Ericeira || Queixas de ruído excessivo multiplicam-se
O desenvolvimento trás consigo vantagens e inconvenientes. A Ericeira, fruto de algumas campanhas alavancadas financeiramente pela autarquia, tem vindo a impor-se como um destino turístico ligado ao mar, fundado sobretudo no surf e enquanto destino nacional ligado ao mar, quer no plano gastronómico, quer no usufruto da paisagem.
Um estudo realizado em 2017, da autoria de Catarina Moura, no âmbito de uma tese de mestrado aponta para vários dados interessantes, mostrando, por exemplo que aqueles que se deslocam à Ericeira por razões ligadas ao surf, do total de gastos efetuados na região, cerca de 37% dizem respeito ao alojamento, enquanto 29% se relacionam com alimentação e bebidas. Um outro dado interessante deste estudo mostra que este tipo de turista tem em média 28 anos.
Um outro estudo de 2016 realizado por André Campos, ao analisar as ameaças à atividade turística ligada aso surf, na Ericeira, identifica as seguintes: Conflitos resultantes do aumento do crowd (número de praticantes que se encontram dentro de água em simultâneo) dentro de água e pressão imobiliária com descaracterização do território.
“Fomentar o turismo sim, mas não com os grupos de gaiatos que saem dos bares a fazer desacatos”
O crowd agora, já não nas ondas mas sim nas ruas da vila, a juventude dos turistas e o facto de gastarem quase tanto no alojamento, quanto em alimentação e bebidas, reflete-se no ambiente noturno da vila, um ambiente muitas vezes barulhento, muitas vezes caraterizado por gente jovem já bem bebida e muitas vezes, também já bem “fumada”. No fundo, nada que seja diverso de outras localidades turísticas da costa portuguesa, e não só.
A Ericeira, no seu casco típico, ribeirinho, é uma vila relativamente pequena e concentrada, onde o ruído pode ser sentido de um modo mais violento, mais perturbador. As queixas têm-se sucedido, por carta, através de presenças na Assembleia Municipal e nas reuniões públicas da Câmara Municipal de Mafra, os residentes da Ericeira têm feito ouvir os seus protestos.
Existe uma lei que regula o ruído, mas segundo as queixas dos residentes, na Ericeira, os empresários da noite “interpretam o regulamento ao contrário”, por outro lado quando chega a meia-noite “aumentam o volume, abrem as janelas e vendem álcool na via pública” adjacente aos bares, refere um habitante da vila que apresentou, novamente, estas queixas junto da Câmara de Mafra.
Um regulamento sem fiscalização de pouco serve, a GNR não terá militares suficientes na vila – que o contingente terá sido desfalcado em 20% do efetivo, refere Hélder Silva, presidente da câmara de Mafra – também a polícia municipal, da responsabilidade da autarquia, não terá efetivos suficientes, nem trabalhará às horas em que o ruído impede o “sono dos justos”.
Segundo a Câmara Municipal de Mafra estarão agora a ser instalados os medidores de ruído nos estabelecimentos de diversão noturna, que virão a permitir fiscalizar a ocorrência deste tipo de ruído.
Estou plenamente de acordo e de facto isto está a tornar-se uma erva daninha que destroi o descanço de quem cá vive… Se não queremos um concelho minado de turistas desobidientes a GNR tem de ser exemplar na sua atuação não só aos hospedes mas também aos proprietários e a Camara não pode dar autorizações de Alojamentos Locais a quem não respeita o descanço de quem vive na zona de Ericeira/Mafra.
O problema não é só Ericeira estende-se de Ericeira a Mafra. Existem casas que se alugam a turistas em troca de centenas de euros e algumas uns milhares por noite e os proprietários nem querem saber nem são responsabilizados pelo barulho que advém dos seus hospedes, e que não deixam descançar quem trabalha diáriamente e vive em Mafra.
A Camara tem muito culpa neste processo ao receber as taxas que advem do alojamento local, algumas casas em que são permitidas mais de 20 hospedes que vêm em grupo e assim encher os cofres e não perguntar no minimo à GNR local ( Ericeira e Mafra ) quais são as casas identificadas que nos ultimos anos têm recebido queixas de barulhos durante a noite que impede os residentes de descançar. Por isso que o Sr Presidente da camara não venha sacudir a sua responsabilidade para a GNR.
Seria interessante analisar quantas multas foram aplicadas pela Camara Municipal e GNR a hospedes e proprietários que não respeitam a nossa vida e o nosso descanso.
Normalmente as forças policiais são desrespeitadas com risos manhosos por parte destes hospedes, desculpando-se a GNR que nada pode fazer senão advertir!!!!!! Será que é assim ?
É algo que deveriam refletir os politicos locais, e os elementos das forças de segurança antes que algum vizinho decida alugar a sua casa pelas centenas/ milhares de euros noite e que tenham que passar por esta desobidiencia civil que se passa na Ericeira/Mafra e que muitos já vivem.