Crónica de Jorge C Ferreira | A minha Cidade

Crónica

 

A minha Cidade
por Jorge C Ferreira

 

Errar pelas ruas da minha cidade. A minha cidade grande. A cidade onde nasci. Parido de parto natural numa rua da freguesia de S. Jorge de Arroios. O primeiro choro dado num quarto de um quinto andar de um prédio inesquecível. As dores da minha Mãe. A habilidade da parteira. As lágrimas da minha Avó.

Errar pelas ruas da minha vida. Uma romagem que parece um passeio de despedida. Os sapatos a entortarem-se nos passeios. A calçada portuguesa. Os passeios e os declives. O declínio de algumas ruas. O colorido festivo de outras. A minha cidade que vivi desde Alvalade até ao Chiado. Os eléctricos que já são poucos. Os que chiavam ao fim da minha rua perderam as linhas. O sinaleiro que me chamava o táxi foi reformado e substituído por uns sinais luminosos. Vou a pé.

Sabem, chorei quando o Chiado ardeu. O incêndio aconteceu no dia de anos da minha Mãe. A festa desse ano foi um pouco estranha. Alguma alegria forçada. Foram muitos anos a calcorrear aquelas ruas e calçadas. Muitos cafés e muita vadiagem. A escola. Depois o trabalho. A militância política. O Chiado a todas as horas. Os edifícios de ontem e de hoje. Um Chiado que, por vezes, parece não nos pertencer.

desaguo

Mato saudades com alguns vícios antigos que consigo repetir e sigo caminho. Muita gente e muitas línguas. O turismo de volta. Mas ainda suportável. A minha velha escola no Largo do Carmo, a Veiga Beirão, está lá mas já não é Escola. O largo tão diferente. As ruínas do convento onde o meu Avô trabalhou depois de se reformar da Carris. O quartel da revolução. Um largo de todas as liberdades. Apetece-me comprar um cravo vermelho. O quiosque onde comprei muitos cigarros avulso ainda resiste. Vem-me à memória o dia em que saímos da escola. Alguém subiu a um banco e discursou, só mímica, os outros diziam muito bem, muito bem e aplaudiam. Uma multidão no Largo. Tínhamos decidido fazer a pré-inauguração dos urinóis públicos. Já não me lembro se houve fita e tesoura. Sei que a coisa não foi muito bem vista pela Guarda Republicana e acabámos acantonados na escola com os contínuos a colaborarem connosco e a fecharem os portões. Aventuras para a vida.

Desço até ao Rossio. Dá-me uma vontade imensa de ir ao Campo Grande andar de barco. Não sei se ainda há lago e barcos. Estou desfasado de tudo. Apetece-me comprar um chapéu na mesma loja de sempre. Loja onde, uma vez, estive lado a lado com o enorme Leonard Cohen. Um daqueles encontros inesperados que nos marcam para sempre. O nosso ídolo, ali, braço com braço. A sua voz e eu a ficar sem voz, incapaz de balbuciar qualquer som. Aquela chapelaria fundada em 1886. Uma relíquia a preservar. Ali tenho guardada alguma memória.

No largo de S. Domingos paro em frente à Ginjinha. Como não bebo limito-me a observar. Aquele largo tem, para mim, sempre um cheiro a fogueiras inclementes. Não gosto de parar ali muito tempo. Por ali se falam uma multiplicidade de línguas. Várias formas de vestir se encontram. A minha cidade multicultural.

Ainda penso várias vezes, mas decido que não. Ainda não é desta que volto ao sítio onde nasci. Não voltei lá desde que deitaram abaixo esse prédio. Tenho-me recusado. Sei que está outro no lugar daquele e isso dói. Sinto-me também eu destruído, substituído, ignorado. Tenho sempre saudades de Lisboa. Era a cidade onde gostava de morrer. Não sei se vou conseguir.

«Olha que coisas as tuas! A falares em morrer… Ganha juízo!»

Fala de Isaurinda.

«É a minha cidade. E a morte, minha querida, é parte da vida.»

Respondo.

«Tu estás mesmo maluquinho. Cala-te com essas coisas.»

De novo Isaurinda e vai, a benzer-se com a mão direita.

Jorge C Ferreira Novembro/2021(322)


Jorge C. Ferreira
Jorge C. Ferreira (n.1949, Lisboa), aprendeu a ler com o Diário de Notícias antes de ir para a escola. Fez o curso Comercial na velinha Veiga Beirão e ingressou na vida activa com apenas 15 anos. Estudou à noite. Foi bancário durante 36 anos. Tem frequentado oficinas de poesia e cursos de escrita criativa. Publica, desde 2014, uma crónica semanal no Jornal de Mafra. Como autor participou nas seguintes obras: Antologia Poética Luso-Francófona À Sombra do Silêncio/À L’Ombre du Silence, na Antologia Galaico-Portuguesa Poetas do Reencontro e A Norte do Futuro, homenagem poética a Paul Celan.  Em 2020 Editou o seu primeiro livro: A Volta À Vida Á Volta do Mundo; em 2021 Desaguo numa imensa sombra. Dois livros editados pela Poética Edições.

