Crónica de Psicologia por Filipa Marques | Comunicação

psicologia2
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup]

Crónica de Psicologia por Filipa Marques

 

Queridos leitores,

Falemos sobre comunicação!

A comunicação faz parte dos nossos dias e acontece, quer de forma verbal quer de forma não verbal. Aliás, o primeiro pressuposto sobre a comunicação é precisamente “é impossível não comunicar”, porque todas as nossas ações ou não ações, palavras ou não palavras têm algum tipo de significado. Por exemplo, a forma como agimos, olhamos, respondemos e gesticulamos refletem formas de comunicação.

O segundo axioma da comunicação humana refere que “toda a comunicação tem uma dimensão de conteúdo e uma dimensão de relação, sendo que o segundo classifica o primeiro”. Mas, afinal o que significa isto? Significa que não é só o que se diz que é importante, mas a própria relação e/ou contexto em que a comunicação acontece. Compreender o contexto da comunicação e a relação que existe entre as pessoas que estão a comunicar ajuda-nos a perceber a mensagem que foi comunicada. Pode até acontecer que, se não compreendermos a relação dos interlocutores não compreendemos aquilo que eles estão a dizer.

O terceiro pressuposto baseia-se na ideia de que “a natureza da relação é afetada pela pontuação da sequência dos acontecimentos entre os comunicantes”. Isto é, a relação prévia que temos com determinadas pessoas já faz com que interpretemos o que elas dizem de determinada forma e com que respondamos também de determinada forma. Por exemplo, uma pessoa no trabalho pode responder de forma mais agressiva a outra porque essa já se comportou previamente de uma maneira que a primeira não gostou. Ou então, duas pessoas podem conhecer-se tão bem que nem é preciso comunicação verbal para o marido perceber que a sua esposa não está a gostar da festa em que estão. Para além disso, quer dizer que as ideias pessoais e culturais que temos sobre o mundo também influenciam a forma como comunicamos.

O quarto axioma diz que “toda a comunicação pode ser analógica ou digital”. Quer dizer que podemos comunicar através daquilo dos conteúdos verbais explícitos (isto é, conteúdos das frases, palavras) – comunicação digital – ou através da maneira como transmitimos esses conteúdos verbais (ex. tom de voz, expressões faciais, ritmo da fala) – comunicação analógica. Um bom exemplo de que ambas as formas de comunicação são importantes na forma como entendemos a mensagem é quando falamos de forma irónica. Se alguém nos disser “está maravilhoso” com um tom muito irónico, interpretamos o que é dito pela mensagem transmitida e pela forma como é dito.

O último pressuposto explica que “toda a comunicação pode ser simétrica (semelhante) ou complementar (diferente) ”. Por exemplo, se alguém começar a gritar e a outra pessoa responder também num tom elevado estamos perante uma comunicação simétrica. Se a pessoa começar a gritar e a outra responder num tom sereno trata-se de uma comunicação complementar.

Conhecendo os principais pressupostos da comunicação humana conseguimos então perceber que aquilo que comunicamos vai muito para além do que dizemos. Compreendemos também que estamos sempre a comunicar. Percebemos ainda que a nossa comunicação tem impacto no comportamento daqueles que estão à nossa volta e vice-versa. Agora, pensemos na nossa forma como costumamos comunicar. O que é que podemos alterar para que comuniquemos melhor com os outros?

 

Referências Bibliográficas

Ceron, M. (2010). Habilidades de Comunicação: Abordagem centrada na pessoa. São Paulo: UNA-SUS, UNIFESP.

Watzlawick, P., Beavin, J., & Jackson, D. (1967). Pragmática da Comunicação Humana – um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interacção. São Paulo: Ed. Cultrix.

 

Leia também