Em setembro de 2020, a GNR deteve dois homens, de 37 e 50 anos, pela prática dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, e fraude fiscal qualificada, a nível nacional.
A operação à data denominada “West Price” surgiu “na sequência de várias denúncias de burla na subtração de quilómetros em veículos usados, primeiramente importados e posteriormente colocados à venda em stands automóveis nacionais” tendo a GNR conseguido apurar que a “atividade criminosa se estendia à obtenção de vantagens patrimoniais ilegítimas, através de um esquema fraudulento baseado em circuitos de faturação fictícios e simulação de negócio, que tinha por finalidade concretizar a evasão e fraude ao IVA no comércio automóvel”. [GNR)
Os crimes terão ocorrido entre janeiro de 2016 e abril de 2019.
Na altura realizaram-se 37 buscas, das quais, 11 domiciliárias, 19 não domiciliárias e sete em veículos automóveis, sendo apreendidos 19 veículos, uma máquina de fazer chapas de matrícula, várias chapas de matrícula e diversa documentação.
Hoje, o caso volta a ser notícia porque 8 pessoas foram condenadas pelo Tribunal de Sintra por estarem envolvidas neste esquema de adulteração da quilometragem de carros importados.
Segundo o Jornal de Notícias, o esquema envolveu 20 arguidos, empresários e vendedores de automóveis das zonas de Mafra e Torres Vedras, as suas companheiras, 5 empresas, um declarante aduaneiro e um militar da GNR.
Os veículos, sobretudo das marcas BMW, Renault e Peugeot, entravam em Portugal de forma clandestina, eram alvo de adulteração de quilometragem – por vezes em mais de 100 mil quilómetros -, sendo depois colocados à venda em stands. O esquema permitiu que o grupo tenha burlado os clientes e as Finanças em pelo menos um milhão de euros.
O principal suspeito, um empresário, foi condenado a 15 anos de prisão por 311 crimes – 148 de falsificação de documentos e 157 de burla qualificada e 6 de fraude fiscal.
Outro dos arguidos, um vendedor de automóveis, foi condenado a cinco anos de cadeia com pena suspensa, por dois crimes de burla qualificada, 18 de falsificação de documentos e dois de fraude fiscal e terá de pagar uma indemnização ao Estado de 93 mil euros.
Sete dos arguidos foram absolvidos dos crimes.