O JM visitou o Museu de Escultura Comparada do Palácio Nacional de Mafra, museu que se encontra encerrado ao público há mais de 40 anos.
O museu foi criado em Dezembro de 1963, sendo “o primeiro do seu tipo em Portugal” como se pode ler no Diário do Governo da época, tendo por finalidade geral:
1) Conservar e ampliar as colecções de objectos com valor artístico, histórico e arqueológico;
2) Expor ao público as espécies que melhor possam contribuir para a formação do seu espírito e para a educação da sua sensibilidade.
Longe de cumprir as expectativas com que tinha sido criado, algo que parece perseguir este país desde que lançámos barcos e gentes ao mar na procura do Prestes João, o museu encerrou as suas portas em 1973, deixando público “dependurado” e as colecções sem ampliação.
Museu encerrado desde 1973, sem que, durante todo este tempo, nem o poder político, local ou nacional, nem os sucessivos responsáveis directos, centrais ou locais, tenham conseguido por este museu a desempenhar a sua função
Do seu espólio fazem parte réplicas de esculturas portuguesas e francesas dos séculos XII a XVI. Entre as réplicas podemos ver a “Estátua do Rei Salomão” (século XII), as “Três Garças”, o túmulo de D. Fernando I ou a “Estátua de Cavaleiro Medieval”, do século XIII.
Estas peças estiveram guardadas em arrecadações do Mosteiro dos Jerónimos e do Museu Nacional de Arte Antiga até serem encaminhadas para Mafra, infelizmente, para ficarem por aqui esquecidas “em depósito”.
Ocupando parte do piso térreo do torreão Norte do Palácio de Mafra, o museu encontra-se fechado, por necessitar de investimento em iluminação, pelo facto de as paredes necessitarem de tratamento, e porque o piso do local onde as peças se encontram, estar num estado lastimoso. A reabilitação do espaço e restantes trabalhos de musealização destas peças, orçarão, segundo o director do Palácio de Mafra, cerca de 200 mil euros.
Haverá por aí uma empresa local, um “consórcio” de empresas locais, uma comissão de gente capaz, que se disponha a reunir vontades e fundos para abrir este museu sem recorrer a dinheiros públicos ou a promoção partidária?
Será que ainda existe “sociedade civil” em Mafra?