Mafra | Manuais reutilizáveis geram protesto de pais na Escola Básica de Mafra
Ontem, junto à Escola Básica de Mafra, sede do Agrupamento de escolas de Mafra, concentrou-se um grupo de pais (cerca de 15, segundo a informação que nos chegou) com o objetivo de protestar contra o estado dos manuais que o Agrupamento de escolas de Mafra lhes fez chegar às mãos, no âmbito do programa de reutilização de manuais escolares.
A seleção dos manuais escolares é feita pelo Agrupamento de escolas de Mafra, sendo que, segundo os encarregados de educação com que o Jornal de Mafra falou, grande parte dos manuais entregues pelo agrupamento, chegaram-lhes às mãos “rasgados, escritos e até corrigidos a vermelho pelos professores“.
Com a diretora do agrupamento, Maria de Jesus Geraldes Pires, de férias, os pais pretendiam ser recebidos pelo subdiretor, António Manso, o qual, mesmo com um assinalável grupo de encarregados de educação à porta daquele edifício público, recusou-se a recebê-los.
“ […] infelizmente os diretores deste agrupamento não deram uma palavra a estes pais e mandaram os mesmos fazer a reclamação numa folha que depois irá para o lixo, o pedido do livro de reclamações do estabelecimento de ensino em causa nunca nos foi facultado por nenhum funcionário “
Os pais e encarregados de educação, através da sua associação, cuja presidente tentámos contactar sem sucesso, pretendem ultrapassar esta situação apelando à Câmara Municipal de Mafra, entidade que continua a pagar os manuais novos a todos os alunos do particular, para que, pelo menos, pague os livros de fichas do público, “visto os pais terem de comprar os manuais escolares por os mesmos não estarem em condições“.
Um encarregado de educação que contactou a Câmara de Mafra, na pessoa de um dos vereadores, afirmou ao Jornal de Mafra que a posição da câmara passa por responsabilizar o Ministério da Educação, não se tendo, por isso, comprometido a desenvolver qualquer iniciativa para ultrapassar este problema.
A RTP, que esteve presente em reportagem, referiu que contactado o Ministério da Educação, este referiu que compete às escolas “avaliar as condições dos manuais serem passíveis de reutilização […] caso os livros não estejam em condições […] devem os encarregados de educação dirigir-se às escolas e solicitar que este tipo de situações sejam corrigidas“.
Esta resposta do Ministério das Educação, não terá tomado em conta a recusa do subdiretor em receber os pais dos alunos, segundo uma encarregada de educação ouvida pelo JM, alegando “falta de tempo“, nem a recusa da escola em fornecer o livro de reclamações a todos os pais que o pediram, preferindo que as mesmas fossem apostas “num papel” fornecido pela escola. Esta atitude foi assim comentada por um dos encarregados de educação com quem falámos “infelizmente os diretores deste agrupamento não deram uma palavra a estes pais e mandaram os mesmos fazer a reclamação numa folha que depois irá para o lixo, o pedido do livro de reclamações do estabelecimento de ensino em causa nunca nos foi facultado por nenhum funcionário“. No entanto, uma das fontes ligada a este grupo de pais afirmou que, pelo menos um encarregado de educação terá conseguido ter acesso ao livro de reclamações do agrupamento.