O mundo dos videojogos pode ser definido pela variedade. Existe um título para cada gosto, desde os mais novos e ultrarrealistas, até aos clássicos inspirados nas cartas e nos tabuleiros. Independente do estilo, a tecnologia é o grande motor por trás de todos eles. Afinal, o grande desafio é conquistar a atenção do jogador e oferecer horas de lazer de qualidade.
Nesse sentido, a transformação digital trouxe ao mundo virtual diversos jogos que nasceram no mundo analógico. Nesses casos, o trabalho já está “quase” feito. Afinal, as regras, os objetivos e toda a dinâmica de jogo já existem, é só uma questão de encontrar a forma certa de replicar a experiência real no ambiente online.
Dada a natureza destes jogos, existem duas tecnologias que se destacam. Seja no tabuleiro ou nas cartas, estão presentes a imprevisibilidade dos dados e os movimentos inesperado dos outros jogadores. Para simular essas características fundamentais, os programadores apostam na Inteligência Artificial e no Gerador de Números Aleatórios, mais conhecido pelas siglas RNG (Random Number Generator).
Números impossíveis de prever
Nas provas de matemática existem questões que pedem aos alunos que, após ler uma sequência numérica, indiquem qual será o próximo número. Pois bem, quando falamos da tecnologia de RNG tal exercício é impossível. Estes sistemas são desenvolvidos para gerar números de forma aleatória, sem seguir nenhum padrão. Além disso, é uma tecnologia “sem” memória, tornando a previsão impraticável.
A primeira vez que essa tecnologia entrou em cena foi em 1951, quando foi utilizada num computador capaz de gerar até 20 bits aleatórios por vez utilizando ruído elétrico. Essa tecnologia foi idealizada por Alan Turing, um dos nomes mais importantes para o desenvolvimento da computação.
Assim, com estas características, a tecnologia de RNG dá a vida a diversos jogos de cartas e tabuleiro que fazem sucesso no mundo digital. Com os números gerados de forma aleatória é possível manter a integridade do jogo e criar um ambiente justo para todos os jogadores.
A tecnologia é a alma do negócio
As origens do blackjack são desconhecidas, alguns afirmam que o jogo nasceu na Itália, onde era conhecido como Trinta-e-um, outros afirmam que foram os franceses, com o seu “Vingt-Un”. No entanto, o primeiro registo da modalidade aparece no conto “Rinconete y Cortadillo”, escrito por Miguel de Cervantes.
Na internet, muitas são as plataformas que disponibilizam esta modalidade de casino. No entanto, são as plataformas especializadas que oferecem a experiência mais próxima do real, pois, elas investem em tecnologia, especialmente a RNG (Gerador de Números Aleatórios), que dá ao jogo os mesmos ares do mundo real. Este sistema é a “alma” dos jogos de casino online, pois consegue reproduzir eventos aleatórios.
Como é de se imaginar, outros clássicos jogos de cartas contam com o RNG para dar vida as partidas. Afinal, é fundamental manter o inesperado.
Outro clássico das cartas que ganhou espaço na web foi o UNO. O tradicional jogo de cartas é um dos passatempos mais populares de sempre. A sua fácil jogabilidade e as regras simples são atrativos para todas as horas. Além disso, também consegue criar rivalidades competitivas entre jogadores.
No mundo online, o UNO segue a mesma linha de sempre, com as suas cartas especiais, entre elas aquelas que obrigam o seguinte jogador a comprar 1, 2 ou 4 cartas do monte. No entanto, o desafio agora é global. Em plataformas e aplicações próprias é possível jogar contra jogadores espalhados pelo mundo, além, claro, de ser possível organizar partidas com os amigos.
Outra vertente do UNO que faz bastante sucesso é a sua aplicação para telemóvel. Uma aplicação que replica a essência deste famoso jogo de cartas.
Na mente do jogador
O xadrez é conhecido como um desporto mental por excelência. Dentro das suas 64 casas, sairá vencedor aquele que souber aplicar melhor a sua estratégia e adaptar-se ao jogo do oponente. O desafio está em ler o jogo e conseguir encontrar o equilíbrio entre ataque e defesa, até fazer cair o rei adversário.
No que toca à tecnologia na modalidade, a ideia de um duelo entre homem e máquina não é nova. Em 1978, ocorreu o primeiro, David Levy, campeão escocês da modalidade, venceu o primeiro round, porém, não o definitivo. Em 1997, a IBM desenvolveu a inteligência artificial Deep Blue. Dessa vez, o resultado foi outro. O bot da empresa norte-americana derrotou o campeão mundial e lenda do xadrez, Gary Kasparov.
A tecnologia que está por trás das principais plataformas de xadrez online e permitiu este feito é a inteligência artificial. Esta é ideal para os entusiastas do jogo, pois, os mais experimentados podem desafiar bots com inteligência artificial mais desenvolvida, enquanto os principiantes podem optar por um nível mais simples.
Além dos desafios contra as mais diversas inteligências artificiais, os jogadores também podem enfrentar-se em partidas e torneios completamente online. Porém, sem deixar de lado a importância do desporto mental como ferramenta de socialização. Nas Feiras Rurais celebradas em Torres Vedras, uma das atividades mais concorridas é o xadrez, onde os visitantes podem sentar-se e desafiar quem estiver disponível.
Outra vantagem que as plataformas especializadas trazem são os conteúdos sobre o jogo, afinal, o xadrez é um jogo de estudo. Materiais extras sobre as principais aberturas de jogo e fechos são muito comuns na web.
Com efeito, apesar da intensa concorrência online, os jogos clássicos mantêm o seu espaço junto dos utilizadores. Ao existirem no mundo real, podem ser uma porta de aprendizagem para todos os que querem aprender mais sobre os mesmos. Sendo por isso essencial que a tecnologia faça o seu papel.
Nesse sentido, como referido, as tecnologias de RNG e inteligência artificial foram fundamentais para a migração dos jogos clássicos ao ambiente digital. Manter o nível de experiência do utilizador no online é parte do êxito destes jogos que nasceram muito antes da web e continuarão a existir mesmo com o domínio digital.