Quem é Joaquim Azevedo Silva, o homem que está por trás do candidato?
O Joaquim Azevedo tem 43 anos, é pai de duas crianças, casado há 21 anos. Escolhi o concelho de Mafra para ver crescer os meus filhos, um concelho com um clima ameno, com boas estruturas e um concelho seguro. Sou humanista por natureza, gosto de pessoas, gosto de conhecer pessoas, gosto de falar com elas. Em termos profissionais, tenho a sorte de poder trabalhar com pessoas, pois a minha vida tem sido feita na área comercial. Sou do Sporting, embora não ligue muito a futebol, a minha preferência vai para o atletismo e para a Fórmula 1. Gosto de conviver, gosto de uma boa patuscada com os amigos, que apreciam muito o nosso clima ameno e gosto muito do mar. Vivo no concelho há cerca de 14 anos, já fui presidente da Associação de Moradores do Barril.
Como é nasce o seu gosto pela actividade política?
O meu gosto pela política nasce a partir do convívio com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, era ele presidente do PSD. Bem mais tarde, acabo por me filiar no CDS respondendo a um desafio do presidente da concelhia de Sintra, que me dizia, precisar de pessoas que lhe dissessem frontalmente aquilo que pensavam. Fiz parte da comissão política do CDS em Sintra, fui conselheiro nacional, fui candidato a vereador e a deputado municipal e também trabalhei numa empresa municipal. Quero dizer, no entanto, que nunca dependi da política.
Quais são as principais potencialidades e as principais deficiências do concelho de Mafra?
O sector do turismo é uma das potencialidades do concelho, sendo uma fonte de receita brutal para os municípios. Compreendo mal que Mafra, com um aeroporto a 25 quilómetros de distancia, não possa capitalizar mais nesta área. Mas o concelho não são só estradas, não são só infraestruturas, são sobretudo pessoas. Não concebo que um concelho que tem fracas respostas sociais, nomeadamente em relação aos idosos, não tenha o investimento necessário nesta área, de modo garantir efectivamente a qualidade de vida, nomeadamente a qualidade de vida dos nossos idosos, mais ainda, se tivermos em conta os custos elevadíssimos dos lares privados, não havendo oferta social a este nível. Não entendo como é possível que Mafra não conste no pacto dos autarcas, na redução da pegada poluente, seria possível ir buscar aí financiamento quer para as empresas, quer para a própria autarquia.
Como é que avalia politicamente a permanência da mesma força politica no poder em Mafra, durante tantas dezenas de anos ?
Antes de mais, este PSD de Mafra não é o PSD de antigamente, dos anteriores executivos. Reconheço que houve coisas positivas e importantes feitas nos últimos 4 anos, mas não foi tudo feito. O facto de, em termos de saneamento, haver pessoas no concelho que não dispõem ainda das condições básicas, não é aceitável. O mesmo se passa com os transportes, necessitamos de uma rede de transportes que permita aos munícipes deslocarem-se para onde necessitam. Seja com este PSD ou com qualquer outro partido, quase 40 anos de governação levam a que surjam vícios, levam a formas de fazer as coisas que não carecem de escrutínio, porque eles sabem à partida que as medidas passam. Assim, vejo como uma mais valia para o concelho, a possibilidade de a população nos dar uma voz que permita por na agenda alguns pontos que são importantes.
Como é que avalia este mandato de Hélder silva à frente da Câmara municipal de Mafra?
O seu primeiro mandato servirá para se mostrar, o segundo servirá, eventualmente, para realizar grandes feitos e o terceiro será de despedida. Esperamos que no segundo mandato as obras se foquem mais nas pessoas e menos no alcatrão e naquilo que é fácil de fazer. Muitas vezes, quando apostamos nas pessoas, as coisas não ganham logo grande visibilidade, é mais fácil fazer uma rotunda, um passeio ou uma ciclovia. É muito mais difícil apostar no saneamento, que é algo enterrado no chão, é muito mais difícil apostar nas obras sociais e no apoio domiciliário. Isto não é o mais visível, isto nem sempre trás votos, mas é, porventura, o que pode melhorar a vida das pessoas. O próximo mandato deveria caracterizar-se por uma maior aposta nas pessoas, seja quem for o presidente. Não contem comigo para dizer mal apenas porque sou da oposição. Houve coisas muito bem feitas neste mandato, nomeadamente o esforço de equilíbrio financeiro. Hélder Silva recebeu uma câmara muito endividada, mas a culpa não é nossa, é sim de quem esteve esses anos todos no poder e deixou a dívida. Houve também alguma preocupação na recuperação de património. Mas, no que diz respeito a melhorar a qualidade de vida das pessoas, podia ter-se ido mais além.
Caso vença, que marcas imprimirá à gestão da câmara de Mafra?
