Recomendações para o novo ano hidrológico

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O mês de outubro caracteriza-se pelo começo do novo ano hidrológico, momento em que as reservas hídricas atingem o seu mínimo e tem início o período mais chuvoso. Neste início do novo ano hidrológico, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda as seguintes medidas de precaução:

Instabilidade de taludes ou deslizamentos motivados pela perda de consistência do solo
1. Por parte dos agricultores aquando da preparação dos terrenos, acautelar os devidos sistemas de drenagem superficiais, nomeadamente a criação e abertura de valas drenantes em zonas de maior declive, orientadas às curvas de nível e direcionadas a uma regueira de cabeceira;

2. Identificação dos taludes de maior inclinação, onde mais abruptamente pode ocorrer uma rutura;

3. Observação do funcionamento das estruturas de escoamento e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);

4. Especial atenção aos taludes onde ocorreram incêndios florestais que, no caso de perda do coberto vegetal e, consequentemente, perda de consistência, estão mais propícios a movimentos de massa.

Nota: Tem-se constatado, de há uns anos a esta parte, que as técnicas de preparação de terrenos para efeitos agrícolas têm revelado várias lacunas, designadamente a falta de criação de sistemas de drenagem superficial de águas pluviais. Este facto, associado ao declive dos terrenos, à ocorrência de períodos de chuva intensa e à saturação dos solos, gera instabilidade e, consequentemente, a ocorrência de deslizamentos de terras.

Por sua vez, estes fenómenos vão originar a obstrução das vias de trânsito, impedindo que a circulação rodoviária decorra dentro da normalidade, sendo necessário, em alguns casos, proceder à interdição total ou parcial dessas mesmas vias. Por outro lado, os deslizamentos de terras provocam o entupimento das valetas e aquedutos, dificultando o escoamento das águas pluviais para os devidos sistemas de drenagem, agravando assim as inundações inevitavelmente inerentes aos períodos de chuva intensa.

Sendo o concelho de Torres Vedras um território com certa de 407 km2 e com uma vasta atividade agrícola, o risco de deslizamento de terras provenientes deste tipo de situações é elevado. Desta forma, é fundamental assegurar um conjunto de medidas de precaução que evitem o agravamento deste risco e das suas consequências.

Neste sentido, apela-se a todos os agricultores e trabalhadores agrícolas que assegurem que os trabalhos de preparação do solo decorrem de acordo com as boas práticas estabelecidas para esta atividade, prestando especial atenção à importância de a mobilização dos solos ser efetuada segundo as curvas de nível (na mesma cota) e para a criação, ao longo do terreno, de valas drenantes direcionadas a uma regueira de cabeceira, entre outros.

 

Inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais
1. Verificação da funcionalidade dos sistemas de drenagem;

2. Limpeza e desobstrução de sumidouros, sarjetas, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias e pedras que ali se depositaram previamente à época das chuvas;

3. Desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas, caves e garagens, e à limpeza de bueiros, algerozes e caleiras dos telhados das suas habitações;

4. Revisão de sistemas de bombagem de pisos subterrâneos de edifícios.

 

Arrastamento para a via pública de objetos soltos ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte
1. Verificação de todas as estruturas que, pelas suas características (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistam aos ventos fortes.

2. Nos casos em que tal seja impossível, assegurar a facilidade de remover ou desmontar essas estruturas, guardando-as em locais seguros sempre que se prevejam ou ocorram ventos fortes.

 

Cheias motivadas pelo transbordo do leito de alguns rios e ribeiras
1. Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros estrangulamentos do escoamento;

2. Limpeza de linhas de água assoreadas;

3. Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, localizados nas proximidades das linhas de água;

4. Recolha ou trituração dos resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das linhas de água;

5. Reparação de desmoronamentos nas margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos.

 

Recorde-se que a limpeza dos troços de linhas de água localizados fora dos aglomerados populacionais são da responsabilidade dos proprietários dos terrenos confinantes com essas linhas de água.

Para mais informação deverá ser contactado o Serviço Municipal de Proteção Civil.

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