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24 Thoughts to “Crónica de Jorge C Ferreira | A minha Cidade”

  1. Cristina Ferreira

    Querido Jorge
    Sabes que algumas são as vezes que não te escrevo, mas leio-te sempre. Não te escrevo só por uma simples (mas enorme) razão: a tua escrita emociona-me (muito) e eu (principalmente no momento) não consigo encontrar palavras que possam traduzir o meu sentir. Pode ser cliché, mas é exatamente assim. Quem não tem grande facilidade em escrever, aliado ao facto de andarmos sempre a correr nesta vida, é fácil de isto acontecer. Nunca penses que é por falta de vontade, sim?
    Amo a tua escrita, como amo esta tua/nossa cidade que me adoptou há mais de trinta anos. Sinceramente não me recordo se eu ou a minha mãe choramos quando o Chiado ardeu. Era sempre um destino onde ia-mos sempre que vinha-mos à cidade grande. A mãe fazia comprar nos armazéns, depois descia-mos até aos por-fi-rios.
    Provavelmente quando tu, meu poeta das palavras ficaste sem elas só com a presença do nosso ídolo naquela loja das outras nossas vidas , terá sido no mesmo ano, pelos mesmo dias que eu o ouvi num pavilhão Atlântico absolutamente rendido à sua presença. Absolutamente inesquecível. Desde adolescente que era ele o meu poeta.. Era e é. Como tu. Sei que vais ser sempre o meu poeta. Que privilégio o meu ter conhecido a tua escrita por estes caminhos e ter-te conhecido a ti nesta tua/nossa cidade que te viu nascer. Assim como viu nascer o nosso Fernando Pessoa. Poeta que escreveu Lisboa com suas casas de várias cores. Tenho a certeza que a tua estava lá. Ainda está.

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Cristina. Tantas coisas que eu não mereço. Que generosidade. Amo a minha cidade. Sempre que lá vou fico prenhe de nostalgia. É uma cidade de nascer viver e morrer. Abraço Amigo.

  2. Moniz Manuela

    Tão bela esta declaração de amor à tua cidade, Jorge. Essa Lisboa que eu amo e onde passei o melhor, por tempo da minha vida. Essa Lisboa que foi berço dos meus dois filhos e dos quatro netos. Essa Lisboa que me encantou e me deu a Liberdade, a Luz, a Poesia, o Fado. No Chiado e noutros lugares, também, andámos lado a lado, sem nos conhecermos.
    Obrigada, querido amigo, por todas as recordações felizes. Obrigada, por este poema à nossa Lisboa.
    Beijinho

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Manuela. Sim é uma cidade para Amar. Como a tua Ilha. Esse monumento à beleza. Andámos pelo Chiado e devemo-nos ter cruzado muitas vezes. Tomar um café na Tofa. Tenho saudades da Ferrari. Grato por estares neste teu espaço. Abraço grande.

  3. Eulália Pereira Coutinho

    Crónica maravilhosa. O menino nascido na cidade luz.
    A infância, a juventude com todas as aventuras próprias da idade. Todas as vivências que fazem do Homem, poeta, escritor.
    Memórias de lugares, ruas, cores, pessoas, que se vão tornando cada vez mais presentes, à medida que os anos passam.
    Obrigada Poeta pela viagem no tempo. Voltei por momentos aos meus lugares.
    Um grande abraço.

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Eulália. A minha cidade branca. A minha Pátria. As ruas da minha infância. As luzes da minha vida. Amo esta cidade. Um amor quase fatal. Gosto tanto de a ler. Grato. Abraço Amigo

  4. Isabel Torres

    Uma crónica sobre,simultaneamente, a beleza,as origens e as memórias de uma cidade em que nasceu o poeta e o marcou,pelas maravilhas que possui,pelo trajecto pessoal,marcado,aqui,essencialmente por lugares ,mas,também, subtilmente, por acontecimentos que imagino, fazem parte do seu património e até -atrevo-me a dizer- se inscrevem na sua individualidade própria.
    Memórias que nos transportam para a constituição do que somos e de onde viemos.

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Isabel. Sim, minha Amiga. A minha Cidade formou muito do que sou. Conhecer todos os caminhos que nos despertam os sentidos. É tão bom tê-la por aqui. Abraço grande.

