Pelas 19h00 de 31 de julho de 1750, morria em Lisboa El Rei D. João V, “o Magnânimo”, “O Rei-Sol Português” ou como também é conhecido, “O Freirático”.
O rei foi adoecendo gradualmente e em julho de 1750 piorou tanto que o Cardeal-Patriarca veio administrar-lhe o sacramento da extrema unção. A saúde de D. João V foi sempre delicada, de entre as várias doenças e queixas de que foi padecendo destacam-se:
– Em 1709 foi sangrado devido a caroços no pescoço.
– Em 1711 convalesceu de uma queixa de flatos.
– Em 1716 foi restabelecer-se em Vila Viçosa de doença de cariz melancólico.
– Em 1742 teve um forte ataque descrito por testemunhas como: “um estupor o privou dos sentidos e ficou teso de toda a parte esquerda, com a boca à banda.”, tendo sido este, o primeiro ataque de paralisia que o rei sofreu, tendo melhorado quando foi a banhos nas Caldas da Rainha.
A causa da morte terá sido “tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada”.
Quando faleceu tinha a seu lado, a rainha, Maria Ana Josefa de Áustria, o príncipe D. José, os infantes D. Pedro e D. António, João Cosme da Cunha, o futuro “Cardeal da Cunha” e os médicos da corte.
Após a sua morte e depois de a sua família se ter retirado, iniciou-se o embalsamamento do rei. Seguiu-se a câmara ardente “num dos maiores aposentos da Patriarcal, adornado com panos negros e onde se colocou um riquíssimo leito, com dorsel, sustentado por quatro pilares, uma peça de grande valor e já há muito destinado para as cerimónias fúnebres de pessoas reais”.
A 3 de agosto de 1750 realizou-se a missa de corpo presente, e pelas 9 horas da noite tudo se preparou para o funeral. As cerimónias fúnebres foram magnificentes e o “desfile de grande séquito, com a cavalaria do Terreiro do Paço e a infantaria nas ruas do percurso que seguindo pela Sé, e pelo Limoeiro até chegar ao local, onde os irmãos da Misericórdia puseram o caixão num esquife”.
João V jaz no Panteão dos Braganças, ao lado da esposa, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.