Hoje é Dia Mundial do Ambiente

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O Dia Mundial do Ambiente foi criado pela ONU sendo comemorado desde 1974. O objetivo passa por sensibilizar e consciencializar a população mundial para a importância e preservação do meio ambiente. Celebra-se a 5 de junho, uma vez que é a data em que se realizou a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo.

Os alimentos que ingerimos, o ar que respiramos, a água que bebemos e o clima que torna nosso planeta habitável vêm da natureza. Por exemplo, a cada ano, as plantas marinhas produzem mais da metade do oxigénio da atmosfera e uma árvore madura limpa o ar, absorvendo 22 quilos de dióxido de carbono, libertando oxigénio em troca. Apesar de todos os benefícios que nossa natureza nos oferece, ainda a maltratamos. É por isso que precisamos trabalhar nisso. É por isso que precisamos dessa observância” [Nações Unidas]

Este ano as comemorações internacionais decorrem na Colômbia e o tema é biodiversidade – uma preocupação que é urgente e existencial.

A associação ZERO identificou doze números, referentes a temas como o desperdício de água, o ruído e a reciclagem, números com os quais os portugueses se devem preocupar.

Esses 12 números são os seguintes:

55 mg/m3 – Média anual de dióxido de azoto (NO2) na Av. da Liberdade, Lisboa em 2019 (limite legal :40 mg/m3).
As cidades têm de aplicar fortes medidas de restrição do tráfego automóvel e de promoção do transporte público e modos suaves para melhorar significativamente a qualidade do ar.

66 dBA – Ruído noturno medido no Campo Grande, Lisboa (limite legal: 55 dBA)
O ruído tem consequências gravíssimas para a saúde pública e há um incumprimento generalizado da legislação. É preciso ter a coragem de mudar o aeroporto Humberto Delgado. Medições feitas no Campo Grande durante 48h em julho de 2019 mostraram valores 11 dBA acima do limite.

25,6% – Percentagem de emissões de gases de efeito de estufa dos transportes em 2018
Com a diminuição das emissões de carbono das centrais térmicas, o transporte rodoviário será o grande protagonista se não forem tomadas medidas estruturantes na mobilidade.

30% – Desperdício de água no setor urbano (Meta para 2020: 20%)
O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água termina em 2020 e as metas nos setores urbano, industrial e principalmente agrícola, não vão ser cumpridas, com secas mais intensas e frequentes, precisamos de um Programa renovado e efetivamente implementado com metas para 2025/2030.

12% – Reciclagem de plástico em Portugal em 2018
Em 2018 só se reciclaram 72 mil das 600 mil toneladas de plástico produzidas nas casas dos portugueses. É urgente reduzir a produção de plástico e garantir que produtos e embalagens que entrem no mercado acabam reciclados e não em aterros ou incinerados.

507 kg – Produção anual de resíduos por habitante em 2018 (Meta para 2020: 410 kg/hab./ano)
Valor real da produção tem aumentado todos os anos. Portugal tem de implementar medidas concretas de redução e de reutilização para alterar este descalabro. O país tem de transpor 3 diretivas europeias (resíduos, embalagens e deposição em aterro) até julho; existe uma clara oportunidade para alterar o paradigma do descartável.

296 – Número de edifícios públicos já objeto de retirada de amianto (Edifícios públicos com amianto: 3855)
É necessário que a lista de edifícios públicos com amianto seja divulgada, cumprindo a Lei n.º 2/2011, para que se possa compreender o problema e proceder à erradicação do amianto até 2032 (meta da Comunidade Europeia) nesta tipologia de edifícios.

15,5% – Grau de auto-aprovisionamento das leguminosas secas
Em 2018 o país só garantiu a produção de 15,5% do consumido em Portugal. É urgente apoiar a produção nacional de leguminosas de forma a diminuir a dependência do exterior, de uma fonte proteica de excelência de base vegetal de excelência que pode substituir a carne. Recomenda-se que o seu consumo represente 4% da ingestão diária de energia (80-160g diárias), mas o mesmo ficou-se pelos 0,6% (cerca de 1/6 do aconselhado).

33,5 milhões de litros – Óleo de palma utilizado em Portugal em 2019 no gasóleo rodoviário como biocombustível
É urgente que Portugal abandone no curto prazo uma matéria-prima promotora da destruição da floresta tropical, colocando em causa ecossistemas sensíveis e a sobrevivência de espécies como o orangotango.

91 ktep – Energia a fornecer por sistemas solares térmicos (Meta PNAER 2020: 108 ktep)
Portugal tem um enorme potencial para o uso da energia solar, não apenas na produção de eletricidade mas na água quente sanitária e estamos muito aquém dos objetivos traçados, ficando aquém em 17 milhares de toneladas equivalentes de petróleo.

456 – Espécies ameaçadas de extinção
Este é o número de espécies ameaçadas em Portugal, incluindo as plantas. É urgente que Portugal coloque em práticas planos de conservação para espécies ameaçadas como o lobo-ibérico ou algumas aves necrófagas. O programa de recuperação do lince-ibérico mostrou até ao momento que é possível ter êxito.

87% – Área florestal pertencente a proprietários privados
São 400 mil os proprietários privados e a dimensão média das propriedades é inferior a 1 hectare em dois terços do país, principalmente a norte do rio Tejo, onde se regista a maior parte da área ardida. A gestão conjunta de espaços florestais é fundamental para aumentar o rendimento dos proprietários florestais e fomentar a plantação de espécies autóctones.

 

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