Seria um mandato muito focado nas pessoas e na sua qualidade de vida, como já referi, e as obras de rua seriam as que se mostrassem manifestamente necessárias.
Mas não é o PSD que reivindica para si o primado da qualidade de vida do concelho?
Mas a qualidade de vida não é um slogan. Por exemplo, num concelho com gente idosa, temos de ser capazes de, em colaboração com IPSS’s, criar condições de resposta social para esta população, aumentando os serviços prestados aos idosos para índices que sejam aceitáveis para as pessoas. Não podem é ser soluções onde seja preciso pagar 3 000 euros para as pessoas lá ficarem. No campo da educação temos de ser capazes de introduzir o estudo da história de Mafra nas actividades e nos manuais das crianças do concelho. Há ainda que baixar os impostos que a câmara cobra, quer às famílias, quer às empresas.
A que é que se ficou a dever a recente mudança de protagonistas políticos no CDS-PP de Mafra?
Tal como referi anteriormente, em relação à permanência dos mesmos no poder municipal durante tanto tempo, o mesmo se passa no CDS-PP. É natural que ocorrem mudanças tendo as mudanças de ser legitimadas. Esta não é uma candidatura à revelia, é uma candidatura apoiada quer localmente, quer pelas estruturas distritais e nacionais. Cabia-me a mim fazer alguma coisa por este concelho, investir aqui a minha experiência politica colhida num concelho vizinho e no concelho nacional do partido, apoiado aqui pelo professor Alves Pardal, presidente da concelhia e também por Mário de Sousa e pelo resto da comissão política. Este é um desafio difícil, mas eu sou optimista, e penso que se formos coerentes, consistentes e se soubermos para onde vamos, então, pode não ser já, mas mais tarde ou mais cedo isso esses esforços serão correspondidos. Assumirei as minhas responsabilidades, independentemente do sucesso que se obtenha.
Na Junta de Mafra houve um acordo entre o CDS e o PSD, como é que correu? Estão em perspectiva novos acordos?
Todos os nossos eleitos assumirão as suas responsabilidades. Verificando-se que a incorporação dos elementos que nós elegemos nas freguesias, na assembleia ou na câmara, será uma mais valia, então o CDS avaliará a situação e desde que não seja só para ocupar lugares, desde que seja para prosseguir ideias de acordo com aquilo que defendemos, então podem contar connosco, com o nosso contributo, quer seja o PSD, quer seja outro partido qualquer. As 30 ideias prioritárias que temos para o concelho são ideias nossas, mas não são para ficar para nós, elas ficam à disposição de quem as possa e queira implementar bem. Cheques em branco ou ocupar lugares só para os ocupar, isso não.
Que avaliação fazem do acordo na Junta de freguesia de Mafra?
De uma forma geral correu bem e quanto mais acordos for possível fazer maiores seriam as mais-valias para as populações.
Como é que vê o futuro do CDS no concelho?
Nós só sabemos para onde vamos, se soubermos de onde vimos. Hoje, o CDS tem um trabalho feito e deve-o a todos aqueles que foram capazes de dar a cara, quer como candidatos, quer como dirigentes. Impressiona-me o receio que há, de dar a cara, eventualmente, para todos os partidos, menos para aqueles que estão no poder há tantos anos. O papel de todos aqueles que se têm mantido, que têm dado a cara, que têm representado, que têm abdicado da sua vida pessoal para estar ao serviço de um partido, seja ele qual for, esse papel tem de ser relevado, sobretudo quando a governação está a cargo dos mesmos há tantos anos.
Perspectivo um bom resultado para o CDS. Tendo em consideração o concelho onde estamos e o histórico, o cenário eleitoral é previsível. Será um bom resultado se o CDS for capaz de eleger em todas as freguesias, se formos capazes de aumentar o número de eleitos na Assembleia Municipal e se formos capazes de eleger um vereador, então esse será um bom resultado, um excelente resultado.
No futuro, o CDS enfrentará desafios significativos. Caso a votação nos mesmos seja reforçada, então, teremos de reinventar de a forma de fazermos passar a nossa mensagem e esse desafio não será só nosso, mas de todos os que não ganham as eleições. No caso do CDS teremos de encontrar mais quadros que residam no concelho, gente desta nova geração, que possa ser uma mais-valia no crescimento do partido.
Porque é que em Mafra, o candidato do CDS à presidência da câmara, não é o presidente da comissão política concelhia?
Porventura porque o Prof. Alves pardal entende que eu poderei trazer iguais valias, e por outro lado, por razões laborais, o professor tem estado fora do país tornando a sua candidatura mais difícil. O partido tem quadros, tem gente capaz, por acaso a escolha recaiu em mim, mas temos, felizmente, várias pessoas que poderiam ser escolhidas.