Covid-19 | Aumento de Rt pode sinalizar crescimento da epidemia

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De acordo com o mais recente relatório da monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, o número de novos casos de infeção por covid-19 (por 100 000 habitantes) mostra uma “tendência ligeiramente decrescente a nível nacional”.

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A 19 de maio de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 53 casos por 100 000 habitantes em Portugal, mostrando uma tendência ligeiramente crescente. A incidência mais elevada ocorreu no grupo etário dos 20 aos 29 anos (106 casos por 100 000 habitantes) e a mais baixa no grupo etário com 80 anos ou mais (14 casos por 100 000 habitantes).

No período de 12 a 16 de maio de 2021, o Rt foi de 1,03. A região de saúde, em Portugal Continental, com o valor mais elevado foi a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) (1,11) e o valor mais baixo registou-se na região do Alentejo (0,92).

Ao nível nacional, desde 10 de maio que o Rt apresenta valores acima de 1 indicando uma tendência crescente. A manter estas taxas de crescimento o limiar de 120 novos casos por 100 000 habitantes, acumulado em 14 dias, será atingido em 61 a 120 dias (na região LVT em 31 e 60 dias).

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No continente, o número diário de casos de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) continua a mostrar uma tendência ligeiramente decrescente. A 19 de maio de 2021 estavam internados 58 doentes internados em UCI. O grupo etário com maior número de internados em UCI é o grupo dos 60 aos 69 anos (18 casos neste grupo etário a 19/05/2021).

De acordo com o relatório, entre 6 a 19 de maio de 2021, 90% dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas após a notificação. 81% dos seus contactos foram rastreados e isolados no mesmo período.

Em relação às novas variantes e tendo por base a sequenciação genómica em 7 538 amostras realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, até ao dia 19 de maio de 2021, identificaram-se:

  • estima-se que a prevalência de casos associados à variante do Reino Unido (B.1.1.7), de 5 a 18 de abril,
    tenha sido de 91,2%
    …………………
  • 88 casos associados à variante da África do Sul (B.1.351)
    A maioria dos casos mais recentes não tem história de viagem ou contacto com casos confirmados
    com a mesma variante, pelo que se continua a assumir a existência de transmissão comunitária
    desta variante.
    …………………
  • 115 casos associados à variante de Manaus, Brasil (P.1)
    – 53,9% eram do sexo feminino e a idade mediana à data do diagnóstico foi de 40 anos
    – A maioria dos casos era residente na região de LVT (46,1%)
    – 26 casos foram considerados casos importados e 23 casos apresentavam história de contacto com casos confirmados da mesma variante
    – continua a assumir-se a existência de transmissão comunitária desta variante
    ………………
  • 10 casos associados à variante da Índia (B.1.617)
    – 8 casos da linhagem B.1.617.1 e 2 casos da linhagem B.1.617.2 (foram identificadas três linhagens distintas da variante associada à Índia
    – 5 casos foram identificados na região de LVT, 4 casos na região do Centro e 1 na região autónoma dos Açores
    – parece não existir, atualmente, transmissão comunitária desta variante.

O relatório refere que com transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de
saúde. O aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) deve ser acompanhado com atenção durante a próxima semana pois pode sinalizar o início de um período de crescimento da epidemia.

 

 

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