A bela Praia de S. Loureço tem estado nas “bocas do mundo”, infelizmente, não pelas melhores razões.
Por um lado, a falta de água doce na ribeira do Sarafujo, que tem por foz aquela praia, a pressão dos ecologistas e dos defensores dos animais, que pugnam pelo bem estar de uma vintena de patos que por ali vivem e que estarão a ser afectados pela pouca água doce que o rio transporta. Já se ouviram várias razões para esta falta de água. Enquanto uns a tomam por natural face às alterações climáticas, referindo que o mesmo ocorre todos os anos, outros referem desvios a montante, efectuados por agricultores, que também eles, lidariam assim com a falta de água. Oficialmente, nem a Junta de Freguesia nem a Câmara Municipal de deslocaram do seu sepulcral silêncio, ou tomaram qualquer posição oficial.
Desta vez é o estacionamento (ou a falta dele) que traz novamente à liça o nome da excelente Praia de S. Loureço.
O calor tem levado muita gente a procurar as praias e as áreas ribeirinhas do concelho, maior apelo terão tido a vila da Ericeira e todas praias do concelho. No entanto, a esta maior procura, não têm as entidades responsáveis respondido a tempo e de um modo adaptado às necessidades reais ou previsíveis, nesta área.
A imagem que encima este artigo mostra bem as dificuldades sentidas para todos os veraneantes/turistas (galinha dos ovos de ouro num concelho como o nosso) que pretendem estacionar na área da Praia de S. Loureço. Estacionar, manobrar ou abandonar o estacionamento, é muitas vezes fonte de caos e de múltiplos perigos. O acesso é estreito, as bermas são “artesanais”, o piso é “semi-rural”, os lugares de estacionamento são “onde der”, “todos ao molho e fé em deus”. Planificação é por aqui, palavra vã.
Sabemos que a Junta de freguesia de Santo Isidoro estará já a par do sucedido (permita-se-nos a ironia, a junta, enquanto instituição, existe há tão pouco tempo, que não se tinha ainda apercebido destes constrangimentos?) através do contacto de um cidadão, a Câmara de Mafra estará também a par desta situação, bem como a GNR.
Tendo em consideração o facto de todos os responsáveis estarem a par, de a situação não ser nova e de as entidades serem as mesmas há anos, ficaremos atentos aos eventuais, desenvolvimentos que a situação possa vir a ter.
[imagem: Pedro Góis]