Crónica de Psicologia por Filipa Marques | Memória

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Crónica de Psicologia por Filipa Marques


Memória

 

Queridos leitores,

 

Hoje vamos falar sobre a memória!

 

Muitas são as vezes em que dizemos “ai, como está a minha memória!”. Alguns de nós porque nos esquecemos dos recados que nos pediram para fazer, outros porque não nos lembramos dos aniversários dos amigos ou outros até porque já não nos recordamos daquele piquenique tão bom que passámos em família até que alguém nos relembre.

Sabem que mais? Cada uma destas memórias está ligada a um sistema de memória diferente. Pois é, a nossa memória é mais complexa do que aquilo que imaginamos!

Em primeiro lugar podemos distinguir a memória quanto ao tempo de armazenamento da informação. Assim, podemos distinguir entre memória de longo prazo e memória de curto prazo, também chamada de memória de trabalho. A memória de longo prazo armazena a informação e o conhecimento durante longos períodos de tempo. Neste sistema, a informação pode ficar guardada sem ser recordada por grandes períodos. É neste sistema de memória que guardamos, por exemplo, o tal piquenique de família que só recordamos em conversa com alguém. Já a memória de trabalho guarda as informações em que estamos a trabalhar no momento atual, por exemplo para fazer recados.

Podemos também distinguir a memória quanto ao tipo de informação que ela armazena. Nesta distinção falamos de memória episódica, memória semântica e memória procedimental. A memória episódica é a memória dos acontecimentos pessoais que vivemos e que enquadramos num determinado momento da nossa vida. Já a memória semântica engloba todo o conhecimento organizado que temos da linguagem, como as palavras e os símbolos mentais e também os conhecimentos factuais gerais, como por exemplo as coisas que sabemos de cultura geral. Por último nesta distinção temos a memória procedimental, que é o sistema ligado às capacidades motoras que vamos adquirindo e que, com o passar do tempo e com a prática, se vão tornando ações que fazemos sem trazer de forma consciente à memória. É este sistema que está mais ativo quando andamos de bicicleta ou quando conduzimos.

Ainda podemos diferenciar a memória quanto à consciência de estarmos ou não a recordar determinada informação. Passo a explicar. Se alguém nos perguntar quantos anos fazemos temos a noção de que estamos a recordar a nossa idade – a isto chamamos memória explícita. No entanto, podemos ser influenciados por um acontecimento que já vivemos na nossa vida, mas não fazemos a associação consciente entre o momento atual e esse momento que já passou – a isto chamamos memória implícita.

Agora, olhando para as possíveis distinções entre os sistemas de memória percebemos que, provavelmente, temos alguns mais bem desenvolvidos que outros. Talvez isso aconteça porque os treinamos mais ou porque temos mais apetência natural para eles. Pensemos: qual é o nosso melhor sistema de memória? E qual é o nosso sistema de memória que está menos desenvolvido? Conscientes disto, vamos procurar melhorar ainda mais a nossa memória!

 

Referências Bibliográficas

da Costa Pinto, A. (2001). Memória, cognição e educação: Implicações mútuas. Educação, cognição e desenvolvimento: Textos de psicologia educacional para a formação de professores.

Gleitman, H., Fridlund, A. J., & Reisberg, D. (2011). Psicologia (9ª ed). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

 

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