A última sessão da Assembleia Municipal de Mafra, que teve lugar na última quinta feira, foi marcada pela ausência dos deputados municipais do PS, por defenderem que em função do atual estado de pandemia, aquela sessão devia ocorrer por videoconferência.
Presentes, pois, as bancadas do PSD (maioria absoluta), da CDU (2 deputados) e do PAN (1 deputada), o Bloco de Esquerda, embora tenha um assento na assembleia, há muito que deixou de comparecer.
O período antes da ordem do dia é aquele onde, em condições regulares, pela apresentação de declarações políticas ou de moções, se estabelecem diferenças de posição, se esgrimem argumentos políticos e se mede a força, quer do número de deputados que servem cada força política, quer dos argumentos em presença.
Nesta assembleia, todas as forças políticas presentes, apresentaram moções ou recomendações, que foram submetidas à apreciação de todos os deputados municipais.
O PAN apresentou 2 moções (ambas votadas desfavoravelmente pelo PSD). A CDU apresentou também 2 moções (ambas votadas desfavoravelmente pelo PSD). O PSD, por seu lado, apresentou 3 moções, as quais tiveram o mérito de conseguir a aprovação da assembleia, por unanimidade.
Assim, a assembleia rejeitou o apoio à reposição das freguesias que foram englobadas nas atuais uniões de freguesia (CDU), o apoio à luta dos trabalhadores em torno das estruturas sindicais da CGTP (CDU), rejeitou também uma moção que defendia várias medidas propostas “Pelo desenvolvimento saudável das crianças nas escolas” (PAN) e a “Criação de uma rede municipal de feiras especializadas em vendas em segunda mão, trocas e destralhes” (PAN).
Em contrapartida, a Assembleia Municipal de Mafra aprovou por unanimidade (PSD, CDU e PAN), as 3 moções apresentadas pelo PSD: (1) ” Manifestar ao Governo a sua manifesta preocupação quanto à eminente transferência de competências, para o Município de Mafra, no domínio das áreas portuário marítimas solicitando que seja encetado um indispensável processo negocial que salvaguarde, no futuro, a adequada gestão do Porto de Pesca da Ericeira e, assim também, os interesses da comunidade piscatória local”, (2) “Solicitar ao Governo que desenvolva diligências com vista à rápida entrada em funcionamento do equipamento de raio X da Unidade de Saúde de Mafra Norte, bem como ao reforço dos profissionais necessários à adequada prestação de cuidados de saúde aos munícipes do Concelho de Mafra” e (3) “solicitar ao Governo que desenvolva as necessárias diligências com vista à adequação da rede escolar de Mafra às verdadeiras necessidades do Concelho, designadamente o investimento imediato na ampliação da capacidade do parque escolar dos 2.º e 3.º ciclos e na construção de uma nova Escola Secundária nas zonas da Malveira/Venda do Pinheiro/Milharado”
A conclusão parece simples, as forças políticas presentes nesta sessão da Assembleia Municipal reconhecem ao PSD a capacidade de iniciativa política, a assertividade política e a probidade da sua linha executiva, viabilizando a sua visão tática nas áreas da saúde, das pescas e da educação, que estas 3 moções representam.
É certo que o maior partido da oposição concelhia, o PS, não esteve presente nesta sessão, mas não deixa de ser verdade, que também esta força política tem apoiado a política cultural do executivo, a sua importante estratégia no que respeita à gestão municipal da água e do saneamento e que, em termos genéricos, tem carimbado a esmagadora maioria das medidas que a maioria tem levado à discussão, quer em sede do executivo camarário, quer na assembleia.
A um ano de eleições autárquicas, Hélder Silva, com a força suplementar que a presidência nacional dos Autarcas Social Democratas lhe proporciona, parte para o seu último mandato com a segurança e a tranquilidade que a sua profissional e esforçada gestão política do concelho lhe têm proporcionado.