Torres Vedras | Balanço dos 4 meses de pandemia no concelho

“Têm sido 4 meses muito intensos, porque acima de tudo, se no início tivemos de fazer uma corrida de 100 metros a preparar todo o sistema, agora estamos perante uma maratona. Uma maratona em que temos de ser resilientes, temos de ser persistentes nalgumas áreas e não devemos baixar a guarda.” referiu ontem Carlos Bernardes, presidente da Câmara de Torres Vedras, durante a conferência de imprensa de atualização das medidas no âmbito da Covid-19 no concelho.

Carlos Bernardes referiu ainda que “as componentes de sensibilização e de vigilância são pontos críticos” pelo que tem sido realizadas ações de sensibilização intensas junto das esplanadas, nas praias, nos lares, em empresas e noutros estabelecimentos.

O presidente de câmara referiu alguns números associados a esta pandemia.

  • O Centro de testes à covid-19 de Torres Vedras, que funciona desde dia 31 de março, testou já 3 500 pessoas
  • Na linha psicossocial foram já atendidas 2 386 chamadas
  • 52 estabelecimentos do concelho tem o selo de estabelecimento seguro e 43 foram já vistoriados
  • Há 18 estabelecimentos com o selo Clean&Safe
  • Foram efetuados 21 pedidos de ampliação de esplanadas

No que se refere ao reforço na época balnear, o concelho conta com mais uma moto 4, 14 assistentes de praia e nova sinalética.

Carlos Bernardes relembrou que “é importante que todos nós, enquanto cidadãos, tenhamos a consciência que o uso da máscara é importante, a consciência que o distanciamento social é importante e que devemos cumprir com as regras emanadas pela DGS e são comunicadas também pelos vários comunicados da proteção civil municipal”.

O presidente da câmara apelou aos jovens, uma vez que segundo os dados revelam que estes se tem aglomerado em algumas praias do território, sobretudo na praia de Santa Cruz, para que mantenham o distanciamento e as regras que se encontram definidas, entre toalhas e entre chapéus de sol, para que “efetivamente não tenhamos problemas de maior em relação à transmissão do vírus”.

Nuno Rodrigues, delegado de saúde de Torres Vedras, referiu que o número crescente de casos ativos no concelho é revelador de que o concelho tem tido transmissão em “vários contextos”, ou seja, todos os contextos que estão descritos como sendo de risco para a propagação da covid-19, se tem verificado no concelho “à exceção de dois”. Estes dois são os bares e as discotecas, porque não estão a funcionar e o outro são os eventos religiosos.

Têm existido casos em superfícies comerciais e muitos casos de transmissão domiciliaria, no agregado familiar e no local de trabalho. Têm sido detetados “momentos de risco”, sendo eles os momentos de refeições com pessoas que não são coabitantes e nas viagens de carro, também entre não coabitantes, situações em que as pessoas não usam mascara porque se conhecem entre si e no local de trabalho. “Mas todos nós temos a nossa vida para além daquele amigo, temos outros contactos” relembra o delegado de saúde, pelo que deve ser privilegiado o uso de máscara, sempre que possível.

Nuno Rodrigues relembrou que os números já estiveram a zero e voltaram a subir, confirmando que o concelho de Torres Vedras está a atravessar uma 2ª vaga, vaga esta mais complexa, uma vez que na 1ª vaga, o pais se encontrava em estado de emergência e as pessoas se encontravam em  confinamento obrigatório, saindo apenas quando era estritamente necessário. Nesta fase, isso já não ocorre, a população está mais ativa, a trabalhar, a rever familiares e amigos e por isso tem mais contatos, o que gera um maior número de interações elevando o nível do risco.

A percentagem de casos que surgem dentro de cadeias de transmissão situa-se ainda acima dos 85%. Existindo pelo menos 20 cadeias de transmissão identificadas no concelho de Torres Vedras, umas com mais casos, outras com menos casos.

O surto que originou o maior número de casos no concelho foi o do Hospital de Torres Vedras, sendo que o último caso identificado se registou no passado dia 8 de julho, encontrando-se neste momento a caminho de estar controlado. O concelho registou vários focos associados a empresas de construção civil, continuando este, a “ser um foco muito grande”, que tem originado transmissão no seio familiar e por isso gerado muitos casos secundários. Existem também várias empresas, por todo o concelho, com vários casos detetados, mas nenhuma delas com um elevado número de casos, originando “uma dinâmica variável e por isso complexa”.

Os casos em Torres Vedras têm ocorrido em pessoas na casa dos 30/40 anos e não se têm verificado casos em lares de idosos. Ao dia de ontem estariam apenas 5 doentes internados e nenhum deles em cuidados intensivos.

Fernando Barão, comandante dos Bombeiros de Torres Vedras, referiu que  transportam doentes diariamente para o hospital, com suspeita de covid-19, com sintomas de dificuldades respiratórias, de febre e de tosse.

[Imagem: CMTV]

O Jornal de Mafra e a DGS Aconselham


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