Gestão da Tapada de Mafra faz o pleno das críticas na Assembleia Municipal, Paula Simões sem condições para se manter

Tapada Nacional de Mafra
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Gestão da Tapada de Mafra faz o pleno das críticas na Assembleia Municipal, Paula Simões sem condições para se manter

 

No momento em que muda a tutela ministerial da Tapada de Mafra, todos os partidos com assento na Assembleia Municipal de Mafra (AMM) – à exceção do Bloco de Esquerda, que há muito tempo deixou de participar nas sessões da AMM – se mostraram críticos da atual gestão da Tapada Nacional de Mafra, protagonizada pela sua diretora, Paula Simões.

Eduardo Libânio, do partido Os Verdes e deputado municipal pela CDU, abriu as hostilidades com a apresentação de uma moção onde podia ler-se que “Analisados os documentos de gestão, a par com equilíbrio económico, ressalta a progressiva diminuição de actividade realizada na Tapada de Mafra. Acabaram as atividades dos passeios a cavalos, acabaram os passeios de charretes, acabaram os passeios de bicicleta, acabaram com a realização de eventos, enfim, pouco resta para valorizar o turismo na Tapada de Mafra“, afirmando ainda que “por não haver acompanhamento dos técnico aos trabalhos definidos pela Presidente da Direcção, nem pedidos de parecer técnico, tal como aconteceu com partes do aqueduto que foram destruídas e na demolição de um muro, ficando abertos vários pontos de saída dos animais, desta vez abriu-se uma estrada (que mais parece uma autoestrada) mesmo junto à árvore onde nidificava o único casal de águia de Bonelli, espécie considerada em perigo, existente na Tapada de Mafra”. 

A moção apresentada à Assembleia Municipal de Mafra foi a seguinte:

1 – Que a Câmara de Mafra informe de forma inequívoca a Sra. Ministra da Agricultura do seu desacordo com os objectivos e práticas de gestão da Presidente da Direcção;

2 – Que exija a substituição imediata da Presidente da Direcção;

3 – Que a Câmara Municipal de Mafra informe das suas decisões a Assembleia da República, e o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas;

Também o Partido Socialista através de uma intervenção do seu deputado municipal, Fernando Fernandes, aludiu a este tema, referindo que “vê com preocupação a situação da Tapada Nacional de Mafra e considera que estamos no tempo certo para iniciar um processo de repensar o que se quer para este espaço do Concelho“. De seguida, Fernando Fernandes caraterizou o atual estado da tapada, afirmando que “a Tapada não tem paisagens avassaladoras nem peculiaridades raras como Sintra, Gerês, Arrábida e Yellowstone. Tem, todavia, uma riqueza de flora, fauna, património museológico e edificado e paisagens dignos de nota e de grande empenho na sua preservação. Assim, se não houver um esforço de valorização do que temos e podemos vir a ter, dificilmente poderemos cativar visitantes e podemos estar a tentar vender gato por lebre, falando, por exemplo, em “florestas mágicas” que, afinal são meros bosques (pelo menos à primeira vista)“. A concluir a sua intervenção, este deputado aponta o caminho que, segundo o PS Mafra deverá ser seguido, “o PS de Mafra considera que agora é o tempo de nos sentarmos todos à mesa e ouvir toda a gente que tenha interesse nesta matéria, ouvir técnicos especializados, organismos estatais e privados, bombeiros, monteiros, autarcas, partidos políticos, escolas e população do Concelho, tudo com vista a se elaborar um plano estratégico para a Tapada […] Se nada for feito em Mafra em prol da Tapada, corre-se o risco de tudo se degradar drasticamente, podendo, desta forma, comprometer a manutenção da classificação de Património Mundial que lhe foi atribuída, arrastando consigo o Convento e o Jardim do Cerco

Votada a moção de “Os Verdes”, esta conseguiu a unanimidade dos deputados municipais. Assim, se não se cruzarem entretanto outras águas, esta Assembleia Municipal marcará o tempo final da atual gestão da Tapada Nacional de Mafra. Se isso dará entrada a um tempo novo, só o tempo dirá.

 

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