A eleição da anterior líder da federação de Lisboa da Juventude Socialista, Maria Begonha, que ocorreu em dezembro, esteve sempre rodeada por polémicas envolvendo várias incongruências, nomeadamente aquela que dizia respeito ao seu currículo. Aquela líder está agora de saída, dando origem a novas eleições de delegados ao congresso da FAUL, que irá eleger o próximo líder da Federação de Lisboa desta organização da juventude partidária do PS.
As eleições decorreram ontem no concelho de Mafra, na Venda do Pinheiro mas “o ato eleitoral não decorreu com normalidade porque a sede da JS Mafra não abriu, o Presidente da Mesa, Marco Porfirio de Oliveira não compareceu e esteve permanentemente incontactável, bem como o Presidente da JS Mafra e os restantes elementos da Mesa” conforme referiu ao Jornal de Mafra, Leila Alexandre, apoiante da lista encabeçada por Margarida Matos.
No local e na presença de dois elementos da Comissão Organizadora do Congresso (COC), que se deslocaram de Lisboa, foi proposta a constituição de uma mesa ad hoc, proposta que “não foi aceite da melhor forma pelos membros do COC presentes, mas todos os militantes de Mafra presentes manifestaram a sua vontade em constituir esta mesa e levar a cabo o processo eleitoral à porta da sede”, referiu ainda Leila Alexandre, que considerou estarem reunidas todas as “condições necessárias para que decorresse o ato eleitoral. Todos os militantes que ontem pretenderam votar, puderam fazê-lo. As eleições decorreram com as condições mínimas reunidas (mesa constituída, listas afixadas, caderno eleitoral, boletins de voto e urna).”
O Jornal de Mafra contactou também Fábio Martins, o presidente demissionário da JS de Mafra, que se limitou a referir, “Não vos consigo esclarecer, uma vez que já não sou presidente da concelhia da Js Mafra, como tal, não vou comentar essa situação” e ainda, “Neste momento a concelhia de mafra não tem órgão eleito. Será necessário haver eleições internas para eleger o novo presidente e respectivo secretariado. Tanto quanto sei a mesa eleitoral e o seu presidente demitiram-se antes do dia de ontem também”.
Em Mafra terão sido apresentadas duas listas de delegados ao Congresso da JS FAUL, uma encabeçada por Leila Alexandre e outra, que seria encabeçada por Fábio Martins, tendo saído vencedora a lista de Leila Alexandre. No entanto, em contacto posterior com o JM, Fábio Martins, afirma, “Não encabecei nenhuma lista. Não sei quantas listas existiam, mas sei que não encabecei nenhuma lista candidata“, engrossando-se assim a confusão e as dúvidas que pairam sobre este processo, certamente para gáudio do partido maioritário no concelho, o PSD.
Os dois candidatos à liderança da JS na FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa) – Margarida Matos e Miguel Costa Matos – já se manifestaram relativamente ao incidente da Venda do Pinheiro.
“Vinha a Mafra dar uma força aos militantes que decidiram apoiar e formar lista adstrita à moção e candidatura que encabeço e qual não é o meu espanto quando me deparo com o facto de a mesa em funções não ter aparecido às eleições que por ela formal e corretamente foram convocadas.
Se a pluralidade de ideias, de visões e de caminhos é assim combatida, só há uma coisa a fazer: o repúdio pleno deste tipo de atitudes que em nada engrandecem a estrutura!
Esta não é a JS que eu quero. Não é a JS que queremos. Queremos uma JS democrática e livre!”, refere Margarida Matos nas redes sociais.
Por seu lado, Miguel Costa Matos, também nas redes sociais, afirma que “(…) A nossa candidatura é #ComTodosParaTodos. Por isso, lamento e repudio qualquer tentativa de condicionar ou frustrar a realização de eleições livres, como hoje sucedeu em Mafra.”
[Este artigo foi atualizado às 16:00]