Hoje mais uma vez se cumpriu a tradição, realizou-se a Cerimónia de Homenagem ao Resistente Jacinto Correia, junto ao Monumento erigido em sua memória no jardim da alameda sul do Palácio Nacional de Mafra.
Jacinto Correia, nasceu na Zambujeira do Mar, concelho da Lourinhã, no ano de 1759, residiu em Atouguia de Baleia, onde acabou por casar e onde nasceram quase todos os seus filhos (7 dos seus 8 filhos), tendo depois rumado para Mafra onde trabalhou com os frades do Convento.
A 25 de Janeiro de 1808 foi fuzilado pelas tropas invasoras do exército francês. O “herói de Mafra” é considerado a 1.ª vitima oficial, em toda a península ibérica, às mãos dos exércitos de Napoleão, durante a Primeira Invasão Francesa.
Reza a história que:
“Ao final da manhã, o jornaleiro Jacinto Correia, habitante da área, de 46 anos, casado e com filhos, dirige-se, como habitualmente, para casa com o produto do seu trabalho. No caminho, é abordado bruscamente por dois soldados franceses que o pretendem roubar. Jacinto Correia não teme e não cede, segue-se uma violenta luta entre os três homens. O jornaleiro saloio, homem de rija têmpera e habituado ao trabalho duro do campo, habilmente e com raiva, brande a foice roçadora que transporta e golpeia mortalmente os dois soldados que o atacaram.
Em pouco tempo, uma força militar francesa detém Jacinto Correia, que é presente a tribunal e julgado num Conselho de Guerra.
Apesar de algumas autoridades locais tentarem o perdão do jornaleiro, o Tribunal empurrou o processo para uma incriminação do réu, que impunha punir exemplarmente.
Em determinada altura do julgamento, porque o jornaleiro apresentava uma atitude de serenidade e desafio, foi-lhe perguntado por Loison, comandante militar francês da região, “se o arrependimento já tinha exercido algum efeito no seu espírito”. A resposta, tão convicta como desconcertante, “se todos os Portugueses fossem como eu, não ficaria um francês vivo”, enraiveceu Loison.
Jacinto Correia foi condenado à morte e fuzilado no campo da Alameda, no topo sul do Convento de Mafra, a 25 de Janeiro de 1808.”
[in, Linhas de Torres]