Está de regresso, a Torres Vedras, o Festival de Música Antiga.
O festival é constituído por quatro concertos e um workshop e realiza-se entre os dias 7 de maio e 11 de junho.
Para o seu diretor artístico, Daniel Oliveira, “uma vez mais o Festival de Música Antiga de Torres Vedras visita o magnífico património histórico de Torres Vedras. É um prazer imenso aliar a música ao património, respirando a obra musical no seu habitat natural. Deixo assim o convite para mais uma edição que promete ser bastante rica na sua variedade, trazendo ao concelho de Torres Vedras grupos e músicos de renome nacional e internacional no campo da música antiga (…)”.
O concerto inaugural do Festival realiza-se amanhã, dia 7 de maio, e é um concerto de homenagem a Carlos Bernardes.
O programa dos concertos é o seguinte:
7 de maio
16h30 – Igreja de Santo António, Convento do Varatojo
Concerto de homenagem a Carlos Bernardes
Um concerto dedicado e em homenagem a Carlos Bernardes, com um programa bastante intenso e profundo dedicado à Missa de Requiem, com música dos nossos maiores polifonistas dos séculos XVI e XVII sobretudo ligados à Sé de Évora, tais como Francisco Martins, Estevão de Brito ou Frei Manuel Cardoso.
Interpretado por um dos grupos mais conceituados da atualidade e especialista na polifonia portuguesa, o agrupamento vocal Olissipo, proporciona uma autêntica viagem pela prática litúrgica nas principais catedrais portuguesas durante os séculos XVI e XVII, através do belo espaço visual e acústico que é a Igreja de Santo António do Varatojo.
Soprano: Elsa Cortez
Mezzo Soprano: Lucinda Gerthardt
Tenor: Carlos Monteiro
Barítono e direção: Armando Possante
20 de maio
21h30 – Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Matacães
O esplendor barroco à luz das velas
Um concerto bastante luminoso que convida o ouvinte a viajar pelos afectos barrocos e pelo virtuosismo desse período. Fazendo referência a imponentes árias vocais retiradas de algumas das oratórias mais emblemáticas, assim com a belas sonatas de igreja, este concerto é claramente um convite às sensações. De momentos bastante eufóricos até outros bem íntimos.
Contando com a expressividade da voz da cantora Mariana Castello- Branco e da violinista Raquel Cravino, dois expoentes da música antiga em Portugal, este concerto é também uma autêntica simbiose entre a acústica de uma das igrejas mais antigas do concelho de Torres Vedras e monumentais obras musicais de consagrados compositores como Haendel, Vivaldi ou Telemann. Uma autêntica dança mágica entre o passado e o presente, num ambiente bem especial à luz das velas.
Soprano: Mariana Castello-Branco
Violino Barroco: Raquel Cravino
Violoncelo barroco: Catherine Strynckx
Cravo e baixo contínuo: Daniel Oliveira
4 de junho
16h30 – Ermida de Nossa Senhora da Purificação do Sirol
Cifras de Viola” Música portuguesa do Codex Coimbra (séculos XVII e XVIII)
O recital aqui proposto – Cifras de Viola – é resultado do trabalho de recolha e transcrição de repertório do Manuscrito Musical 97 da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra – “Cifras De Viola Por varios Autores Recolhidas Pelo Licenciado Joseph Carneyro Tavares Lamacense”, também cohecido como Codex Coimbra.
A compilação de Tavares Lamacense é a maior do género para um só instrumento (viola de 5 ordens) – com mais de 200 obras inéditas, de grande qualidade e variedade.
Um programa íntimista, localizado no tempo histórico da acolhedora e bela Ermida de Nossa Senhora da Purificação do Sirol.
Guitarra Barroca e teorba: Tiago Matias
11 de junho
16h30 – Igreja de Nossa Senhora da Luz, A dos Cunhados
Passacaglias, Danças e Polifonias renascentistas
Este concerto apresenta dois dos instrumentos nunca ouvidos nas edições anteriores do Festival de Música Antiga de Torres Vedras. São eles a charamela e a sacabuxa, sendo dois dos instrumentos fundamentais da chamada Música Alta, ou seja, a música produzida por ensembles de sopros.
O Music`Alta, agrupamento que recria a função dos “Ministréis” músicos que tocavam instrumentos de sopro em grupo e com funções muito específicas como as entradas reais, acompanhamento de procissões e presença nas capelas musicais do século XVI e inícios do século XVII.
Este agrupamento, composto por cinco elementos dará a conhecer algum do belo reportório polifónico português, oriundo dos principais cancioneiros portugueses como o Cancioneiro de Elvas ou o Cancioneiro do Palácio.
Começando com uma passacaglia, uma peça lenta e que servia para acompanhar as procissões, o concerto terá início no espaço exterior convidando o público a percorrer algumas ruas da aldeia, seguindo-se o concerto na igreja abordando os vários ambientes litúrgicos e demonstrando como a dança estava na matriz da música polifónica cantada e tocada nos templos sagrados de então.
Charamela soprano: João Mateus
Charamela alto, gaita-de-foles & alaúde: Joaquim António Silva
Sacabuxa tenor: Hélder Rodrigues
Sacabuxa tenor: Paulo Cordeiro
Traverso & pandeiro: João Barroso
O workshop de guitarra barroca ministrado por Tiago Matias realiza-se no dia 3 de junho e está aberto a alunos de música, famílias, músicos ou apenas curiosos.