Na última sexta-feira, 26 de Janeiro, tiveram lugar as eleições internas na concelhia de Mafra do Partido Socialista.
Segundo os estatutos deste partido, a comissão politica concelhia é eleita […] de entre listas completas […] suportadas, obrigatoriamente, por moção de orientação global subscrita pelos candidatos”
Depois de uma longa campanha eleitoral em que se apresentaram dois candidatos – Pedro Tomás e Alexandre Seixas – e depois de o presidente da concelhia, Sérgio Santos ter afirmado publicamente que não se recandidataria, a verdade é que, no final da campanha interna, só uma lista se apresentou às eleições, lista encabeçada precisamente pelo actual – e futuro – presidente da concelhia, Sérgio Santos, ele também vereador do PS na Câmara Municipal de Mafra.
Embora tenhamos tentado conhecer a constituição nominal da lista vencedora, não nos foi dado acesso a ela. Sabemos, no entanto, que essa lista é presidida por Sérgio Santos, terá como número dois, José Graça, e integrará também ambos os ex-candidatos, Pedro Tomás e Alexandre Seixas.
Relativamente à situação anterior, o realce recai sobre a manutenção de Sérgio Santos – naquela que será a sua última candidatura permitida pelos estatutos daquele partido – na presidência, a integração de Pedro Tomás, próximo do anterior secretário geral do PS, António José Seguro, e tido geralmente como representando em Mafra a sensibilidade que naquele partido defende o bloco central, e de Alexandre Seixas, na direcção daquele que é o maior partido da oposição mafrense.
Esta solução, surge pois como uma solução de compromisso entre as principais sensibilidades do PS Mafra, um partido que parece já habituado a ser oposição e que tem encontrado muitas dificuldades para se afirmar como alternativa no panorama político do concelho.
Esta solução, num plano de continuidade, não parece, à primeira vista, capaz de romper com a realidade de subalternização política a nível local, que tem caracterizado o PS Mafra ao longo das últimas décadas.