Crónica de Licínia Quitério | Dantes é que era bom

Licínia Quitério

De ontem e de hoje | Dantes é que era bom por Licínia Quitério   “Naquele tempo a escola era risonha e franca…” Assim começa um poema que nos meus tempos de menina, meu Pai me deu a conhecer. Trago este verso com o propósito de reflectir nas relações havidas por cada geração com a aprendizagem do seu tempo. Naturalmente é a minha geração que me serve de amostra porque a observo nos abundantes ditos e escritos que citam e ilustram opiniões sobre escolaridade. É vulgar a crítica negativa à…

Ler mais

Crónica de Jorge C Ferreira | A Mudança

Crónica

Crónica de Jorge C Ferreira A Mudança   O colo dela, o sossego dele. Uma guitarra dedilhada. Uma mulher deitada. O sossego dele, o colo dela. Um alaúde, uma cítara e um cajón. Uma música exótica. Um amor a crescer. Quantos dias tinha ela? Quantos eram os que ele tinha perdido quando os tentava contar? Nossa aventura. Feita caminhada. Os medos e os tempos vencidos. Uma faca afiada pronta para cortar contratempos. Um calendário com meses rasgados. A ignorância dos dias perdidos. Tempos houve em que os seus perfumes não…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Lembrando Carlos Pinhão

Alice Vieira

Lembrando Carlos Pinhão Por Alice Vieira   Na passada 2ª feira faz trinta anos que morreu Carlos Pinhão. Nem quero pensar que já passou tanto tempo! Todos os dias me lembro dele, por variadas razões — mas todas me fazem rir. Acho que nunca o vi mal disposto. Para quem não sabe ou não o conheceu, Carlos Pinhão foi um grande jornalista desportivo (escreveu para a “Bola” e para o “Record”, mas também para outros jornais e revistas sobre outros assuntos — “Vértice”, “Diário de Lisboa”), “Diário Popular”, “Público”, ”Jornal…

Ler mais

Crónica de Jorge C Ferreira | A Luz

Crónica

Crónica de Jorge C Ferreira A Luz   Os anos a correrem e as meninas a aprenderem. Cavalos brancos levam-nos até a um infinito impossível. A noite que cada vez parece mais perto. Uma escuridão, ou uma explosão de luz. Ninguém sabe. Ninguém nunca contou nada. Parece um segredo bem guardado. Eu penso que é o fim de tudo, mas respeito quem pense o contrário. Os que esperam uma nova vida. Quando sonho com os meus mais antigos, vejo-os sempre como os conheci. Tenho toda a sua imagem guardada em…

Ler mais

Crónica de Eugénio Ruivo — O tempo do sonho interrompido aos 9 anos!

Eugénio Ruivocp3

Crónica de Eugénio Ruivo O tempo do sonho interrompido aos 9 anos!   Eram cinco irmãos, todos filhos de agricultores naturais da freguesia de A-dos-Negros concelho do Bombarral, que de um momento para o outro, em 1931 se viram obrigados a abandonar a escola e ir trabalhar para o sustento da família. Foram distribuídos para vários pontos do país. O pai transformava lenha em carvão na aldeia para ir vender, a mãe iniciara a venda de peixe num lugar da praça do Bombarral. Do grupo Gracinda Ruivo (minha mãe), que…

Ler mais

Crónica de Licínia Quitério | A aldeia global

Licínia Quitério

De ontem e de hoje – A aldeia global por Licínia Quitério   A palavra “globalização” que inundou os vocabulários de todo o “globo”, pronuncia-se com  cuidados redobrados, não vamos, apressados, saltar uma sílaba e desfeá-la ou torná-la intraduzível. Este arrazoado vem a propósito da observação recente de novidades de além mundo que, com a tal globalização, têm chegado aos lugares mais improváveis deste nosso país. Gente apelidada de migrante, perdida a bondade ou oportunidade de seus países de origem, chega, por caminhos impensados, a vilas e aldeias deste país…

Ler mais

Crónica de Jorge C Ferreira | Um mar enorme

Crónica

Crónica de Jorge C Ferreira Um mar enorme   Há quem a procure e não saiba quem ela é. Acham que vão encontrar o farol que lhes indicará o caminho único para a alegria. Marés, mares revoltos, ondas alterosas e ele lá vai. Há também uma estrela que é a estrela que marca o sentido da vida. Será esse o caminho certo? A lava escorre numa terra que eu adoro. Sulcos, estradas de fogo que, em breve, serão pedra. A ilha de todas as ilhas. Quando avistei pela primeira vez…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Teremos Sempre Paris

Alice Vieira

Teremos Sempre Paris Por Alice Vieira   Regresso de quatro dias de trabalho em Paris. Pelas escolas, com os meninos a mostrarem o que sabem de português e as professoras empenhadas em que eles não esqueçam a sua língua e as suas raízes. Faço algumas vezes este tipo de trabalho, pelas nossas comunidades espalhadas por esse mundo. Estive recentemente em Toronto a fazer o mesmo. Mas, independentemente do meu trabalho — Paris será sempre, para mim, um lugar especial. Um lugar onde eu poderia viver. Passadas as fronteiras portuguesas, Paris…

Ler mais

Crónica de Alexandre Honrado | História transtornada

Alexandre Honrado

Crónica de Alexandre Honrado História transtornada Assistimos ao triunfo de uma barbárie que age em nome de uma aparente lealdade e que, todavia, não é mais do que uma nova dimensão do crime organizado, dos grandes negócios de armas e dos narcotráficos e dos interesses de países poderosos que, em tempo de crise, relançam as suas economias com a desfaçatez dos objetivos — e a ignorância do que é humano na jornada. Os deuses, todavia, ficam imunes ao que os homens fazem em seu nome. Permanecem vivos mesmo quando os…

Ler mais

Crónica de Alexandre Honrado | Nada se compara com o meu cantinho

Alexandre Honrado

Crónica de Alexandre Honrado Nada se compara com o meu cantinho Ganhei o (estranho) hábito de me sentar em cantinhos bem iluminados.      É fundamental que sejam bem iluminados, esses cantinhos, e a razão para essa exigência é muito simples: regra geral faço-me acompanhar de livros, artigos de revistas, fotocópias e apesar de ler bem sem óculos, a luz devida tem de acompanhar-nos. A esse hábito acresce a sua motivação: é em cantinhos iluminados que as ideias se revelam e da escuridão – zona habitada pela profundidade – pode muito bem…

Ler mais