Festas da Ericeira || Sucessos, fiascos e perigo tudo na mesma noite
Por vezes, o homem e a natureza congregam-se de tal modo, que no mesmo espaço coexistem as realidades mais antagónicas. Foi o que aconteceu ontem à noite na Ericeira, na noite das tradicionais festas de N.ª Sr.ª da Boa Viagem.
Comecemos pelos sucessos. A vila estava vibrante, muitos turistas estrangeiros, famílias incluídas, muita gente jovem a encher as esplanadas do centro da vila, restaurantes cheios até tarde, um saudável ambiente de festa. Nos últimos meses a Ericeira tem vindo a alindar as suas ruas, alguns edifícios viram as suas frontarias recuperadas e o azul e branco da vila ficou mais limpo e mais vibrante.
Talvez pelas razões apontadas acima, talvez porque a noite foi grande para os vários negócios que gravitam em torno destas festas, talvez por apatia, pelo useiro deixa andar, por uma certa falta de definição de quem é responsável por quê, insistiu-se ontem para que a imagem da Sr.ª da Boa Viagem fosse ao mar. O cumprir da tradição em determinadas sociedades supera, por vezes, aquilo que o simples bom sendo dita.
O porto anda em obras, estando pejado de grandes blocos de betão. Estes blocos, mais as máquinas que os produzem, dificultam a movimentação de pessoas no porto e no pontão e dificultam a visibilidade das gentes. Sobretudo no pontão, a falta de visibilidade foi patente e muitos perigos se conjugaram contra os que por ali andaram sem qualquer iluminação e sem qualquer segurança, humana ou física.
Assistimos, com espanto, às dificuldades e aos perigos a que sujeitaram todos aqueles que, terminada a procissão, se deslocaram às escuras, pontão adentro, em direção aos barcos. Assistimos, com espanto, às dificuldades e ao perigo a que se sujeitou o padre, a imagem e os acompanhantes, para que lhes fosse possível entrar nos barcos. Vimos um único carro da polícia marítima junto ao local de embarque, um carro com as luzes de emergência ligadas, mas sem ninguém lá dentro. É certo que havia uma lancha e uma mota de água no mar, e que do mar para terra se projetava, por vezes, um holofote, mas nada disso justifica, que nas condições objetivas em que o porto se encontra, a autoridade competente tivesse autorizado embarques e desembarques naquelas condições e tivesse autorizado espetadores no pontão, à beira de água, sem qualquer iluminação, numa noite de neblina, e quase que só entregues a si mesmos e aos muitos perigos que por ali se conjugaram ontem.
Finalmente, o fiasco. Sem que houvesse culpa dos humanos, a neblina que se abateu sobre o porto não permitiu que as gentes desfrutassem de uma das principais atrações da noite, o espetáculo de fogo de artificio que sempre encerra esta noite de festa. Ouviu-se o barulho dos petardos e dos foguetes, mas as luzes não brilharam, a neblina não o permitiu.
(A qualidade deste vídeo não é a melhor, para isso contribuindo decisivamente a neblina que se fazia sentir aquando da sua gravação. O JM apresenta, por isso, desculpas aos seus leitores)
Vocês deviam primeiro que tudo certificar-se que escrevem as notícias sem erros ortográficos… “processão” não me parece muito correcto ou profissional e o vosso artigo não passa de uma opinião pessoal sobre um evento, nada mais.
Deviam primeiro aprender a escrever, depois o que é jornalismo imparcial, e depois pensar em escrever noticias.
Muito obrigado pela sua chamada de atenção relativa à gralha, de resto, já corrigida no texto do artigo. Muito obrigado também pela opinião pessoal expressa no seu comentário.