Voz do Leitor | O clichê “a pacata vila da Ericeira” que descrevia a Ericeira está desatualizado

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O clichê “a pacata vila da Ericeira” que descrevia a Ericeira está desactualizado.

 

A pacatez não terminou com a chegada de novos residentes ou com o aumento (brutal) de turistas e visitantes nos últimos anos.

O que fez terminar esta peculiaridade da Ericeira foi o progressivo e crescente aumento de insegurança, acompanhado de um decrescente nível de policiamento, principalmente desde a mudança da PSP para GNR e da deslocação do posto desta força para o Alto da Camacha.

Os sinais há muito que estavam visíveis e foram aumentando, perante a passividade de autoridades e entidades competentes.  Marcas de vandalismo urbano, desacatos e cenas de violência constantes, casos de agressões e roubo, situações e grupos de tráfico de droga em pleno dia, e, agora, a cereja no topo do bolo, os incêndios em viaturas.

Sabe-se que o aumento de turismo, regra geral, traz aumento de criminalidade. Mas, medidas preventivas e acções de fiscalização servem para evitar a escalada deste fenómeno. As reacções, também regra geral, de pouco servem.

Não significa isto que os recentes casos – quatro viaturas incendiadas em menos de um mês – estejam directamente relacionadas com esta face da criminalidade e vandalismo. Até se apurarem as conclusões, poderá ser da pura responsabilidade de um pirómano ou até de uma (infeliz) coincidência de acidentes sem causa comum (o que duvido).

Certo, é que a falta de policiamento e vigilância que é notória na Ericeira, alimenta a especulação e contribui para os restantes fenómenos já mencionados.

Hoje, por todo o mundo e também em Portugal, o recurso à videovigilância é uma importante ferramenta para dissuadir e combater o crime e vandalismo.

A Ericeira, pelo fluxo turístico que tem, não só na época balnear, mas durante todo o ano, é um local onde a videovigilância já deveria ter sido implementada.

Fica o apelo à Câmara Municipal para agir, quer no sentido de implementar um sistema de videovigilância, quer para reivindicar junto da tutela o aumento de efectivos para a força policial existente.

 

João C. Martins

 

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