do interesse público. 

Em Torres, o partido socialista fez sempre uma sucessão preparando os fins de ciclo, ou seja, ao fim dos 3 mandatos, quando faltava 1 ano e pouco para as eleições, saia o presidente então em funções e entrava o vice-presidente, que fazia a transição e depois acabava por ser eleito. Desta vez, o PS não o pôde fazer e penso que isso irá condicionar bastante os resultados destas eleições, não só pelo desaparecimento de uma figura bem conhecida no concelho, mas por ter sido substituido por alguém menos conhecido, muito menos conhecido,como é o caso da Laura Rodrigues.

Não foi fácil, certamente, para o partido socialista lidar com esta situação, mas apesar de a terem resolvido com alguma brevidade, a sensação que me fica, quando oiço as pessoas na rua é a de que o PS não terá, nem de perto, os resultado que alcançou no passado.

Jornal de Mafra – A direita está preparada para “aproveitar” essa oportunidade?
Paulo Bento (Aliança) – 
Seria uma boa oportunidade se a direita se tivesse agregado, para poder conquistar a câmara, mas nesta situação, isso é uma incógnita muito grande.

Acho importante que as sete candidaturas já anunciadas, fizessem bem o seu trabalho,  apresentassem as suas propostas, fizessem a avaliação daquilo que foi o exercício deste último mandato e procuressemos, todos juntos, atingir a primeira vitória, que seria baixar os níveis da abstenção, e depois, aguardar o veredito democrático e livre das pessoas.

Jornal de Mafra – E a candidatura do Chega pode vir baralhar as contas na área das direitas?
Paulo Bento (Aliança) –
Não faço a mínima ideia. O único candidato do Chega que eu conheço é o cabeça de lista à câmara municipal, com quem conversei um dia destes numa esplanada. Conversámos de uma forma educada 4 ou 5 minutos e praticamente não falámos de política. Não sei que expressão eleitoral poderão alcançar e não sei quem são os seus candidatos.

Respeitaremos o Chega, como respeitaremos todos os outros partidos, somos todos partidos legalizados. Como somos um partido ainda pequeno gostamos que nos respeitem e por isso respitamos todos os outros partidos, porque cada partido representa pessoas e eu não tenho a pretensão, que as pessoas do meu partido são melhores do que as dos outros, temos é modos diferentes de ver a sociedade. Há gente boa, muito boa, em todos os partidos.

O nosso lema é “das pessoas para as pessoas”, e são as pessoas que temos de valorizar e são elas que teremos de alcançar, de modo a que elas, quando forem votar, o possam fazer o mais esclarecidamente possível.

Jornal de Mafra – O Aliança vai concorrer a quantas freguesias?
Paulo Bento (Aliança) –
Ainda não posso reponder a essa pergunta. Posso dizer-lhe que já temos as listas praticamente prontas para concorrer às maiores freguesias do concelho.

Para os partidos mais pequenos, concorrer a freguesias muito pequenas não é fácil e nós não pretendemos apresentar listas, só porque sim. Por respeito com as populações, não iremos importar cidadãos de outras zonas para fazer listas onde só tenhamos 3 ou 4 pessoas.

No dia 30 de julho queremos entregar as listas que tivermos prontas e queremos ir, pelo menos, a metade das freguesias, ou seja, cobrir cerca de 80 por cento do espectro eleitoral do concelho.

As freguesias mais pequenas, mais do interior do concelho, são aquelas que têm sido menos beneficiadas pela ação da câmara ao longo destes quarenta e tal anos e têm cometido um erro, pois é onde o partido liderante tem as suas melhores votações.

Ficar no sofá a criticar tudo e depois não ir votar, tem de ser combatido

Jornal de Mafra – Quais são os objetivos do Aliança em Torres Vedras? Passam por eleger um deputado municipal?
Paulo Bento (Aliança) –
Essa não é, para nós, uma questão prioritária. A eleição de muitos só tem a vantagem de nos permitir fazer aquilo que nos propomos fazer.

Quando criamos as equipas e os programas, o intuito é sempre obter o melhor resultado possível, mas como já tinha referido, estas eleições no concelho de Torres irão ser uma lotaria, assim, não tenho uma perceção dos resutados.

Tenho duas preocupações, que as propostas que iremos apresentar sejam sérias e credíveis e que as pessoas que lhes vão dar corpo dignifiquem a candidatura. Não perco um minuto de sono, e tenho dormido muito pouco, a pensar nos resultados que poderemos obter.

A vantagem de um pequeno partido, com listas compostas por quase 98 por cento de cidadãos que eu nem sei qual é o seu sentido de voto nas legislativas, poder concorrer a estas eleições é podermos ir de cara lavada, apresentando candidatos competentes.

Há os que andarão preocupadoas, uns com medo de perder poder, outros porque ainda não será desta que chegam ao poder, mas eu, que já estive num partido grande, a vantagem que vejo em fazer listas num partido pequeno é permitir-nos a nobreza de espírito para poder escolher os melhores.

Espero, isso sim, que a abstenção baixe e que os restantes 6 candidatos possam falar de forma clara, tenham propostas concretas para as pessoas, para que os eleitorrs não digam que somos todos iguais.

Ficar no sofá a criticar tudo e depois não ir votar, tem de ser combatido.

Jornal de Mafra – Nos seus contactos com a população tem notado esse afastamento da política por parte das populações?
Paulo Bento (Aliança) –
Não muito, embora isso seja já um dado adquirido. Tenho notado, isso sim, que algumas pessoas que nunca fizeram parte de partidos políticos, porque os partidos se fecham muito e basta olhar para as listas ao longo dos anos para ver que as pessoas são quase sempre as mesmas, empresários de sucesso, médicos de sucesso, engenheiros de sucesso, não vêm para a política  porque, provavelmente, nuca ninguem os convidou. Nos convites que fizemos, notámos que, finalmente, há uma predisposição daquele segmento da sociedade para considerar que chegou o tempo de dar o seu contributo.

 

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