Decorreu ontem um espetáculo multimédia anual a que o Agrupamento de Escolas da Malveira – alunos de Artes do Espetáculo – já habituou os seus alunos, professores, pais de alunos e público do concelho.
Um texto cuidado, imagens vídeo muito bem escolhidas, movimentação de cena bem marcada, transições rápidas e música representativa da época mostram que a escola e os responsáveis por estes espetáculos encontraram já o ritmo certo.
Embora partindo de uma história infantil, a transmutação do texto para a cena resultou num espetáculo de época. A dança, a música, o ícones e a grande depressão americana dos anos 30, em tudo isso pegaram as atrizes/dançarinas de palmo e meio, algumas, de meio palmo, e os poucos atores/dançarinos que tiveram a coragem de pisar o palco. Não faltou Piaf, nem Sinatra à chuva em Nova Iorque e pudemos mesmo assistir a uma “ousada” cena de cabaret.
A sala estava cheia. É um dos sortilégios destes espetáculos amadores locais com muita gente no palco. Os irmãos, pais, avós, primos e amigos enchem a sala num instante.
Fica agora a faltar um olhar para a realidade portuguesa, baseado num texto da literatura nacional. Esperemos que, um ano destes, a realidade local ou nacional possa inspirar o cada vez melhor trabalho, a que alunos e professores de Artes do Espetáculo e do Agrupamento de Escolas da Malveira em geral, nos têm vindo a habituar – sem ajustes diretos de milhares de euros, o que dá muito mais sabor/valor à coisa.
Que tivéssemos dado conta, não estava presente na sala nenhum representante do município. Quererá isto dizer que, finalmente, a célebre sociedade civil estará pronta para dar por aqui os seus primeiros passos?
Nota final. Num país onde ninguém respeita horários, o esforço para contrariar esta realidade poderia constituir um dos objetivos pedagógicos a atingir no próximo ano.