COVID-19 | Matilde Batalha Deputada Municipal pelo PAN – Um olhar político sobre a pandemia

MatildeBatalha

Matilde Batalha é Deputada Municipal pelo PAN

 

  • Como é que avalia a atuação das autoridades locais no ataque à atual pandemia por covid-19?

Considero que o Executivo Camarário, Agentes de Proteção Civil, Forças de Segurança, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) atuaram bem, de forma célere e articulada. Os profissionais de saúde, funcionários de limpeza, abastecimento e todos e todas que estão na linha da frente, bem como os cidadãos e cidadãs que têm respeitado as orientações das autoridades de saúde têm-se mostrado à altura deste desafio que temos pela frente.

  • Que outras medidas tomaria se fosse poder no concelho de Mafra?

O pacote de medidas que a Câmara Municipal de Mafra colocou em prática é bastante abrangente e creio que faz sentir os munícipes mais seguros e apoiados.

A Comissão Política da Concelhia do PAN em Mafra encaminhou no final de Março para a Câmara uma proposta com algumas medidas para adicionar ao já robusto pacote de medidas existente, sendo que estas seriam algumas das medidas que o PAN tomaria. A saber:

– Que a autarquia, em articulação com as Juntas de Freguesia, Forças de Segurança, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e demais associações a operar em Mafra, divulgue informação sobre as linhas de apoio a vítimas de violência doméstica;

-Que a autarquia, em articulação com as Juntas de Freguesia e demais associações, facilite a entrega não só de bens alimentares e medicamentos, à população de risco e de pouca mobilidade, mas também ração e medicamentos para os animais de companhia;

– Que o executivo, em articulação com as Juntas de Freguesia, salvaguarde também a proteção dos animais e pessoas antes de fazer o trabalho de higienização da via pública, afixando avisos nos locais de higienização, para que se possam tomar os devidos cuidados com os animais e crianças pequenas, de forma a não ingerirem substâncias que lhes são nocivas (como a lixívia, p. ex.).

– Que o executivo tivesse preparado um salvo-conduto para cuidadores (formais e informais) de animais errantes e de colónias de gatos, para que estes pudessem circular durante o período de quarentena/confinamento;

– Que o executivo verifique se há necessidade de ajuda, com recursos do município (humanos e materiais), às associações zoófilas e que prestam um serviço publico importante ao município, devendo estas serem integrantes do plano de contingência municipal.

Não recebemos resposta a estas propostas, mas sabemos que houve entrega de ração às Associações Amira e AdoroMimos. Consideramos que este apoio se deveria estender a todos as associações zoófilas do município.

  • Como é que olha para o futuro pós-covid, em termos da repercussão que os novos hábitos/atitudes/medos possam ter na atividade política e na expressão económica, social e cultural?

Olho com esperança de que este desafio coletivo possa ser um estímulo à sustentabilidade, criatividade e solidariedade.

Enquanto houver esta crise pandémica terá de haver um ajuste em todos os sectores e as atividades grupais terão de ter em conta as regras de etiqueta respiratória. O recurso ao contacto digital tem-se mostrado uma boa solução. A própria Assembleia Municipal de Mafra decorreu nesses moldes na altura do confinamento. A última já decorreu de forma presencial, com a regras de distanciamento, mas sem a presença do publico infelizmente.

Os comportamentos de proteção interpessoal que esta pandemia obriga tem concerteza impactos sociais significativos e é importante que o bom senso impere. Os relacionamentos socias são salutares e devem acontecer, mas com as regras que todos já conhecemos. Penso que aqui é importante haver consistência, ou seja, “faz o que eu digo, não faças o que eu faço” não é uma boa estratégia. O exemplo tem de ser demonstrado também pelos decisores políticos, não devendo ser aprovados eventos excecionais onde as regras podem ser diferentes.

Do ponto de vista económico, houve empresas que conseguiram criativamente se adaptar a este momento e transformaram as suas empresas e de ao invés de despedir os seus trabalhadores, mudou as funções dos mesmos. Quem não conseguiu ou não teve meios para se adaptar teve com certeza piores resultados e sabemos que muitas empresas não estão a resistir.

Por outro lado, foi importante perceber como a diminuição do consumo e circulação teve um impacto positivo no ambiente e isso deveria influenciar-nos a manter esse caminho. Claro que isso tem impactos económicos, mas a economia sem Natureza não é sequer uma possibilidade. A nossa vida depende da Natureza e não o contrário. A saúde dos nossos ecossistemas deveria ser uma prioridade e não algo secundário. A eficácia comprovada do teletrabalho deveria ser aproveitada, podendo ser um complemento às empresas; apostar numa menor carga laboral dando mais tempo para as famílias; horários mais reduzidos do comércio e centros comerciais; etc. É por esse motivo e com vista a acautelar os aspetos menos positivos do teletrabalho que o PAN vai apresentar na Assembleia da República uma proposta de regulamentação do teletrabalho.  Há importantes mudanças sociais que seriam importantes para as relações e para uma crescente felicidade e qualidade de vida. Pessoas mais felizes são mais criativas e produtivas.


Nota do diretor

Nesta fase que é já (ainda) de desconfinamento, o Jornal de Mafra pediu aos principais lideres políticos do concelho de Mafra, que a partir de 3 perguntas, iguais para todos, lançassem um olhar político sobre a pandemia que assola o concelho, o país e o mundo.

PS, PAN, CDU, CDS-PP e Aliança responderam às questões que colocámos. Não contactámos o BE, uma vez que esta força política não tem estado ativa no concelho. Com o PSD, não foi possível entrar em contacto, uma vez que aquele partido não dispõe de um contacto telefónico público e que nem o endereço de email da sede concelhia (info@psd-mafra.com), nem o endereço da concelhia de Mafra registado na página nacional do PSD (geral@psdmafra.com) se encontram ativos.

Ainda no quadro que estamos a descrever, o Jornal de Mafra pediu uma entrevista a Elísio Varandas, médico de saúde familiar no concelho de Mafra e único Presidente de Junta por um partido da oposição, entrevista que foi concedida e que contamos publicar ainda esta semana.

Pedimos ainda uma entrevista a Hélder Silva, Presidente do Conselho Municipal de Segurança de Mafra e Presidente eleito da Câmara Municipal de Mafra, entrevista exclusivamente dedicada a temas covid-19, pedido em relação ao qual não obtivemos, como vem sendo habitual, qualquer resposta.


O Jornal de Mafra e a DGS Aconselham

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