Encarregou-me a Organização da CDU em Mafra, enquanto mandatário das listas concorrentes às eleições locais de, em artigo de opinião transmitir a análise que foi feita pela nossa Comissão Concelhia relativamente às eleições do passado dia 26 de Setembro.
A Comissão Concelhia congratulou-se com a campanha efectuada, na qual participaram dezenas de camaradas e amigos do PCP e do PEV que permitiu a distribuição de 44.000 “flyers” no concelho de Mafra (10 000 documentos de prestação de contas, 20 000 com os eixos do programa da CDU à Câmara e Assembleia e 14 000 com os eixos do programa de 6 das 11 freguesias do concelho).
A distribuição foi efectuada presencialmente por militantes da CDU que percorreram mais de mil de quilómetros a pé.
Os documentos foram distribuídos nas ruas e estabelecimentos em mão e nas residências dos Mafrenses.
Foi notável o empenho dos camaradas e amigos que, depois de ano e meio de isolamento provocado pelas desproporcionadas medidas de combate à pandemia, corresponderam ao chamamento para o trabalho da campanha.
As acções de campanha e de elaboração de listas tiveram resultados imediatos nas potencialidades do desenvolvimento da organização relativamente ao número de novos militantes e apoiantes com importante refrescamento da estrutura etária.
Os resultados da CDU no concelho estão em linha com os resultados dos concelhos vizinhos.
Em Mafra não atingimos o objectivo de reforço da representação autárquica, foi eleito um membro da Assembleia Municipal e cinco membros de Assembleias de Freguesia.
As condições de trabalho não se alteraram substancialmente.
O efeito de “eucalipto” do PSD não foi beliscado, saiu mesmo reforçado, não pelo número de eleitos directos, vereadores e membros das Assembleias Municipal e de Freguesia, número igual ao de 2017, mas pelo reforço trazido pelos partidos seus sucedâneos com mais 3 membros na Assembleia Municipal e cinco membros nas Assembleias de Freguesia.
A política do PSD e seus sucedâneos vai permitir a continuação da síndrome do D. João V, com muita obra e alcatrão de fachada, algumas bonitas de se ver, mas a custos que permitiriam, por proximidade, corresponder melhor às necessidades da população, quer ao nível dos espaços verdes e lazer, quer ao nível do apoio à mobilidade (estacionamento junto aos eixos rodoviários sem concentração nos “grandes” parques que talvez sirvam os interesses das transportadoras, mas não dos Mafrenses), para já não falar nos aspectos culturais e desportivos focados em Mafra, no palácio, e para turista, na Ericeira.
Com as dificuldades próprias do concelho, acrescida com as dificuldades nacionais, sem comunicação social local independente significativa, vamos continuar a ser vítimas da intensa campanha anticomunista movida pelos órgãos de comunicação social nacionais escondendo e ou denegrindo as nossas acções e propostas.
Mas hoje, a organização da CDU em Mafra, já está ao lado dos Mafrenses para travar a batalha para viver melhor em Mafra:
– Vamos, contigo, lutar para baixar a taxa do IMI;
– Vamos, contigo, lutar pelo preço justo da água;
– Vamos contigo, lutar pela melhoria dos transporte e diminuição do seu custo;
– Vamos, contigo, lutar por uma rede pública de berçários e creches;
– Vamos, contigo, lutar pela construção de lares públicos que permitam um fim de vida digno e em segurança;
– Vamos, contigo, lutar pela melhoria das condições de saúde no concelho, em particular para que cada Mafrense tenha médico de família;
– Vamos, contigo, lutar para melhorar o ensino público;
– Vamos, contigo, lutar pelo desenvolvimento da produção e fruição pelos Mafrenses da cultura e desporto.
Em paralelo e, porque a CDU não tem uma cara em Mafra e outra no resto do país vamos lutar com os Mafrenses e com os portugueses por:
– Melhoria dos salários (tão necessária também em Mafra, cuja Câmara se orgulha de ter os salários mais baixos da região);
– Recuperação do poder de compra dos reformados assumindo um aumento de todas as pensões que contribua também para valorizar as carreiras de quem descontou uma vida;
– Investimento nos serviços públicos, começando pelo SNS e com prioridade para a valorização das carreiras e dos salários, a fixação dos profissionais e o reforço das unidades de saúde;
– Uma política fiscal que desagrave de facto os rendimentos mais baixos e intermédios e tribute decididamente os dividendos, lucros e património elevados;
– Resposta aos problemas de habitação seja pela construção de habitação pública com financiamento do Estado e intervenção das autarquias, seja pela alteração da lei do arrendamento que garanta estabilidade e controlo do valor das rendas.
Lutaremos também por outras opções que assegurem instrumentos económicos e a base material capaz de desenvolver o País. Impõe-se a recuperação do controlo público de sectores e empresas estratégicas; a diversificação da actividade económica, travando a desindustrialização, promovendo a substituição de importações por produção nacional; o combate à degradação ambiental, com a promoção do transporte público, da produção local e nacional, a defesa da água pública, a promoção da soberania e eficiência energética.
PORTUGAL TEM FUTURO!
Por José Martinez