Situação de seca | Janeiro e fevereiro com tempo seco e temperatura acima do normal

seca

 

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) todo o território de Portugal continental se encontra atualmente em seca meteorológica. Seca meteorológica que se iniciou em todo o território em novembro de 2021, tendo-se agravado à data de 31 de janeiro de 2022.

O mês passado classificou-se como quente e muito seco em Portugal continental e foi o 5.º janeiro mais quente desde 2000 e o 2.º mais seco desde 2000 (e o 6.º mais seco desde 1931).

No final do mês de janeiro “verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11 % em seca extrema”. O que significa que quase metade do país se encontra em situação de seca severa ou extrema.

O índice de percentagem de água no solo (SMI) apresenta uma diminuição significativa em relação ao final de dezembro em todo o território, sublinhando o IPMA “os valores inferiores a 20% na região Nordeste e na região Sul, sendo que em muito locais dessas regiões já se atingiu o ponto de emurchecimento permanente”.

As previsões de longo prazo para o mês de fevereiro apontam para “uma anomalia negativa para a precipitação, isto é, que chova menos que o usual para este mês do ano”.

O estado do tempo para as duas próximas semanas prevê-se seco e com temperatura acima do normal.

  • 6 a 12 de fevereiro
    O estado do tempo em Portugal continental continuará a destacar-se em dois aspetos: tempo seco com céu em geral limpo, e valores da temperatura acima do normal.
    – A influência de corrente de leste irá continuar quase toda a semana, prevendo-se uma alteração temporária no estado do tempo, a partir do dia 12, com provável ocorrência de aguaceiros no fim semana de 12 e 13 de fevereiro.
    – A temperatura máxima, com valores muito acima do normal, deverá registar valores da ordem de 20 °C a 24 °C em vários locais, em especial no Ribatejo, Alentejo e Algarve. As noites continuarão ainda frias, com valores da temperatura mínima abaixo de 0 °C no interior das regiões Norte e Centro, e em especial nas terras altas de Trás-os-Montes e Beira Interior.……………………….
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  • 14 a 20 de fevereiro
    O cenário mais provável é de continuação de tempo seco, com valores de precipitação abaixo do normal para a época e de valores da temperatura acima do normal.

Tendo em conta a perspetiva de evolução da seca em fevereiro, o IPMA desenvolveu 3 potenciais cenários para mês de fevereiro em relação ao índice PDSI (seca meteorológica), sendo que o “mais provável, de acordo com as indicações de previsão de precipitação, será o cenário mais gravoso”. Cenário que implica “um agravamento do índice de seca meteorológico generalizado, de sul a norte do continente, bem como nas zonas do norte litoral. Importa destacar que a intensidade da seca meteorológica na região a sul do Rio Tejo, terá a seca extrema como classe dominante e a norte do Tejo será a classe de seca severa.”.

Esta situação levou já o governo a tomar medidas para enfrentar a seca em 2022, medidas que surgiram depois da 8.ª reunião interministerial da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, na qual se confirmou “que as condições meteorológicas não têm permitido a reposição dos volumes armazenados nas albufeiras e nas águas subterrâneas, tal como é natural acontecer depois do período de verão”.

Deste modo o governo considerou “necessário acionar mecanismos que permitam um planeamento seguro e articulado das reservas existentes, tal como aconteceu noutros episódios de seca recentes. As situações que requerem reforço de vigilância são aquelas em que a água se destina a vários usos, nomeadamente ao abastecimento público, que é um uso prioritário”. 

Assim:

– ficou interdita (excecionando a produção para a manutenção dos sistemas) a produção de hidroeletricidade nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, quando essas cotas forem atingidas. De igual modo, cessou a utilização de água para rega, na albufeira de Bravura.

– no setor agrícola, foi decidido que, no respeitante aos aproveitamentos hidroagrícolas, se reforçará a sua monitorização, assim como a das barragens de natureza privada.

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