Torres Vedras | Surtos ativos e ponto de situação epidemiológica do concelho

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Nuno Rodrigues, delegado de saúde de Torres Vedras, esteve ontem na Assembleia Municipal daquele município a fazer o ponto de situação epidemiológica do concelho, no que se refere à covid-19.

Nuno Rodrigues pensa que “os piores 15 dias já passaram”, mas entre os dias 1 e 14 de dezembro, o concelho registou 343 novos casos, pelo que embora a atividade epidemiológica esteja “a diminuir em relação à última quinzena de novembro”, ainda é muito elevada.

Torres Vedras encontra-se desde dia 9 de dezembro entre os concelhos de risco muito elevado de transmissão do vírus, tendo o delegado de saúde referido ontem que o “risco é de fato muito elevado” existindo neste momento “transmissão comunitária em tudo o que é contexto, laboral, social, e também nos contextos que todos nós já tínhamos conhecido em alturas prévias”, demonstrando-se que existe uma “grande atividade epidémica a decorrer neste momento”.

A grande atividade epidémica que o concelho atravessa origina dificuldades “de adaptação em termos de resposta à pandemia, em termos de resposta aos casos, a realização de inquéritos epidemiológicos, report dos casos” sendo esta a “situação em que vivemos”, com uma “atividade epidémica muito elevada que se traduziu num grande número de casos”, sobretudo a partir dos dias 14/15 de novembro.

O maior surto que o concelho viveu até agora está relacionado com trabalhadores de várias empresas agrícolas situadas na região de A dos Cunhados e não se encontra restrito a um local específico, sendo por isso considerado um “surto alargado”. Este surto ainda se encontra ativo, tendo ainda cadeias de transmissão ativas, cadeias que estão a ser “acompanhadas e descobertas e exploradas” no âmbito da atividade epidemiológica.

As pessoas envolvidas neste surto são “pessoas moveis” que “fazem as suas compras, andam pelos vários sítios, fazem a sua vida normal”. Neste momento, a disseminação comunitária resultante desse surto que afeta um “pouco de tudo”, desde outras empresas, a escolas, estará, segundo o delegado de saúde, “cremos nós, numa fase terminal”, estando a equipa a “apanhar essas cadeias ainda no fim e a tentar controla-las”.

De acordo com o último relatório disponibilizado pela autarquia de Torres Vedras, este surto tem ainda 68 casos ativos de infeção.

Nuno Rodrigues acrescentou ainda que entre os últimos 500 casos que surgiram no concelho de Torres Vedras, 85% tem link epidemiológico (conhece-se a ligação), o que significa que “há muitos casos, mas nos sabemos onde é que eles estão e estamos a conseguir apanha-los”.

No domingo, 13 de dezembro, foi identificado mais um cluster num lar de idosos, desta feita no Lar Vida Maior, em Maceira, na freguesia de União das Freguesias de A dos Cunhados e Maceira, surto que conta com “mais de 20 pessoas infetadas”. De acordo com o último relatório disponibilizado pela autarquia de Torres Vedras são 24 os casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, naquela instituição, sendo que 18 são utentes e 6 são funcionários.

 

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