  5. Maria Luiza Caetano Caetano

    Nesta cidade linda, nasceu.
    O primeiro choro de recém-nascido aconteceu, nesta Lisboa que tanto ama. Onde cresceu, brincou e se fez homem. E ao longo da vida foi descobrindo, o seu dom.
    A escrita e a poesia caminhavam consigo, por estas ruas de Lisboa. Capital de um país de poetas.
    O olhar de um poeta é sempre especial.
    Lisboa de luz única, merece esse olhar. O seu.
    Deixe que seja um pouco minha, também. Não sei viver noutro lugar. Aqui nasci!
    Eu adorei o seu texto, querido poeta.
    Abraço imenso.

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Maria Luisa. Esta é uma cidade que se reinventa após cada nevoeiro. A minha Amiga mora num sítio lindo com uma janela onde via os netos em tempo de pandemia. Assim se sonham as cidades. Abraço imenso

  6. Filomena Maria de Assis Esperança Costa Geraldes

    Lisboa não tem idade. É sempre menina e moça.
    Veste as sete saias e vai desfilar junto ao rio. Depois vai à Ginginha no Rossio, senta-se perto de Pessoa e ouve-o poemizar.
    Segue pela avenida não sem antes piscar o olho ao sobranceiro castelo e recordar as marchas populares e os bairros da mourama, carregados de História e imagens do passado.
    Lisboa não tem idade.
    Tem ruas inclinadas, majestosas sés, feiras que são ladras, amarelos eléctricos, miradouros curiosos, elevadores que deslizam lentamente, cinemas que eram ilhas e museus de janelas verdes.
    Lisboa dos jardins d’ enamorados, dos parques com nomes de reis, estátuas paradas no tempo, de estufas frias e de avenidas novas.
    Lisboa onde nasceste e te fizeste homem. Cidade das rebelias e dos ideais, da vontade de viver e ser.
    Lugar onde assentaste arraiais, construiste família e acabaste por
    dar corpo ao sonho da escrita. Nele te revês e nos levas nessas viagens tão tuas. Já um pouco nossas.
    A cidade idealizada, cantada, narrada e amada.
    Gratidão, poeta lisbonense!

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Mena. Sempre belos os teus comentários. A minha cidade é de sonhos e miragens. De marinheiros e prostitutas. Os poemas que cegam as palavras no rio. Tão bom estares aqui. Abraço grande

  7. Cecília Vicente

    Apegos e desapegos, a intolerância ao novo, raras vezes o novo traz algo de positivo, A lisboa no seu melhor como no seu pior, os mais velhos reclamam, os novos festejam como vêm os turistas fazê-lo, largas horas por noite dentro, novidades que têm o seu encanto, as estátuas humanas, os melhores músicos de rua, a ópera, o subir e descer do Chiado, diferente, mas, um tanto igual, a feira das vaidades continuam a proliferar, as modas diferentes mas a igualdade de quem pode, pode usufruir, os novos mendigos são iletrados, cantores, músicos, os chapéus das moedas foram substituídos, as mão tocam, as vozes por vezes encantam. O leonard Cohen num dos melhores espetáculos no ano de 2012, neste mesmo mês, inesquecível ,ofereceu mais de uma hora de canções, era um sair e voltar para o ouvir, bela e feliz noite que jamais esquecerei. Lisboa será sempre Lisboa, o seu passado e presente, os poetas, os marialvas ainda vagueiam pelas colinas, a Amália continua a fazer-se ouvir no Chiado, para mim, a maravilha da Férin, os livros, e os livros o melhor que a livraria oferece, o atendimento à moda antiga, descer as ruas, nas descidas outros cheiros, breve chegará a azáfama do Natal, Lisboa é e será sempre saudade de tudo e todos, mesmo os que não nasceram como alfacinhas, alfacinhas se tornam como um todo por Amor ao Tejo, aos poetas, e às suas gentes, pessoas de coração grande mesmo quando o fado lhes é destino. Abraço imenso meu amigo Jorge.

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Cecília. Sim Lisboa está a ficar uma cidade do mundo. Pouco a pouco descoberto. A luz branca cega os mais incautos. Tu escreves sempre aqui estórias de encantar. É bom ler-te. Abraço grande

  8. António Feliciano Pereira

    Apegos, saudades, as marcas da memória; o arquivo de tudo o que é sítio por onde se passou, brincou, fez birra por um pião!
    Também tenho saudades dessa rua redonda do Mercado de Arroios.
    Lembro-me da corrida do polícia atrás da peixeira e quando ela já não tinha mais pernas para correr fez cair o peixe sobre o guarda e aliviou-se!
    É um retrato que guardo!
    Um abraço, Jorge!

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado António. Todos vivemos um pouco das nossas memórias. Lembro-me desse mercado que rodeava o mercado própriamente dito. A minha Avó levava-me pela mão. Era tudo tão diferente. Mas foi nesse tempo que nos iniciámos na aprendizagem da nossa cidade. Bom vê-lo neste espaço. Abraço grande

  9. maria fernanda morais aires gonçalves

    Eu que vivi tantos anos perto do largo onde nasceste, passo por lá e não sinto nada. Já corri os cantos todos da cidade.
    Andei sempre a girar conforme as voltas que a minha vida dava. Do Rato para Campo de Ourique, dali para o Areeiro e daqui para Campolide, Daqui para Massamá e de Massamà para a Duque de àvila, depois para a outra banda e eis novamente em Lisboa. Mas onde nasci foi em Torres Vedras e depois dei umas boas voltas pelo Oeste até chegar a Lisboa.
    Onde é que dormi melhor?
    Num velho quarto de paredes azuis e móveis de pinho pintados por mim de amarelo. Tinha um colchão no chão com uma colcha azul e um rádio comprado a prestações na calçada do combro, ouvia todas as noites a 23ª hora e era muito feliz! muito bonita e muito amada! via a vida cor de rosa e fui a Londres sozinha ver o mundo dar a reviravolta. Tinha acontecido em 68 o Maio em Paris e os jovens de Lisboa iam todos ouvir as bandas de rock no Hyde Park. Foi em 1971.
    Eu também fui. Andei em Carnaby Streat, estava lá a Mary Quant e a mini-saia, muitas ideias novas, muito amor e muitas ideias sobre o fim às guerras.Uma revolução do pensamento e das artes.

    Make Love Not War, Lembras-te?

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Maria Fernanda. Tu conheces bem Lisboa, a minha rua. Tu calcorreaste a cidade. De quantos bairros fomos nós filhos? Nós somos a cidade donde querem expulsar muita gente. Daqui partimos para as descibertas. Aqui nos descobriram. Também eu Amo essa Londres do Hyde Park e MAKE LOVE NOT WAR. Dançámos as mesmas músicas. Abraço imenso

  10. Ivone Maria Pessoa Teles

    A tua Cidade da qual, o que mais gosto, é a luz. Tem a claridade mais luminosa de que conheço no Mundo. Também tens e transmites uma luz assim. Nela deste o primeiro grito. Hoje, ” gritas ” por uma Cidade justa e solidária. Nela vieste a este mundo que se está a tornar feio, mas também amas. Ainda irás assistir a um mundo melhor muito antes de o deixares. Tens sementes tuas que darão continuidade ao teu gosto.
    Não morrerás cedo e nunca sabemos onde daremos o último suspiro. Bem mais tarde , quando ” voares ” terás muitos amigos à tua espera.
    Dá um beijinho meu à Isabel. À Isaurinda um abraço apertado. Beijinhos ternos da amiga/irmã Ivone

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Ivone, minha Amiga/Irmã. Que luz me trazes na tua escrita. Tão gratificante ler-te. Sim, vamos alcançar um mundo novo e iremos descer aquela Avenida de braço dado e cantando as novas canções. Abraço enorme

  11. maria roma matos

    Que crónica bonita e com a qual me identifico, à excepção dos “vícios” que não me eram permitidos.
    Morei na freguesia de Arroios. Também um dia voltei à Rua Passos Manuel para ver a casa onde cresci. Era linda com quintal, cave, r/c, 1 e 2.o andar com águas furtadas e está presente na minha memória.
    Lá encontrei um mono da DGI. Ironia do destino, pois fazia parte do Ministério onde trabalhava.
    Já não tinha a mesma beleza, as mesmas lojas e nem sequer os eléctricos. Chorei e voltei ao meu destino.
    Moro por aqui no concelho de Cascais mas, a minha área de conforto é Lisboa onde volto cada vez que posso, tal como hoje aconteceu.
    Já não sinto segurança para ir à Baixa, o local que me acolheu quando cheguei a Lisboa com 10 anos e onde também trabalhei . Já não sei andar de metropolitano e não conheço muitas estações.
    Corria Lisboa de uma ponta à outra. Cheguei a ir a pé até ao Lumia, Sé , Miradouros, Estrela.. Não havia dinheiro para transportes e a alegria de andar a pé pela cidade com as amigas era imensa.
    Solidária com essas saudades.
    PARABÉNS por esta crónica bonita como tudo o que escreve.
    Um Abraço

    1. Jorge C Ferreira

      Obrigado Maria Rosa. A Rua Passos Manuel! Passei horas sem conta na Tarantela no Largo D. Estefânia, Quantas vezes nos teremos cruzado? Lisboa é a minha paixão. Invento, muitas vezes, uma razão para lá dormir num hotel. Embora já more há mais anos na linha do Estoril que em Lisboa. É a Cidade grande que semore me chama. Amo cada rua. Abraço imenso

      1. maria rosa matos

        Algumas vezes, acredito!
        Abraço

        1. Jorge C Ferreira

          Obrigado Maria Rosa. Outro Abraço.

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